Como a regulamentação ESG europeia impacta as empresas brasileiras

Como a regulamentação ESG europeia impacta as empresas brasileiras

As novas Normas Europeias de Relatórios de Sustentabilidade, lançadas pela União Europeia, procuram garantir transparência das atividades corporativas, com um padrão mais alto em relação aos direitos humanos e práticas de sustentabilidade.

Trata-se de uma regulamentação que uniformiza a forma como as empresas europeias reportam o seu impacto ambiental, social e de governança (ESG), visando proporcionar maior segurança aos investidores e facilitar investimentos sustentáveis.

Este assunto complexo foi o tema do último “DIÁLOGOS ESG CIVI-CO & C-MORE: A Rota da Governança ESG”, que aconteceu no CIVI-CO nesta última terça-feira (9). O evento promoveu um debate de alto nível entre especialistas e profissionais das áreas de ESG, Compliance, Jurídico, Riscos Ambientais e Comunicação.

Principais mudanças

O evento começou com uma fala da COO do CIVI-CO, Ana Luiza Prudente, que convocou o mundo corporativo para o debate de práticas sociais, ambientais e de governança nas empresas, por conta dos avanços da agenda ESG no mercado internacional

Ana Luiza complementa que o CIVI-CO é este ambiente de encontros improváveis e necessários para um novo modelo de economia sustentável:

“A Comunidade CIVI-CO é um lugar de saberes que irão nos levar para um futuro que faça mais sentido para todos e todas. Precisamos nos unir na construção desta nova sociedade, independentemente se você é empreendedor, ativista ou empresário.”

Ana Luiza Prudente abre o evento falando sobre o impacto gerado pela Comunidade CIVI-CO | Fotos: Rafa Felix

Em seguida, Carolina Almeida Cruz, Cofundadora e CEO da C-MORE (empresa portuguesa de tecnologia certificada B-Corp), apresentou a sua palestra mostrando o panorama do cenário atual da regulamentação ESG na Europa, com foco nas questões de Governança.

As empresas brasileiras já estão sendo pressionadas para se adequarem às novas Normas Europeias de ESG. Aquelas que quiserem fazer negócios por lá devem agilizar a regulamentação das suas práticas de governança corporativa ao modelo europeu”, alertou Cruz.

Carolina Almeida Cruz explica o contexto atual das regulamentações ESG na Europa durante sua palestra

Além de contextualizar o histórico da agenda ESG na União Europeia, a CEO da C-MORE orientou sobre três pontos importantes:

1) Normas de Relato de Sustentabilidade (ESRS);

2) Taxonomia: lista de atividades econômicas que podem ser consideradas ambientalmente sustentáveis para ajudar a direcionar os investimentos;

3) Diretiva sobre Alegações Ambientais para proteger consumidores de afirmações enganosas de fabricantes e comerciantes com relação a atributos ambientais, sociais e climáticos de seus produtos e serviços.

Futuro promissor 

Carolina também participou do debate ao lado de Antonio Ferrari, Gerente de Risco Socioambiental e Climático do Banco ABC Brasil. O painel contou com a moderação de Lúcia Helena Ribeiro, advogada certificada CPESG de Liderança ESG.

“O sistema financeiro participa da agenda ESG sob duas perspectivas: a de risco, avaliando os seus clientes, e a de oportunidade, fomentando a Nova Economia. Como dono do capital, ele tem um papel fundamental de engajar ativamente os seus clientes nesta agenda”, explicou Ferrari.

Antonio Ferrari (à esquerda) trouxe a perspectiva dos bancos brasileiros quanto à regulamentação ESG para o sistema financeiro

O “DIÁLOGOS ESG CIVI-CO & C-MORE” mostrou-se ser um evento necessário e esclarecedor, que possibilitou conhecimento e conexões valiosas para o futuro das relações comerciais dos negócios e das organizações de impacto.

E o CIVI-CO se consolida como este espaço que fomenta debates e desenvolve soluções para co-criar um mundo mais justo, equânime e sustentável. Um lugar de Futuros possíveis.