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Piadas ruins, o futebol e o ESG

O que uma defesa da “liberdade de expressão” no humor e um estádio lotado na Espanha ecoando cantos e falas racistas têm em comum? Aparentemente podem parecer fatos isolados, mas em uma análise não muito profunda transparecem um lado da sociedade que ainda não está preparada para lidar com a diversidade. A pauta racial movimentou as redes sociais brasileiras nos últimos dias. Os casos do jogador Vinícius Jr. e do humorista Fábio Porchat tematizaram a mídia – e com razão! Em um país onde 56% da população se identifica como preta ou parda (IBGE) é natural que esses temas pautem a sociedade. Principalmente quando há figuras públicas envolvidas. Porém, quanto dessa discussão consegue furar bolhas da comoção e inconformismos instantâneos e se manter como um fenômeno permanente enfrentando uma estrutura hétero, branca e cisgênera? Craque do Jogo Diversas formas de engajamento da sociedade nos temas pertencentes à diversidade e no combate aos preconceitos já estão sendo utilizadas. Entre elas, podemos destacar as práticas ESG. A relação entre essa sigla (Environmental, Social and Governance) e a diversidade é um assunto cada vez mais relevante nas esferas públicas e privadas. O ESG refere-se a como os ecossistemas devem considerar suas práticas e decisões. A diversidade, por sua vez, envolve a inclusão de pessoas de diferentes origens, gêneros, etnias e habilidades em todos os níveis da organização. Esses dois conceitos estão interligados e desempenham um papel fundamental no sucesso e na sustentabilidade do planeta. Ainda muito ligado ao meio corporativo, o ESG tem um impacto direto no aspecto social dos sistemas econômicos. Promover a diversidade dentro das organizações transforma  um ambiente inclusivo, onde todos os colaboradores são valorizados e têm igualdade de oportunidades. Isso só fortalece a cultura empresarial: aumenta a satisfação dos funcionários, melhora a colaboração e promove um senso de pertencimento. Com a consolidação dessas práticas, novas ações podem se propagar para além do ambiente corporativo e chegar em outros espaços. A diversidade também contribui para a criação de equipes mais inovadoras e criativas, já que diferentes perspectivas e experiências trazem novas ideias e soluções. Um exemplo prático simples: se times e ligas de futebol adotassem as práticas ESG nas suas organizações, as ações de combate ao racismo seriam mais constantes e efetivas. Da mesma forma, as empresas patrocinadoras se distanciariam dessas equipes vinculadas aos discursos preconceituosos. Hoje as empresas reconhecem a importância de contribuir para o desenvolvimento e o bem-estar da sociedade como um todo. Isso inclui a promoção da igualdade de oportunidades e o respeito pelos direitos humanos. Ao abraçar a diversidade, as empresas demonstram seu compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todos e todas têm chance de prosperar. Bons exemplos importam Um grande exemplo de movimento que conseguiu romper a efemeridade das redes sociais e se tornar concreto e mundialmente conhecido foi o “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam). O movimento teve origem nos EUA em 2013 com o uso da hashtag #BlackLivesMatter nas mídias sociais, após a absolvição de George Zimmerman, responsável pela morte do adolescente afro-americano Trayvon Martin. O BLM continua organizando protestos em torno da morte de pessoas negras causada por policiais e contra questões mais amplas de discriminação racial, como a brutalidade policial e a desigualdade racial no sistema de justiça criminal dos Estados Unidos. Aqui na nossa Comunidade de impacto temos algumas iniciativas alicerçadas em práticas ESG que combatem preconceitos e opressões estruturais, buscando uma transformação social: A Piraporiando propõe essas mudanças através de uma educação anti bullying e antipreconceito. O Instituto DaCOR utiliza uma base de dados para apontar a desigualdade existente nessas estruturas. Trace utiliza a produção de conteúdos afrocentrados como forma de pertencimento, informação e luta. Conheça outras iniciativas do CIVI-CO que possuem práticas ESG e venha transformar o mundo com a gente!

Empreender é um ato de coragem

por Tarse Cabello* Rupi Kaur levou 20 anos para conseguir escrever seu primeiro livro. “O primeiro projeto artístico que você dá à luz é assim. É uma soma de todos os anos que você viveu antes dele”, define a autora. Quando eu decidi abrir minha consultoria, sabia que ela não seria um projeto artístico. A CosmoBrasileira é um negócio de impacto socioambiental porque fortalece propostas agregando valor a marcas comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Mas, para mim, que durante anos acordei com ideias pipocando na cabeça sem uma clareza exata do destino reservado a elas, enxergo a coragem que precede a abertura de um negócio como uma catarse autoral, uma transformação a partir de tudo que precedeu aquele momento. Durante minha vida profissional pré-empreendedorismo, tive a oportunidade de atuar no reposicionamento da marca do Museu da Pessoa, como parte de um projeto financiado pelo BNDES, que catalisou o processo de autoconhecimento e de alinhamento de visão de futuro da instituição e envolveu a participação ativa de todo o time. Posicionar uma marca é uma oportunidade de transformar um punhado de intenções em uma realidade direcional. O cordel e o pixo foram inspirações gráficas para criação de uma nova marca visualmente mutável (materializada pelo sensacional Cleber Rodrigo) e que representava a pluralidade de histórias humanas. O posicionamento “somos nossas histórias” foi desenvolvido para colocar cada pessoa no centro desse museu e, como esse foi o elemento-chave do projeto, tomo a liberdade poética para traçar um mesmo paralelo com o empreendedorismo: somente um olhar diverso e decolonizado criará bases para a economia regenerativa do futuro que desejamos construir. Nossa luta é diária Empreender numa sociedade patriarcal em desconstrução é um processo difícil, delicado e cheio de desafios desanimadores que só posso atestar com plena consciência das desigualdades. Mesmo vinda de uma família de classe baixa da periferia de São Paulo, eu tive acesso à educação e a cor da minha pele não representou uma barreira na minha jornada. As interseccionalidades dentro do feminismo comprovam que, embora nossas lutas tenham pesos diferentes, uma constante permanece: sempre seremos mais questionadas e julgadas em todos os lugares que nos propusermos a ocupar. Eu acredito que uma consultoria de marca brasileira precisa se entranhar na cultura do país, ter sensibilidade para entender o cenário macro e ter pensamento crítico. A CosmoBrasileira é a materialização dessa visão porque acredito nela – e sigo em frente. O mundo precisa, urgentemente, de mulheres comprometidas com o progresso e que valorizem seus jeitos únicos de liderar e empreender para criar modelos mais sustentáveis de negócios. Estamos prontas e esta é a hora certa! *Fundadora e Líder de Estratégia da CosmoBrasileira. Conheça a CosmoBrasileira

Comunicando com propósito no Meetup CIVI-CO

Falar, digitar, explicar, registrar, fotografar… Afinal, o que é comunicação para você? Somos bombardeados diariamente por ondas de informações por todos os lados, mas quanto desse conteúdo “involuntário” é relevante para a sua vida? Quanto dele você realmente absorve e como faz isso? Já parou para pensar que você também interage como um meio de comunicação que influencia as pessoas ao seu redor? Então, para combater a desinformação é necessário ter o domínio de determinadas técnicas e consciência do impacto gerado pela mensagem disseminada. Leia: Fake News: A força da (des)informação na rede Pensando nesse potencial que cada pessoa tem de ser um(a) comunicador(a) e na necessidade de uma comunicação transparente no mundo dos negócios de impacto, no último dia 12 de maio, o CIVI-CO realizou um Meetup com o tema “Comunicação com Propósito”. O encontro entre comunicadores(as), empreendedores(as) e a sociedade civil dialogou sobre a importância de transformar através da informação. O evento proporcionou um dia de reflexões e aprendizados, além de um painel com a presença de especialistas em Comunicação, como: Jairo Malta (jornalista e colunista da Folha de S.Paulo), Cris Guterres (jornalista e apresentadora da TV Cultura) e Ana Claudia Ferrari (editora-chefe da SSIR Brasil). Comunicação aliada  Nesta conversa onde o princípio de “Comunicação com Propósito” se materializou e ganhou forma, os(as) comunicadores(as) partilharam experiências sobre como a informação com responsabilidade socioambiental pode ser uma aliada para as causas de impacto e para difundir as métricas ESG e os ODS. “Nosso principal objetivo é proporcionar um protagonismo das pessoas pretas, periféricas, LGBTQPAI+. A gente conseguiu conquistar esse espaço dentro de uma TV pública e aberta, que tem sinal para todo Brasil, o programa tá no ar há dois anos, em seis meses de programa nós ganhamos o troféu mulher imprensa como melhor programa com temática diversidade na televisão brasileira”, afirmou Cris Guterres, sobre o seu programa “Canal Livre”. Ao decorrer do dia aconteceram oficinas com Robson Rodriguez (fundador da Influência Negra) e Luciene Antunes (fundadora da Oficina de Impacto). A programação também incluiu os pitches de membros da Comunidade CIVI-CO e um almoço delicioso com a comida afetiva preparada pela chef Thayná Negreiros da Alimento. Conheça nossos canais e conteúdos audiovisuais de Mídia e Comunicação!

O Novo e o De Novo

Por Carlos Beltrão*  Sempre pensamos em nós como um povo que tem história, passado, ancestralidade… mas nunca como um que tem futuro. Afinal, ele nunca nos pertenceu. Antes, pelo fato de nascermos apenas para trabalhar, sofrer e morrer escravos; Depois, devido à estigmatização de uma abolição que conseguiu tornar a nossa liberdade (tão sonhada e desejada) em algo pior que a própria escravidão. Mas eis que a mais recente mudança de gerações nos traz o alento de um horizonte não mais apenas distante e inalcançável. Ventos da mudança começam a soprar como brisa no rosto e podemos, talvez pela primeira vez em nossa existência, vislumbrar aquilo que não conhecemos. Apesar de ainda não enxergarmos um modelo de país sendo gestado nos corredores do poder, já nos tornamos sensíveis às pegadas de um amanhã que se aproxima. É certo que ele ainda vem furtivo, talvez evitando chamar a atenção para si, receoso pelo risco de ser esmagado antes de ganhar corpo, de deixar de ser sonho. Contudo, ele continua vindo (e isso é o que importa!), se aproximando e estabelecendo suas próprias marcas através da determinação dos jovens em não mais aceitar comportamentos tóxicos baseados em distinções de cor, raça, gênero, escolhas sexuais, idade, capacidade, peso e origem; ele se anuncia também nas pautas ESG adotadas pelas empresas como forma de atender à cartilha dos “donos do dinheiro”, como já havia sido feito antes, no fim do tráfico negreiro. E, mesmo sabendo que não é por bom senso, empatia ou humanidade do lado corporativo, aceitamos seus frutos como se realmente nos fossem oferecidos de bom grado, como se não habitassem o mesmo quadrante da reparação que nunca veio, da compensação de uma exploração linear de pais, filhos, netos, bisnetos e tataranetos… como se viesse como justiça e não apenas como interesse e oportunidade para algum novo tipo de exploração. Mas se quem nunca comeu doce, quando come se lambuza, imagine o tamanho da nossa comemoração quando a fresta de uma janela, que nunca se abriu, deixa entrar este raio de sol. O corpo já sente o calor mesmo antes dele alcançar a pele. A alma já se expande para preencher as lacunas que a exclusão, a criminalização e o medo (da ausência de futuro) ocupavam há séculos. É claro que não estamos sentados aguardando que as barreiras se rompam… isso certamente não acontecerá, não em nosso tempo. Nossa mobilização agora assume os contornos de um hub de inovação… a inovação social que traz consigo o uso de tecnologias para identificar Ambientes Seguros para a diversidade; a capacitação de colaboradores e líderes para lidar com a inclusão no local de trabalho; e robôs de software para atender simultaneamente todas as denúncias e pedidos de assistência jurídica e apoio psicológico de que as vítimas do racismo diário carecem. Assim, por meio da colaboração, da integração de times diversos e ferramentas de baixo código, nos desdobramos em milhares, estando prontos para atender milhões. Hoje, somos a força de um programa que materializa o ideal de Mandela e o sonho de Martin Luther King Jr. na busca diária da convivência pacífica e respeitosa entre as pessoas, desconstruindo as bases do racismo em suas diversas formas de manifestação. Como forma de assegurar isso, estruturamos o programa #RacismoZero – baseado em 3 pilares que operam como as políticas públicas de saúde – para eliminar a doença social conhecida como racismo: (i) promovendo a saúde através do Antirracismo; (ii) prevenindo a doença a partir de uma rede de Ambientes Seguros; e (iii) reabilitando o doente por meio da plataforma Acolhe, de atendimento gratuito às vítimas. E, com isso, acreditamos ter encontrado uma maneira de romper com um passado que nos perseguiu por gerações. E de, finalmente, poder construir O NOVO e descartar o “de novo”. Para que ele não mais se repita. Esse é o futuro que estamos construindo: desconhecido, cheio de diversidade e justiça social. Qual é a Pegada Social que você vai deixar neste mundo? Participe do movimento  *Head de Inovação da Universidade Zumbi dos Palmares e Coordenador Geral do programa #RacismoZero.

CIVI-CO na 2ª Medical Cannabis Fair

Como um grande apoiador e fomentador da cannabis medicinal, o CIVI-CO esteve presente em dois dos principais eventos do setor nos dias 4 e 5 de maio, em São Paulo. A segunda edição da Medical Cannabis Fair e do Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal movimentou o ecossistema e apresentou novidades e tecnologias para profissionais da área e agentes do setor. Ambos os eventos são realizados pela plataforma Sechat, com o propósito de proporcionar conhecimento e informação, e reuniram as principais empresas do mercado da cannabis medicinal do Brasil e do mundo, com expositores e participantes de países como: Argentina, Uruguai, Colômbia, Paraguai, Espanha, Israel, Canadá e Estados Unidos. Além da pluralidade de países, a Medical Cannabis Fair apresentou uma ampla gama de áreas e segmentos: Farmacêuticas; Clínicas; Educação; Têxtil; Cosméticos; Tecnologia; Agricultura; Operação Financeira; Veterinária; Dados; Genética; Institutos e Associações. Inovação e Articulação Eventos como esses, que abrangem as diversas utilidades da planta, são iniciativas estratégicas para a criação de uma frente ativa e organizada, porque difundem a pauta e a tornam mais acessível. Assim, fomenta-se o debate em torno da liberação e do acesso desse produto, que pode ser fonte de geração de renda para o país. Atualmente, mais de 95% dos insumos utilizados para a produção de remédios à base de cannabis no Brasil são importados. Ou seja, as empresas precisam trazer de fora a matéria-prima para fabricação das formulações, sendo que o nosso país possui todas as condições de plantio favoráveis. Comunidade Verde O CIVI-CO foi representado no evento através da The Green Hub, a primeira aceleradora de startups ligadas à cannabis medicinal e industrial no Brasil. A plataforma potencializa iniciativas visando o avanço da regulamentação no país através da inovação e tecnologia, pesquisas no setor e resoluções governamentais. A The Green Hub faz parte da Comunidade CIVI-CO e participou ativamente da Medical Cannabis Fair, com presença nos painéis do Congresso e stands da Feira. Eles também tiveram um momento para apresentação de pitches das suas aceleradas e divulgaram o “Dicionnabis”, ebook lançado em parceria com o CIVI-CO e o IPSEC Brasil. Conheça o Dicionnabis A empresa foi pioneira ao relacionar as métricas ESG e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU com a pauta da cannabis, lançando recentemente um relatório de compromissos com as causas socioambientais e promovendo o 4° Cannabis Thinking focado nas questões raciais. “É uma preocupação com o meio ambiente e com o social. Quando a gente faz isso tem que ser propositivo. Não faz sentido uma pessoa estar presa [por causa da cannabis] enquanto outras estão ganhando um monte de dinheiro aqui fora”, pontua Alex Lucena, sócio e Head de Inovação da The Green Hub. Baixe o “Relatório ESG” da The Green HUB

A mulher e o saneamento básico

por Renata Moraes* Não é novidade que o setor de saneamento básico é predominantemente masculino. E, diante do mês em que o calendário mundial enfatiza duas importantes datas – 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e 22 de março, Dia Mundial da Água – convido você a fazer uma reflexão sobre esses dois temas. Em 2023, quase 35 milhões de pessoas no Brasil ainda vivem sem acesso à água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta e ao tratamento do esgoto. Cenário praticamente medieval, que resulta em um contexto de saúde pública com alta incidência de doenças de veiculação hídrica, que poderiam ser facilmente evitadas com o mínimo de condições dignas de habitação e saneamento. Recentemente, o Instituto Trata Brasil divulgou a segunda edição do estudo “O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira”. Segundo a publicação, uma em cada quatro mulheres não são abastecidas com água tratada com regularidade, além de 41,4 milhões ainda residirem em casas sem coleta de esgoto. E para nossa surpresa, indo na contramão do que se esperava com o passar dos anos, o índice de mulheres sem banheiro em casa cresceu, passando de 1,6 milhão para 2,5 milhões. Nesta segunda edição do estudo, ainda foi realizada uma análise sobre como a falta de saneamento básico impulsiona a pobreza menstrual. O relatório também reforça que o acesso universal ao abastecimento de água e coleta de esgoto poderá tirar mais de 18 milhões de mulheres da condição de pobreza. Créditos: Instituto Trata Brasil (2022) Esses números escancaram as consequências e o impacto negativo da falta de saneamento básico na vida dos brasileiros, em especial das mulheres, e aprofundam ainda mais o abismo que é a desigualdade de gênero no país, deixando evidente que a mulher é certamente a maior excluída quando o assunto é o saneamento básico. Acesso com equidade Diante desse contexto, é inconcebível a formulação de estratégias e políticas públicas e privadas para se atingir a universalização do saneamento básico que não tenham a mulher como um elo fundamental para o acesso a condições sanitárias dignas a todos os habitantes do planeta. O cenário fica ainda mais sem sentido quando passamos a constatar que é a mulher, na maioria das vezes, a protagonista nos cuidados e asseios da família e do lar. A alma feminina está essencialmente ligada a características tais como sensibilidade, criatividade e senso de cuidado, com o outro e com o meio ambiente. E para promover o desenvolvimento sustentável, esse cuidado é fundamental para a transformação do status quo. Para impulsionar esse movimento, o Instituto Iguá apoia o acesso à água tratada e ao saneamento para comunidades em situação de vulnerabilidade social; estimula a criação de soluções inovadoras e, visando contribuir com um impacto sistêmico e em maior escala, contribui com a formulação de políticas públicas para o setor. Isso tudo buscando sempre envolver outros atores e parceiros estratégicos, pois acreditamos que juntos certamente vamos mais longe. Soluções coletivas Iniciativa do Instituto Iguá leva tratamento de esgoto para comunidade do interior de SP Créditos: Luan Santos / Reprodução Uma das nossas iniciativas coletivas é o “Comunidade Lab” realizado na Vila Moraes (no município de São Bernardo do Campo, grande São Paulo), comunidade onde residem cerca de 500 famílias (boa parte delas liderada por mulheres), sem nenhuma estrutura de coleta e tratamento de esgoto. A região se trata de uma área de preservação ambiental próximo à Represa Billings. Em parceria com a Associação Biosaneamento, Scania e diversos outros parceiros, o trabalho tem sido transformar a comunidade em um laboratório a céu aberto, através da implantação de tecnologias descentralizadas, acessíveis e sustentáveis para a coleta e tratamento do esgoto, assim como do envolvimento da população local na sua implantação e manutenção. Os esgotos e resíduos domésticos são usados para a geração de biogás e biofertilizante. Essa e outras iniciativas que contribuem para a universalização do acesso ao saneamento no Brasil têm levado dignidade à população mais vulnerável, especialmente às mulheres, demonstrando que pessoas realmente importam.  Portanto, para o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, mais do que parabéns, desejo respeito, cuidado, água tratada e coleta de esgoto. Afinal, o saneamento só será básico quando for realmente para todos e todas! *Diretora Presidente do Instituto Iguá. Conheça o Instituto Iguá

Venha passar um dia no CIVI-CO?

No último dia 28 de abril, o CIVI-CO reabriu as portas para a imersão de empreendedores(as) de impacto externos à Comunidade. O CIVI-CO Day marcou a retomada das atividades para esse público que deseja conhecer e se aprofundar sobre o nosso ecossistema de impacto socioambiental.  Perguntas, dúvidas, novidades, trocas… foi uma experiência única! É inspirador observar a interação dos(as) nossos(as) visitantes, que toparam imergir nessa jornada de impacto durante uma manhã repleta de tudo aquilo que o CIVI-CO proporciona: transformação positiva.   Os olhares atentos a cada apresentação demonstravam o interesse dos(as) participantes, que se engajaram do começo ao fim da imersão. Das boas-vindas feita pelo nosso Gestor de Comunidade, Pedro Jangada, passando pela rodada de pitches de iniciativas da Comunidade, até o bate-papo no rooftop. A Comunidade por ela mesma O ponto alto da visita foi a apresentação de alguns dos nossos membros, que foram além de mostrar suas iniciativas. Eles também trouxeram suas perspectivas sobre a relação com a Comunidade CIVI-CO e como essa organização coletiva pode ajudar no impacto socioambiental.  E para representar a diversidade da nossa atuação, tivemos apresentações de membros da comunidade física (residentes) e digital, como:  Fervura no Clima (@fervuranoclima) Compre de uma Mãe Preta (@compredeumamaepreta) Herself (@herselfbrasil)  Positiv.a (@positiv.a) Como é trabalhar no CIVI-CO? Cada membro se apresentou mostrando sua atuação dentro do ecossistema de impacto, suas soluções e como utilizam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as métricas ESG para balizar e coordenar as ações no dia a dia.  Ao final, fizemos um passeio guiado por todos os andares do prédio do CIVI-CO e finalizamos a visita com a entrega de kits com “mimos” da Comunidade, que deram uma amostra do impacto positivo que ela produz.  E aí, ficou com vontade de conhecer mais sobre a Comunidade CIVI-CO? Então fique atento(a) às nossas redes sociais para saber quando será o próximo CIVI-CO Day.  Participe do “Meetup CIVI-CO: Comunicação com Propósito”

Educação e Cultura são aliadas do futuro

por Adriana Castro*  Durante seis meses, vivenciamos momentos incríveis no projeto cultural “Jovens Agentes Culturais em Ação”, com estudantes adolescentes da comunidade da Escola Estadual Eurípedes Simões de Paula, localizada no bairro do Grajaú (SP). Partimos do “eu” para chegar no “tu” e depois no “nós”, descobrindo e valorizando os saberes culturais da região. Iniciado em 2022, com término previsto para junho de 2023, o projeto desenvolvido pela Labor Educacional ofereceu formação para um grupo de 10 jovens como agentes culturais para a elaboração de planos relacionados à cultura. Os eixos que nortearam o projeto foram: estímulo à criação coletiva, descoberta e compartilhamento, promovendo o protagonismo e autonomia. Um olhar para o que está acontecendo em nossa realidade histórica cultural, social, econômica de forma sistêmica e integrada. Transformação pela Cultura Fotos: Labor Educacional A primeira etapa do projeto focou na sensibilização com o autoconhecimento e propósito. No entanto, ela não ficou restrita à primeira etapa, pois se repetiu em todos os encontros, com o intuito de manter o engajamento e desenvolvimento socioemocional dos estudantes. “Minha maior qualidade é a liderança, porém meu desafio é ser aceita pela minha cor preta”, declarou uma das alunas. Durante uma dinâmica de outra atividade, os jovens compartilharam seus sonhos, medos e frustrações. Conversaram sobre as suas vivências e compreenderam a importância de praticar o autoconhecimento. Desenvolver certas habilidades dentro do relacionamento intrapessoal pode ser benéfico dentro do ambiente de trabalho. Na segunda etapa, os jovens vivenciaram a aplicação de algumas ferramentas participativas e realizaram o mapeamento dos gostos culturais da comunidade escolar. O projeto tinha recursos para atender a 120 alunos em 4 modalidades culturais. Foram definidas as oficinas de maior interesse: teatro, capoeira,  música e dança. Para a terceira etapa, elaboramos o plano de ação do projeto cultural, com acompanhamento de todos os alunos. Dessa forma, toda a comunidade escolar poderá acessar o planejamento, a aplicação, o monitoramento, a avaliação e a sistematização do plano de ação semestral, com as atividades artísticas escolhidas. Houve muita aprendizagem nessa etapa, pois os alunos foram interlocutores entre os gestores da escola e os profissionais que atuariam nas oficinas oferecidas, atuando na comunicação do projeto na escola. Eles também foram responsáveis pelos relatos das participações e do desenvolvimento de cada um. Além das oficinas presenciais, marcamos alguns encontros online para tirar dúvidas, orientações e também para que se sentissem sempre apoiados no desenvolvimento de suas atividades, mesmo à distância. O apoio do professor Ricardo Graveto foi importante para o projeto em todos os momentos, bem como o da direção da escola. Na quarta etapa do projeto, os alunos criaram um site para apresentar a sua escola. A quinta e última etapa acontecerá no próximo mês de junho, com a presença dos 120 alunos participantes do projeto e a apresentação do plano cultural dos jovens agentes culturais, com a avaliação do processo e resultados obtidos. Alunos durante as atividades culturais do projeto | Fotos: Labor Educacional Dupla de sucesso A escola deve ser sempre um ambiente de valorização e disseminação da cultura, sendo um lócus fundamental para potencializar e irradiar essa visão para a comunidade. O conhecimento é amplo e vasto e necessita ser acessado por todos os meios. Educação e cultura contribuem igualmente na formação integral dos cidadãos. Quando educadores, pais e alunos entendem essa importância, os canais de compreensão da realidade se ampliam e o ser humano passa a sentir e perceber novos rumos possíveis em sua trajetória de cidadão: incorporando a prática do saber coletivo, praticando a livre expressão das ideias, compreendendo melhor o mundo e transformando o meio em que vive. Ao valorizar a arte dentro das escolas e da comunidade por meio de projetos como o “Jovens Agentes Culturais em Ação”, os estudantes pesquisam sobre a cultura local, orgulhando-se de suas raízes, respeitando as diferenças, realizando diálogos interculturais e, principalmente, fortalecendo sua comunidade. A arte incentiva a busca do conhecimento em diversas áreas, contribuindo para o ensino e o aprendizado enquanto melhora a condição do estudante como pessoa humana. Além disso, a arte é democrática: todos podem participar, sem diferença de idade, gênero, crença, etnia, etc. Assista ao vídeo do projeto: https://www.youtube.com/watch?v=vFNgAT2p6-w Leia o depoimento de alguns alunos: “Estou aprendendo muito com esse projeto, a ser mais responsável, aprendi novos conhecimentos sobre nossa cultura, ferramentas participativas, a dividir tarefas com meus colegas. Ainda vou ganhar certificado”. “Entendi que faço parte de uma equipe, que todos devemos ajudar, cada um com sua habilidade para que o projeto flua!” Fotos: Labor Educacional “Compreendi minha responsabilidade. Se eu não fizer o que combinei, atrapalho a equipe!” “Me senti importante em participar das reuniões com os gestores e estar a frente de um projeto tão importante que está sendo divulgado para toda a comunidade.” *Formadora da Associação Labor Educacional.

Além do escritório e do home office

Não importa se você está em casa ou no ambiente de trabalho. Ninguém merece ficar só na frente do computador o tempo todo. Às vezes, para a motivação das atividades laborais é necessário, literalmente, ampliar nossos horizontes e respirar outros ares. Para isso, existem atividades muito importantes que mantêm os colaboradores da empresa engajados e felizes: os eventos empresariais. E existem vários modelos: encontros, festas, treinamentos, happy hours e por aí vai! Os eventos corporativos são uma oportunidade para relaxar, se divertir e conhecer pessoas novas. Eles fazem toda a diferença para manter a criatividade, o bom humor e um clima saudável no ambiente de trabalho.. Novos modelos Segundo dados da Abrape, em 2021 o mercado de eventos apresentou um crescimento de 400% em relação a 2020, movimentando cerca de R$ 75,4 bilhões em consumo e gerando R$ 4,65 bilhões em impostos federais. Esse setor é responsável por cerca 4,32% do PIB nacional em 2022, gerando mais de 2 milhões de empregos durante o ano. O CIVI-CO, por exemplo, é  um espaço inovador que se adaptou nesse período pós-pandêmico para a realização de eventos. Com auditório, rooftop e salas com infraestrutura completa, equipamentos modernos e uma equipe treinada para dar o suporte durante a realização. Conheça o nosso espaço Pontos positivos  Sabe por que esses eventos são tão importantes? Porque eles ajudam a criar um ambiente de trabalho mais descontraído e colaborativo, onde a equipe pode se conhecer melhor, se divertir e aprender ao mesmo tempo. E isso não é só papo furado, não! Conheça alguns dos principais benefícios desses eventos: Proporcionam uma oportunidade para que os colaboradores se conheçam melhor e desenvolvam relações mais fortes. Em muitas empresas, as equipes trabalham em diferentes projetos e áreas, o que pode dificultar o relacionamento interpessoal. Eventos como happy hours, atividades de integração e jogos em equipe podem ajudar a quebrar as barreiras e promover um ambiente mais colaborativo. Reforçar a cultura da empresa. Através de palestras, workshops e outras atividades, os colaboradores podem aprender mais sobre os valores, missão e visão da empresa. Isso não apenas ajuda a alinhar a equipe em relação aos objetivos da empresa, mas também cria um senso de pertencimento e engajamento com a organização. Eventos empresariais podem ser usados como uma ferramenta para o desenvolvimento profissional dos colaboradores. Treinamentos, workshops e palestras ministrados por profissionais experientes podem ajudar a aprimorar as habilidades dos colaboradores e capacitá-los para novos desafios. Essas atividades também podem ajudar a manter a equipe atualizada sobre as tendências e novidades em sua área de atuação. Além disso, a realização de eventos empresariais também pode ter um impacto positivo na saúde mental dos colaboradores. O trabalho pode ser estressante e exaustivo, mas eventos como massagens, yoga e atividades físicas podem ajudar a reduzir o estresse e promover o bem-estar. Isso não apenas melhora a qualidade de vida dos colaboradores, mas também aumenta a sua produtividade e satisfação no trabalho. Acho que já deu para perceber que essas atividades são muito importantes para manter a equipe engajada e satisfeita. Então, se sua empresa ainda não participa desses eventos, sugiro que desenvolvam essa cultura junto com a equipe e tente incentivar a realização deles. Tenho certeza de que todo mundo vai adorar! Se você busca um espaço inovador para o seu evento, o CIVI-CO é a escolha ideal! Temos diversas opções de formatos para você personalizar do seu jeito. Invista no bem-estar da sua equipe e faça seu evento no CIVI-CO

ESG do jeito certo

Por Iara Vicente* Os últimos anos têm gerado intenso hype em torno do termo ESG. A sigla comprime o termo Ambiental, Social e Governança (Environmental, Social & Governance, em inglês), e deveria ser um aceno do mundo corporativo às demais complexidades envolvidas no ambiente de negócios, além da dinâmica de lucro e investimento, ou perdas e ganhos financeiros, que o define. É saudável que executivos e CEOs a nível mundial estejam dispostos a se posicionar e a integrar temas sociais, ambientais e a boa governança em seus modelos de negócios. Por outro lado, o que não é saudável é que exista a banalização, ou ultra-simplificação, de toda a complexidade social, ambiental e do debate sobre transparência e combate à corrupção. Isto é o ESG do jeito errado. No jeito errado, vemos uma série de distorções acontecerem. A primeira delas é a consideração de que o estudo e análise de perspectivas ESG são um fim em si mesmo, ou ainda possíveis de serem dominadas em curtos períodos de tempo ao nível de especialista. Quando falamos da letra “E” (“ambiental”), falamos de temas complexos e profundos como compensação de carbono, logística reversa, crise climática, racismo ambiental, dinâmicas e conflitos fundiários, ocupação e uso do solo, acesso e gestão de patrimônio genético, redução do desmatamento, crimes ambientais e seu papel no modelo de negócio de algumas indústrias – para citar alguns dos ângulos possíveis. Quando falamos do “S” (“social”), estamos falando de políticas de remuneração, qualidade de vida no ambiente de trabalho, comércio justo, economia solidária, ações afirmativas, antirracismo, anticapacitismo, antissexismo, anti-LGBTQI+fobia, entre tantos outros temas. O “G” (“governança”) traz uma densa carga vinculada à discussão de combate à corrupção, transparência em gestão, melhores práticas de automatização processual, compreendendo uma gama de assuntos que vão desde o não-crime, a não-participação em corrupção, até assuntos da ordem do dia de negócios como, a necessidade de se haver políticas e diretrizes internas para assuntos corporativos, avançando até o uso de tecnologias em WEB3 e semelhantes para trazer à luz processos de cadeias produtivas complexas. Padrão ESG É, portanto, crível considerar que uma pessoa alheia aos ecossistemas onde se discutem estas questões poderia dominá-los todos em um curto período de tempo? Ou que cursos de pequena duração de fato formam especialistas em tudo isto – E, S e G?  O senso comum indica que não, mas não é o que se vê nas salas de negócios país afora. É preciso que haja um tipo de “padrão ESG” para o próprio profissional ESG. Nesta desmobilização, quem tende a ser mais afastado do debate são as populações, setores e iniciativas que não estão contempladas e/ou focadas no debate corporativo/financeiro. Para citar alguns: organizações e lideranças pertencentes ou conectados às causas de povos indígenas, população negra, movimento de mulheres, movimento LGBTQIAP+, trabalhadores do campo e da cidade, movimentos filantrópicos de base, a ciência engajada, dentre outros. E para que os debates ESG tenham relevância, coerência e proteção reputacional no mundo real, para além do marketing corporativo, é preciso que se esteja em debate constante justamente com estes atores. Existe ainda a questão da legitimidade. É necessário aferir se os valores, tecnologias, instituições e parâmetros são confiáveis, respeitados em seu campo de atuação, e se têm legitimidade (técnica, reputacional, política) para dialogar com os temas a que se propõem. Esta é a noção de especialidade que o campo ESG precisa construir: a compreensão de que especialidade ESG se constrói e se valida no ecossistema de impacto social, no front das causas e emergências socioambientais. Aposte no jeito certo Então,  como atuar no campo ESG do jeito certo? Seguindo a mesma lógica dos argumentos anteriores, o primeiro passo é a não-banalização das causas. Cada uma dessas letras (E,S e G) traz em si um compêndio de problemas complexos que precisam ser endereçados com a complexidade que merecem. Instituições, empresas, especialistas devem conhecer bem seu campo de ação, e melhor ainda seus limites. Assim, garantimos que as contribuições dadas sejam coerentes e protegemos nossos negócios de riscos reputacionais, jurídicos e ecossistêmicos. Alie-se a pessoas, organizações e empresas que possuam experiências profissionais, qualificações e vivências compatíveis com nível de robustez atrelada ao título de especialista. Cabe aos gerentes de setores ESG de empresas saber distinguir o tipo de expertise ESG necessária para sua indústria e buscar um olhar crítico para as qualificações necessárias para lidar com problemas de tal complexidade. Entre a ampla gama de temas e instrumentos existentes para se realizar um bom trabalho ESG estão hard e soft skills, incluindo um nível de senioridade que é construído em ambientes não convencionais (e ainda assim, insubstituíveis): beira de rios, dentro de matas, vielas de periferias, chão de ocupações, fóruns de movimentos diversos, laboratórios científicos engajados. Do ponto de vista social, mais do que construir estratégias ESG para beneficiar populações sub-representadas ou minorizadas, é importante construir estas estratégias com estas populações. Saber consultar, ouvir, perguntar, co-desenhar e co-liderar iniciativas é fundamental para garantir o empoderamento que o stakeholder capitalism promete. O olhar apurado de especialistas que trazem em sua história de vida a experiência nestes grupos sociais também é uma contribuição relevante. O ESG do jeito certo, da forma como acreditamos na Nossa Terra Firme Consultoria, é um ESG onde se constrói a legitimidade de agendas, propostas, coalizões e colaborações ao longo do tempo, na caminhada com quem também está a se esforçar ativamente na construção de um mundo melhor. É por sermos “mais um” somando nas causas, há anos, que a gente se destaca. É por construí-las no dia a dia que construímos a confiança seja em nossos parceiros da base, seja em nossos parceiros corporativos. E acreditamos que, do jeito certo, o ESG pode sim ser um vetor de transformação para a vida de brasileiros e brasileiras. *Iara Vicente é fundadora da Nossa Terra Firme

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