Pensando a Bioeconomia da Amazônia

Pensando a Bioeconomia da Amazônia

No dia 07 de abril promovemos o 1º Encontro do Hub Bioeconomia Amazônica do CIVI-CO. A reunião aconteceu de forma virtual e contou com a presença de representantes de grupos ativos na bioeconomia, investidores e fomentadores desse modelo sustentável. As ações do hub são coordenadas por Iara Vicente, fundadora da consultoria Nossa Terra Firme e integrante da Comunidade CIVI-CO. 

No mês que é lembrado pela luta dos direitos indígenas, principalmente pelo direito de posse e preservação das terras, e que também coincide com um momento crucial de resistência contra a invasão de garimpeiros na Amazônia. O nosso Hub Bioeconomia se propõe a ouvir e dar protagonismo às comunidades que vivem e preservam esses espaços. 

“Esse é um momento de união. A gente precisa ver essas redes funcionando na prática, para que os poucos recursos disponíveis para construir uma economia sustentável, vibrante na Amazônia, sejam bem aproveitados e cheguem a quem tem que chegar”, pontuou Iara Vicente. 

 

Soluções existentes 

A implantação de projetos em agroecologia, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável é muito importante para a conservação do território e geração de emprego e renda dessas comunidades, como destacou Jaqueline Pereira, representante do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon):

“Nós trabalhamos com áreas protegidas que inclui áreas de conservação, territórios quilombolas e indígenas em um grande bloco de 22 hectares, trabalhamos além da gestão, a questão das cadeias produtivas, coisa que tem a ver com a bioeconomia, trabalhamos com Copaíba, castanha, andiroba, cumaru e até o turismo”.

Ponto de partida 

Porém, esta é uma luta que vai muito além do cultivo sustentável, como ressaltou Antonieta Luisa, presidente do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (IMUNE):

“Precisamos voltar a discutir essa questão da Amazônia, mas principalmente resgatar a nossa identidade quanto povos e quanto florestas. Nas nossas visitas às comunidades Quilombolas, comunidades rurais e ribeirinhas, o que nós temos percebido e escutado é sobre a falta de apoio para a permanência desses povos nesses espaços. Infelizmente, muitas das pessoas que estão ali, estão desempregadas”. 

Carina Pimenta, representante da Conexsus, falou da importância de se construir pontes entre os moradores dessas comunidades e investidores, com o objetivo de assegurar uma vida digna para essas pessoas: 

“Há muita discussão acerca do termo bioeconomia, e eu acho válida. Nós entendemos que é uma sociobioeconomia, porque a economia só faz sentido na Amazônia se ela for beneficiar as populações que lá vivem e protegem florestas. Então essa é uma disputa de conceitos que vale a pena ser debatida, pra gente entender do que estamos falando”. 

Próximos encontros  

O Hub Bioeconomia Amazônica pretende continuar ativando ações permanentes sobre o tema, ouvindo e ajudando a transformar esses espaços de pensamento. Durante a roda de conversa foram levantados diversos pontos para que possamos, juntos, construir soluções a partir das demandas identificadas. 

“Essa foi a primeira oportunidade para todos se conhecerem e abrirem as portas para novos encontros, até mesmo presenciais, quando possíveis, com o objetivo de encontrar soluções para a bioeconomia da Amazônia. Temos uma meta de promover ações contínuas ao longo dos próximos meses, e não de apenas um dia”, pontuou Pedro Jangada, community manager do CIVI-CO e mediador da conversa.