Cannabis: um caso de justiça ou injustiça?
Desde o voto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para descriminalizar o porte de maconha para consumo pessoal, na última quarta-feira (2), o tema tomou grande proporção nas mídias e na sociedade, causando entusiasmo e esperança nos apoiadores da planta. Porém, vale ressaltar que o tema nunca saiu da mídia, só que agora estamos vendo sobre uma outra ótica, mais otimista e classista. A chamada “guerra às drogas” e todas as suas consequências sempre estiveram estampadas nas capas dos jornais e das revistas brasileiras, tratada de forma rasa e sensacionalista. LEIA: Cannabis é Saúde: pesquisa sobre o uso medicinal da cannabis Uma questão de cor O preconceito foi – e ainda é – explícito, principalmente porque a grande maioria dos envolvidos, encarcerados ou mortos é a população negra e periférica. No julgamento e na justificativa do voto favorável à descriminalização, o magistrado afirmou que a lei em análise no Supremo aumentou o número de presos por tráfico de drogas. Moraes declarou que dados oficiais mostram que 25% dos presos no Brasil (201 mil) respondem por tráfico de drogas. O ministro do STF, baseado em dados, afirmou que a média apreendida no caso de analfabetos e negros acusados como traficantes é de 32 gramas. Já para o caso de pessoas com curso superior e brancas é de 49 gramas, uma diferença de 52%. LEIA: Plantando saúde e reparação: o uso terapêutico da maconha nas favelas do Rio de Janeiro Uma solução responsável Alexandre de Moraes apresentou um critério para distinguir entre usuários de maconha e traficantes da substância: a posse de uma quantidade que varia de 25 a 60 gramas ou o cultivo de seis plantas fêmeas. Conforme a opinião do juiz, essa faixa é flexível. Na prática, isso significa que os policiais podem efetuar prisões em flagrante de indivíduos que estejam portando quantidades inferiores à estabelecida, “desde que possam fundamentar de maneira sólida a presença de outros indicadores que caracterizem o tráfico de drogas”. O Supremo Tribunal Federal está avaliando a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei das Drogas (Lei 11.343/2006). Para discernir entre usuários e traficantes, a norma estipula sanções alternativas, como prestação de serviços comunitários, advertência sobre os efeitos das drogas e participação obrigatória em programas educativos para aqueles que adquirirem, transportarem ou portarem substâncias entorpecentes para uso pessoal. O julgamento O andamento do julgamento foi interrompido após o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, solicitar à Presidente do Tribunal, Rosa Weber, o adiamento da continuação do processo. A data para a retomada ainda não foi definida. O Tribunal retomou o julgamento do processo que discute a descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal, que estava parado desde 2015, com o voto de Moraes. Agora, quatro votos são a favor de não considerar crime a posse de maconha para uso próprio: além de Moraes, Edson Fachin e Roberto Barroso também votaram nesse sentido em 2015. Gilmar Mendes votou a favor da descriminalização do porte para consumo pessoal, sem especificar tipos de drogas. Você é a favor ou contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal? Deixe sua opinião aqui nos comentários.
Transformação para além da beleza
por Makeda Cosméticos Sheila Makeda e Shirley Leela são irmãs sócias. Juntas, fundaram a Makeda Cosméticos em 2012, oferecendo uma linha de produtos veganos para pessoas com cabelos crespos, cacheados e ondulados. Inspiradas pela mãe, Sandra, elas queriam desenvolver um produto que garantisse a saúde capilar e a preservação ancestral do cabelo, melhorando a autoestima das mulheres negras. Empreendedoras conscientes, as irmãs Makeda sabiam que o seu produto poderia gerar mais do que receita financeira – ele também promoveria impacto social. Em 2020, criaram o projeto “Makeda Terapeutas”, uma iniciativa que capacita mulheres periféricas, negras e afrodescendentes, tornando-as empreendedoras e “terapeutas da beleza”. A Makeda Terapeuta está alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 – Igualdade de Gênero, da Agenda 2030 da ONU. Através de uma plataforma digital, a Makeda oferece cursos online sobre vendas, marketing e métodos de como utilizar os produtos em clientes. Essas aulas visam capacitar as mulheres para o mercado de trabalho, tornando-as profissionais autônomas e independentes. Além de promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, o Makeda Terapeutas também está alinhado ao ODS 10 – Redução das Desigualdades. A proposta do projeto não é apenas tornar a mulher financeiramente independente, mas combater um problema estrutural: desigualdade de oportunidades. Ser uma mulher empreendedora no Brasil não é fácil, especialmente com as barreiras e desigualdades contemporâneas. Porém, o aspecto socioambiental sempre foi o alicerce da Makeda Cosméticos, porque não tem como construir um futuro próspero sem quebrar as barreiras sociais, econômicas e raciais que ainda privam as pessoas de oportunidades de emprego e educação. Compre os produtos Makeda
O Bem Viver é de onde nós partimos
Por Iara Vicente* De nossas artérias, nossas raízes”, foi uma instalação de arte que vi pintada nas raízes de uma árvore majestosa na Universidade de Brasília há quase dez anos atrás. Essa mensagem segue comigo até hoje, e explica de forma simples a sustentabilidade na minha vida. Meu caminho profissional me levou a outra forma de encarar essa forma de existir perante a natureza, entre mundo humano e o mundo não humano, entre o aye e o orun. Esta forma mais convencional, cheia de dados e gráficos, de desejos científicos para evitar o fim do mundo e as mudanças irreversíveis do clima, para mim é apenas a superfície do que a sustentabilidade realmente significa enquanto modo de vida. Claro, não morrer, enquanto planeta, também é uma luta por um modo de vida – qualquer um que seja, e todos, ao mesmo tempo. Viver pra lutar mais um dia também é vida, mas a opção radical pela existência junto à natureza é bem mais profunda. Fala de outros ritmos de vida, outros pontos de vista e outras noções sobre o que vale a pena se viver e do que se vale cuidar. É, sobretudo, de natureza ancestral das comunidades originárias do Sul Global, de todos os continentes, e no caso do Brasil, especialmente da África e Américas como existiram antes da colonização. O conceito de bem-viver foi popularizado, para além de suas comunidades originais e as redes de debate/ação política que as cercam, principalmente em sua formulação Qéchua. Mas a verdade é que o bem-viver é um conceito que representa questões caras aos diversos povos indígenas, quilombolas, seringueiros, extrativistas, colonos, ribeirinhos, quebradeiras de coco de babaçu e todas as demais populações tradicionais da América Latina. A origem da experiência prática deste conceito, no entanto, sempre está, de forma mais nítida ou mais sutil, ligada a estes reservatórios de saber ancestral e coletivos. Há a tradicionalidade que não exigiu reencontros – a experiência dos povos indígenas brasileiros, latino-americanos e africanos. Há também as tradições que se ocupam por nutrir, retornar, recriar, cultivar, aprender e reaprender valores herdados ou compartilhados por estes legados ancestrais africanos e indígenas. Compreender a herança é algo relativamente intuitivo. Logo se vê que estamos falando de povos da floresta, mangue, caatinga (e outros biomas), que nunca se afastaram completamente destes conhecimentos, da sua relação com o meio ambiente, e com o que se entende por viver bem – bem-viver – do modo tradicional. Povos que conseguiram se aquilombar, todas as nações indígenas, populações ribeirinhas e pescadores artesanais são bons exemplos desta relação com a tradição. São povos que carregam nas suas histórias de resistência a conexão com virtudes compartilhadas por gerações a perder de vista. Porém, o bem-viver ecoa também nas populações que se reconciliaram com a floresta, que encontraram outras formas de viver, ser e sonhar. É o caso dos seringueiros, trabalhadores explorados em situação de escravidão moderna que, não sem conflitos…” Leia o texto completo: https://afrolatinas.com.br/instituto-afrolatinas/publicacoes/ Texto originalmente publicado no site Afrolatinas. Fundadora da Nossa Terra Firme.*
Celebre a sabedoria das empreendedoras negras latino-americanas e caribenhas
Em 25 de julho é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma data significativa para reconhecer a importância e a luta das mulheres negras dessa região. A comemoração nasceu com o intuito de ampliar as vozes das mulheres afrodescendentes e ressaltar suas contribuições históricas, culturais e sociais. Essa data foi escolhida em homenagem a Tereza de Benguela, líder quilombola do século XVIII que comandou o Quilombo de Quariterê, no estado do Mato Grosso, Brasil. Tereza é símbolo de resistência, liderança e luta pelos direitos de sua comunidade. O dia também é uma oportunidade de refletir sobre a discriminação enfrentada por essas mulheres, que carregam em si o peso da história de escravidão e da marginalização que persistem até os dias de hoje. Elas lutam por espaço, reconhecimento e igualdade em uma sociedade que ainda enfrenta profundos desafios em relação ao racismo e ao machismo. A mulher negra latino-americana, ao longo dos séculos, tem sido a base da construção de suas comunidades e culturas, sendo protagonista de movimentos sociais, políticos e artísticos que ajudaram a moldar a identidade de nossos países. Sua presença é inegável e essencial para a construção de um futuro mais justo e igualitário. Por isso é importante destacar o trabalho de mulheres que produzem grandes transformações na nossa sociedade. Fizemos uma seleção com algumas empreendedoras de impacto socioambiental para te inspirar nessa data tão importante. Conheça: Janine Rodrigues Educadora e fundadora da Piraporiando, desde cedo aprendeu que contar histórias é uma forma valiosa para fazer história. Começou a escrever aos 8 anos de idade, compartilhando seu olhar sobre como o mundo poderia ser melhor se todos tivessem perspectivas e oportunidades equânimes. Autora das obras literárias antirracistas e das metodologias educacionais da Piraporiando, criou a organização com o sonho de ajudar o mundo a ser um lugar cada vez melhor e mais justo. Thais Lopes Engenheira, designer de processos regenerativos e fundadora da Mães Negras do Brasil, startup que conecta e capacita mulheres líderes. Conduz tecnologias sociais para instituições que querem mudar o jeito de fazer negócios para se integrar a um futuro sustentável. Ajuda mulheres a converter o cuidado em economia, potencializando suas habilidades únicas para o benefício social e coletivo. Iara Vicente Especialista em impacto socioambiental com mais de dez anos de experiência em uso da terra, sustentabilidade e inovação no Sul Global. É fundadora da empresa de consultoria ambiental Nossa Terra Firme, que promove impacto social e ambiental por meio de estratégias blockchain. Trabalhou em diversas iniciativas afirmativas e de impacto envolvendo a Amazônia brasileira, ciência do clima, WEB3, comunidades indígenas e locais. Shirley e Sheila Makeda As irmãs Sheila Makeda e Shirley Leela são fundadoras da Makeda Cosméticos, linha de produtos para cabelos crespos, cacheados e ondulados. A empresa tem como missão incentivar nos cuidados do cabelo de forma saudável e auxiliando na construção de uma identidade positiva e com enfoque no empoderamento feminino. Também criaram o “Movimente-se com Makeda”, um programa de capacitação para mulheres negras e afrodescendentes periféricas a se tornarem empreendedoras. Fabiana Aguiar e Aline Odara Fundadoras do Fundo Agbara, primeiro Fundo Filantrópico de Mulheres Negras para Justiça Racial da América Latina, cuja missão é lutar por dignidade humana, equidade racial e de gênero. Juntas, promovem o acesso a direitos econômicos para mulheres negras, de forma individual e coletiva, oferecendo capacitações técnicas e políticas sobre raça, gênero e meio ambiente, além de apoio financeiro. Apesar desses exemplos inspiradores, precisamos reconhecer que as mulheres negras ainda enfrentam inúmeras barreiras, tanto sociais como econômicas. A falta de representatividade, a violência de gênero e o acesso restrito a oportunidades são algumas das questões urgentes que precisam ser enfrentadas. Portanto, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é uma oportunidade de celebrar suas conquistas até aqui, mas também de reafirmar o compromisso de combater todas as formas de preconceito e discriminação. É necessário dar voz, ouvidos e espaços para que essas mulheres possam compartilhar suas histórias, perspectivas e anseios, promovendo a valorização de sua cultura e sabedoria ancestral. Nesta data, unamo-nos em solidariedade e reconhecimento honrando a força, a beleza e a resiliência dessas mulheres, que inspiram e nos ensinam diariamente a importância de lutar por uma sociedade igualitária e diversa. Seus passos e vozes ecoam na história abrindo caminhos para um futuro brilhante e esperançoso para todas as gerações.
Cânhamo: novo aliado para um mundo mais sustentável
Por Marcelo Grecco* Os múltiplos usos do cânhamo (cannabis ruderalis, conhecido internacionalmente como hemp), planta que é uma das espécies da cannabis, podem ser muito importantes no caminho em direção a um planeta mais sustentável, atendendo tanto os anseios da sociedade, quanto de empresas com propósito e intuito de somar e não só lucrar. Hoje, é esperado que uma empresa agregue valor à vida dos colaboradores, à população e ao meio ambiente. É por tudo isso que boas práticas ambientais, sociais e de governança estão cada vez mais valorizadas no mundo. E o princípio disso tudo está na preservação do planeta. E como o cânhamo pode contribuir nesse sentido? Os benefícios ambientais são inúmeros. De plásticos a papel, passando por combustível e fitorremediação, a planta oferece boas alternativas para harmonia com o meio ambiente e os ecossistemas que o sustentam. 10 benefícios do cultivo de cânhamo para o planeta 1) Menos pesticidas no cultivo Ao contrário do algodão ou linho, que consomem cerca de 50% de todos os defensivos agrícolas no planeta, o cultivo do cânhamo tem um volume expressivamente menor na cultura. Quando defensivos são pulverizados na terra, podem facilmente se infiltrar nas fontes de água, como um rio, oceano ou lago, prejudicando todos os seres vivos que dependem delas. Além disso, essas substâncias têm sido associadas a câncer, defeitos congênitos, TDAH e doença de Alzheimer. Ou seja, representam riscos tanto para o meio ambiente quanto para a saúde do ser humano. Ao cultivarmos o cânhamo, podemos reduzir significativamente nossa exposição a toxinas e poluentes. 2) Plástico biodegradável Os blocos básicos de construção de plásticos são celulose derivada do petróleo, um elemento altamente tóxico. O cânhamo, por outro lado, é o maior produtor de celulose da terra, com a vantagem de ser biodegradável. 3) Biocombustível renovável Assim como acontece na maioria das fontes vegetais, o óleo de cânhamo pode ser processado e convertido em biocombustível, cuja queima é menos poluente em relação aos combustíveis fósseis. E o aproveitamento é quase total, pois, além da produção de biodiesel a partir do óleo presente nas sementes e no caule da planta, a parte fibrosa também pode ser empregada para obtenção de versões quimicamente semelhantes às da gasolina convencional. 4) Tecidos sem resíduos químicos Grande parte das fibras sintéticas que usamos hoje é fabricada a partir de materiais petroquímicos baseados em polímeros altamente tóxicos. A produção desses materiais requer gasto intenso de energia, queimando grandes quantidades de gás, carvão ou petróleo bruto. No entanto, este problema pode ser evitado com o cânhamo. Suas fibras são facilmente removidas da planta e geram roupas com utilização zero de resíduos químicos. Além disso, o tecido é mais durável e resistente aos raios UV. 5) Redução de carbono na atmosfera O cânhamo tem poder para transformar o meio ambiente reduzindo a poluição industrial. A planta faz isso por meio de um processo conhecido como captura de carbono. Ou seja, quando cultivada a planta ajuda a sequestrar o carbono da atmosfera. Cada tonelada de cânhamo produzida equivale à remoção de 1,63 tonelada de carbono do ar. 6) Queda no desmatamento Meio hectare de cânhamo pode produzir a mesma quantidade de papel que 1,5 a 4 hectares de árvores, em um ciclo de 20 anos. Enquanto árvores demoram entre 20 e 80 anos para estarem aptas à produção de papel, o caule do cânhamo leva apenas 4 meses para ser colhido, desde a semeadura. 7) Práticas agrícolas sustentáveis Os agricultores que praticam as melhores técnicas conhecem a importância da rotação de culturas por temporada. Esse movimento não só mantém o solo rico em nutrientes, mas também aumenta o rendimento. O cânhamo é a planta ideal para a rotação de culturas, pois enriquece o solo, além de remover toxinas. Seu cultivo ajuda a preservar o solo e o ar mais saudáveis nos próximos anos. 8) Construção de casas mais fortes e sustentáveis O uso da planta pode se estender também à construção civil. O hempcrete, concreto à base de cânhamo, é um material atóxico e resistente ao mofo, proporcionando ótima regulação térmica e controle de umidade em pisos, paredes e tetos. Além disso, a combinação de cânhamo e limão resulta em um sistema de isolamento acústico superior ao concreto. 9) Cresce em qualquer ambiente Imagine se houvesse uma cultura que pudesse ser semeada em praticamente qualquer lugar do mundo, com baixo uso de defensivos agrícolas e, de quebra, abrindo possibilidades para 25 mil aplicações industriais. Essa cultura é o cânhamo. Da China aos Estados Unidos, o cânhamo pode crescer em variados tipos de clima, oferecendo alto potencial de produção. 10) Combate à fome no mundo De acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre segurança alimentar, 690 milhões de pessoas globalmente estão subnutridas. E como a planta pode ajudar? As sementes de cânhamo constituem fonte nutricional muito relevante de proteína completa. Possuem ainda todos os nove aminoácidos essenciais, são ricas em fibras, vitaminas e sais minerais. Ou seja, utilizar o cânhamo como cultura básica é uma alternativa para melhorar a vida das pessoas, especialmente considerando o grande número de indivíduos que poderiam ser alimentados e bem nutridos por este superalimento. Preservar o planeta é uma questão fundamental não só para a qualidade de vida do ser humano, mas para a sobrevivência das gerações futuras. O caminho em direção a um mundo mais sustentável é uma equação com múltiplos fatores. O cânhamo é parte indissociável desse processo e pode ter papel polivalente. Todas as condições para explorar os benefícios estão apresentadas e alavancar esta vertente só depende de nós. *Cofundador e CMO da The Green Hub.
5 alimentos com microplásticos que você come
A ingestão de plástico pelos seres humanos é um problema cada vez mais preocupante e que requer atenção urgente. O plástico, com sua durabilidade, tornou-se uma presença constante em nossas vidas e, consequentemente, em nossos organismos. Pesquisas apontam que, por semana, já estamos ingerindo o equivalente a um cartão de crédito. A contaminação por plástico ocorre de várias maneiras. A poluição plástica nos oceanos, por exemplo, leva à fragmentação de grandes peças de plástico em microplásticos, que são partículas minúsculas. Esses microplásticos podem ser ingeridos por peixes e outros animais marinhos, que são posteriormente consumidos pelos seres humanos. Neste mês acontece a campanha “Julho Sem Plástico”, uma época importante para falarmos e nos conscientizarmos sobre o assunto. Somos o que comemos Estudos recentes revelam que a ingestão de plástico pelos seres humanos é generalizada. O material também está presente em produtos alimentícios embalados em recipientes ou envoltos em filmes plásticos, que podem liberar substâncias químicas prejudiciais quando em contato com os alimentos. A poluição por plásticos está tão disseminada no meio ambiente que você pode estar ingerindo cinco gramas por semana – o mesmo que ingerir um cartão de crédito! É o que mostrou um estudo da Universidade de Newcastle, na Austrália, encomendado pelo grupo ativista ambiental WWF International. Partículas de microplástico foram encontradas em amostras de água potável, frutos do mar, sal de cozinha e até mesmo no ar que respiramos. Essas partículas podem conter uma variedade de produtos químicos tóxicos e disruptores endócrinos que representam riscos à saúde humana. Confira alimentos que podem conter microplásticos: Frutos do mar: Alguns estudos indicam que mariscos, peixes e moluscos capturados em áreas contaminadas por plástico podem conter microplásticos. Isso ocorre porque esses organismos filtram a água para se alimentarem e podem acabar ingerindo partículas de plástico presentes no ambiente marinho. Água potável: A água potável também pode conter microplásticos, provenientes de diversas fontes, como a poluição de rios e oceanos. As partículas podem ser encontradas em águas de torneira, garrafas plásticas e até mesmo em águas engarrafadas. Sal marinho: Estudos recentes revelaram a presença de microplásticos em amostras de sal marinho de diversas regiões do mundo. O sal é obtido a partir da evaporação da água do mar e pode conter partículas de plástico que foram dispersas no ambiente marinho. Bebidas engarrafadas: Bebidas embaladas em recipientes plásticos, como garrafas de água e refrigerantes, podem conter microplásticos provenientes das embalagens. Durante o processo de fabricação, o contato do líquido com o plástico pode levar à liberação de partículas microplásticas. Produtos embalados em plástico: Alimentos embalados em plástico, como carnes, laticínios, frutas e legumes pré-embalados, podem estar sujeitos à contaminação por microplásticos. Isso ocorre principalmente quando o plástico entra em contato direto com o alimento ou quando ocorre a deterioração do material plástico. É importante ressaltar que os estudos sobre a presença de microplásticos em alimentos ainda estão em andamento e os métodos de detecção e análise estão sendo aprimorados. No entanto, a conscientização sobre o problema e a adoção de medidas para reduzir a contaminação por plástico são fundamentais para garantir a segurança alimentar. Poluição também está no corpo Os efeitos da ingestão de plástico ainda são objetos de investigação científica, mas já existem evidências preocupantes. Estudos indicam que o plástico pode afetar negativamente o sistema imunológico, o sistema endócrino e a saúde reprodutiva. Também há preocupações com a possível associação entre a ingestão de plástico e o aumento do risco de doenças cardiovasculares, câncer e distúrbios metabólicos. Diante dessa realidade alarmante, medidas precisam ser tomadas para reduzir a ingestão de plástico e proteger a saúde humana. É fundamental promover a conscientização sobre os riscos da poluição plástica e incentivar a adoção de práticas sustentáveis. Isso inclui a redução do uso de plástico descartável, a promoção da reciclagem e o apoio a iniciativas de limpeza de plástico nos oceanos. Além disso, é necessário implementar regulamentações mais rigorosas para controlar a produção e o descarte inadequado de plástico. Os governos devem adotar políticas que incentivem a transição para alternativas mais sustentáveis, como embalagens biodegradáveis e materiais compostáveis. A indústria também deve desempenhar um papel importante na busca por soluções, investindo em pesquisa e desenvolvimento de materiais plásticos mais seguros e biodegradáveis. Salvar o planeta e as nossas vidas A luta contra a ingestão de plástico é uma batalha que deve ser travada em várias frentes. Todos nós, como consumidores, temos a responsabilidade de fazer escolhas conscientes, optando por produtos e embalagens sustentáveis. Ao mesmo tempo, é necessário pressionar por mudanças sistêmicas para que a produção, o uso e o descarte de plástico sejam transformados de maneira significativa. É necessário proteger a saúde humana e o meio ambiente. Somente por meio de esforços conjuntos, envolvendo governos, empresas, cientistas e indivíduos engajados, poderemos combater efetivamente os malefícios do plástico e garantir um futuro mais saudável e sustentável para as gerações futuras.
Entrevista com Xan Ravelli
por Trace Brasil A potência e criatividade negra é um expoente de transformação para a sociedade. No contexto audiovisual, como você enxerga os desafios atuais de produzir conteúdos com pautas étnicos-raciais? Em um país como o Brasil, que tem sua história contada por uma população branca há 500 anos, sempre esperamos uma história de exploração tendo seus abusadores como heróis. Precisamos subverter esse olhar e passar essa narrativa para o corpo preto. Não é só sobre o caráter de produção, mas também sobre o caráter de consumo, de ter uma galera consumindo conteúdos produzidos, pensados e idealizados por pessoas pretas. O grande desafio agora é realmente romper as fronteiras e deixar esse conteúdo mais atrativo e de qualidade para poder atingir o máximo de pessoas pretas que a gente conseguir. As pessoas querem se enxergar e quando você tem um produto de qualidade, com narrativas que muitas vezes trazem a nossa figura com naturalidade, é muito legal você ter a população se identificando com isso, absorvendo e consumindo cada vez mais. Qual a importância das criação de ações afirmativas no mercado da Comunicação para viabilizar projetos de alto impacto? Criar um material audiovisual de qualidade não é barato e o mercado não pede menos que isso para dar visibilidade. Quando você viabiliza projetos de alto impacto é muito importante para poder dar espaço para grandes artistas que estão escondidos por falta de oportunidades. Temos muitos artistas assim no Brasil e as periferias do nosso país são muito ricas em criatividade. Existem muitas iniciativas lideradas por mulheres negras no Brasil, gerando impacto e resistindo às opressões estruturais. Mesmo com dificuldade de ocupar determinados lugares, como o empreendedorismo feminino tem se fortalecido nos últimos tempos? O empreendedorismo feminino é intrínseco às mulheres pretas. Iniciamos com o empreendedorismo nesse país com as nossas ancestrais, mulheres que compravam a alforria de homens pretos e a sua própria liberdade. Depois da abolição, algumas foram cozinhar, cuidar de famílias e empreender – não porque quiseram. É muito importante salientar que nós vamos para o empreendedorismo por necessidade. Lutamos para ganhar mais em um mercado de trabalho que muitas vezes não dá abertura para nossa inteligência, intelectualidade e prospecção de carreira. Um mercado que ainda é centrado na figura do homem branco. Também precisamos falar das mães pretas em especial, porque é um grupo que para mim é muito caro, pois faço parte dele, e que ocupa menos espaço em todos os lugares. Além de desenvolver nossas carreiras, temos que cuidar do nosso principal ofício: ser mãe. Agora queremos fazer os nossos próprios caminhos não apenas para ter o suficiente para sobreviver, mas para viver bem. Assista ao Trace Trends
Os dias quentes de inverno
É inverno no Brasil – e começa aquela época das disputas para saber qual é “a cidade mais fria” do país. Paulistas, curitibanos, gaúchos, todos disputam o posto, se orgulham e exibem as baixas temperaturas. Mas até quando isso será possível? O Planeta está esquentando e sentimos ter que dizer isto aos fãs do inverno: a estação está ameaçada a cada ano. A temperatura média do planeta Terra atingiu dois novos recordes esta semana. Na última segunda-feira (3), a temperatura ultrapassou 17°C pela primeira vez desde o início das medições. Os dados foram relatados pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA. Já na terça-feira (4), o recorde foi batido novamente, com os termômetros marcando 17,18°C. Essas condições climáticas, aliadas ao aquecimento global, vêm prejudicando as temperaturas do inverno brasileiro, que neste ano terá temperaturas mais elevadas que o normal. O inverno no hemisfério sul começou no dia 21 de junho e terminará no dia 23 de setembro em 2023. A estação se caracteriza pela mudança na direção dos raios solares, que deixam de incidir diretamente no nosso hemisfério, causando queda nas temperaturas. Além disso, o fenômeno natural El Niño deve contribuir para que o inverno seja um pouco mais quente que o normal no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O fenômeno ocorre quando as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico ficam pelo menos 0,5°C acima da média por um longo período. Mas além de atrapalhar na escolha de seus looks, essas mudanças têm consequências sérias para todo o ecossistema e também na sua vida, alterando em toda regularidade climática, ambiental e até social do país e do mundo. Veja as principais consequências: Risco de seca na faixa norte das regiões Norte e Nordeste A água da superfície do Pacífico, que está muito mais quente do que o normal, evapora com mais facilidade. Ou seja, o ar quente sobe para a atmosfera mais alta, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas. Logo, no meio do Oceano Pacífico, chove muito e com frequência. Durante as chuvas, esse mesmo ar quente, agora mais seco, continua circulando e desce no norte da América do Sul, inibindo a formação de nuvens e, consequentemente, a ocorrência de chuvas. Grandes volumes de chuva na região Sul O El Niño aumenta a probabilidade de chuvas acima da média porque a circulação dos ventos em grande escala também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul. Essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias que chegam pelo Hemisfério Sul avancem pelo país. Logo, as frentes ficam concentradas por mais tempo na Região Sul do Brasil. Reservatórios de água diminuem mais rapidamente A evaporação dos reservatórios aumenta. Estes meses do meio do ano são os com tempo mais aberto e ar mais seco na maior parte do Brasil. Quando junta-se a condição de temperatura mais alta com o período de ar mais seco, os níveis das barragens diminuem. Mantém a população de insetos maior Os insetos são animais de “sangue frio”, o corpo deles muda com a temperatura do ambiente. Eles dependem da temperatura externa para se manterem ativos, ou seja, se alimentarem, se moverem e se reproduzirem. E a proliferação de algumas espécies é um grande problema. O caso mais crítico no Brasil é do aedes aegypti, mosquito transmissor de muitas doenças “de verão”, como a dengue. Quando o frio de verdade não vem, estes insetos têm um índice de reprodução maior. Ar mais poluído Os dias “quentinhos” de céu azul indicam que o ar se move pouco. Com isso, a poluição de partículas fica retida perto das fontes, que podem ser as ruas cheias de carros, as queimadas intencionais ou naturais. Também existe a poluição por ozônio, que combina a química dos combustíveis queimados e o tempo ensolarado. O fogo se espalha mais rapidamente O Inpe já alertou que o aumento das temperaturas aliado ao período de seca eleva o risco de queimadas, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do país, onde se concentra o Cerrado brasileiro. Ainda há tempo Todos esses acontecimentos são apenas uma pequena amostra do que pode ocorrer em um futuro próximo caso as questões climáticas continuem sendo ignoradas. Essa é uma responsabilidade de todos(as) nós! Vamos acelerar a nossa colaboração para um planeta mais sustentável antes que seja tarde demais.
Moda Circular: saiba como se engajar
Por Marina Lins* Uma vez que a moda tem um impacto cada vez mais negativo ao planeta, medidas para a circularidade buscam frear os efeitos da crise climática que estamos vivendo. Moda circular é uma prática da economia circular, que pensa o desenvolvimento de produtos num ciclo de vida mais durável, regenerativo e sustentável. Segundo o instituto internacional Ellen Macarthur Foundation, referência no assunto, a moda circular passa pela eliminação do desperdício e poluição; a circularidade de produtos e materiais; e a regeneração dos solos. Economia circular na moda Se numa perspectiva linear e tradicional os processos se baseiam em extração, produção, consumo e descarte, a economia circular busca produzir de forma integrada com nossos ecossistemas. Produtos são projetados para serem reciclados e continuar num ciclo de uso, conforme a imagem abaixo. Ainda, é necessário diferenciar a economia circular da reciclagem. Enquanto o processo de reciclar faz gestão dos resíduos no final do processo produtivo, na economia circular isso é pensado desde o princípio. Ou seja, ao desenvolver um produto, é necessário considerar a durabilidade, sua reinserção de volta ao solo ou num novo produto. 5 formas de praticar 1. Pesquise sobre tecidos que façam sentido para sua realidade. Faça compras conscientes e necessárias. Do ponto de vista dos tecidos, dê preferência a materiais de qualidade e peças confortáveis de acordo com o clima da sua cidade. 2. Dê preferência às peças usadas. Sempre que puder, dê uma chance para as peças de brechó. Lá você pode garimpar roupas e acessórios exclusivos e com muito estilo. 3. Prolongue o uso das suas roupas. Afinal, foi um longo caminho para ela chegar até você. Nada de descartar suas roupas sem usá-las ao máximo, certo? 4. Quando uma roupa chegar ao fim da vida útil, busque as marcas para entender quais soluções elas têm. Por exemplo, aqui na Herself, onde temos um programa de logística reversa! 5. Fique atenta à lavagem verde, já que a moda circular exige dados e transparência Mas e os brechós? Os brechós possuem um protagonismo na discussão sobre a moda circular. Segundo o Sebrae, de 2020 para 2021, o mercado de segunda mão cresceu 48,5%. Quando as roupas usadas estão circulando, seu tempo de vida útil é estendido. Da mesma forma, o upcycling também é uma prática mais sustentável. A partir de roupas usadas são feitos novos produtos. Embora essas técnicas estejam se popularizando com marcas de grife, essa inteligência coletiva está presente há anos na periferia brasileira. Como é o caso da “Remexe”, cooperativa de moda sustentável do Centro Cultural Lá da Favelinha, que cria a partir de resíduos têxteis. Dessa forma, as práticas se encaixam não só no design para durabilidade, como também na diversidade, por promover renda a pessoas de diferentes etnias e contextos sociais. Mas, então, todo brechó faz parte da moda circular? Em alguma medida, alguns possuem produtos circulares. No entanto, nem todo o brechó opera nessa lógica. Práticas como upcycling, melhor uso dos tecidos, reciclagem e sustentabilidade social também devem ser levados em consideração. E não se esqueça: a economia circular é complexa. E, o poder público e privado também são responsáveis por essa transformação. Afinal, como consumidores, não está em nossas mãos agir rumo a uma mudança sozinhos. Consumir de quem está comprometido com essas ações pode fazer a diferença! *Diretora de criação na Herself.
5 vantagens do coworking para negócios de impacto
Nos últimos anos, os espaços de coworking ganharam popularidade como uma alternativa moderna e flexível para o ambiente de trabalho tradicional. Só em 2022, a busca por esses espaços foi 90% maior. Esses locais compartilhados oferecem diversas vantagens tanto para profissionais independentes como para empresas. Entenda a importância de fazer parte de uma comunidade de inovação. Veja 5 vantagens que um espaço de coworking pode trazer para os negócios e as organizações de impacto. 1. Networking e colaboração Uma das maiores vantagens do coworking é a oportunidade de se conectar com profissionais de diferentes áreas. Ao compartilhar um espaço com pessoas de diversas especialidades, você tem a chance de expandir sua rede de contatos e colaborar em projetos conjuntos. Essa interação facilita a troca de ideias, conhecimento e experiências, criando um ambiente estimulante e propício para o crescimento profissional. 2. Ambiente inspirador Os espaços de coworking são projetados para promover a criatividade e a produtividade. Com uma atmosfera moderna e dinâmica, esses locais oferecem uma variedade de áreas de trabalho, como salas privativas, estações de trabalho compartilhadas, salas de reuniões e espaços de descanso. Além disso, a decoração geralmente é inspiradora, com elementos e designs inovadores. Essa atmosfera criativa ajuda a estimular a mente e aumenta a motivação das equipes. 3. Flexibilidade e custos reduzidos Uma das principais vantagens do coworking é a flexibilidade. Diferentemente de um escritório tradicional, você pode alugar espaços de trabalho em coworking por horas, dias, semanas ou meses, de acordo com suas necessidades. Isso é particularmente benéfico para profissionais independentes, startups e pequenas empresas, pois elimina a necessidade de contratos de aluguel a longo prazo e o investimento inicial em mobiliário e infraestrutura. Além disso, os custos operacionais são compartilhados entre os membros, tornando o coworking uma opção econômica em comparação a um espaço de escritório tradicional. 4. Infraestrutura e serviços compartilhados Ao trabalhar em coworking, você terá acesso a uma variedade de recursos e serviços compartilhados. Isso pode incluir internet de alta velocidade, salas de reuniões equipadas com tecnologia audiovisual, serviços de recepção e atendimento telefônico, além de áreas de convivência e espaços para eventos. Essa infraestrutura pronta para uso permite que você se concentre em seu trabalho, enquanto os detalhes operacionais são cuidados pela administração do coworking. 5. Ambiente social e bem-estar O trabalho em um escritório tradicional muitas vezes pode ser solitário e monótono. No entanto, em um espaço de coworking, você encontrará uma comunidade de profissionais com interesses semelhantes, criando um ambiente socialmente estimulante. Além disso, muitos espaços de coworking oferecem programas de bem-estar, eventos para networking e palestras educacionais. Essas atividades contribuem para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, melhorando sua qualidade de vida no trabalho. Colabore para a boa convivência Dividir o espaço com outras pessoas também exige cuidados – e é normal ter dúvida e se sentir inseguro(a) em algumas situações. Nos espaços compartilhados é necessário seguir algumas regras simples para manter uma relação harmônica com todos e todas no dia a dia. A vida em comunidade exige que estejamos atentos(as) às normas de boa convivência. É preciso conhecer seus direitos, cumprir com seus deveres e respeitar o espaço do próximo com a mesma EMPATIA que gostaríamos de ser tratados. Trabalhar em um espaço de coworking oferece vantagens significativas. Se você busca uma alternativa moderna, flexível e estimulante ao escritório tradicional, o coworking do CIVI-CO pode ser a escolha ideal para impulsionar sua carreira ou negócio de impacto socioambiental. Temos um espaço compartilhado no bairro de Pinheiros, em São Paulo, especialmente desenvolvido para atender as necessidades de empreendedores(as) sociais. VENHA PARA O CIVI-CO! Conheça os nossos planos e valores.