fbpx

LGT Group lança seu Guia de Filantropia Estratégica no Brasil

A necessidade de engajamento filantrópico é maior hoje do que nunca. Com as ameaças ambientais, que atingem níveis sem precedentes, e o aumento da polarização social em muitas partes do mundo, a urgência de ação cresce. À medida que os governos lutam para enfrentar os desafios globais e a concentração de riqueza aumenta, as famílias afluentes têm uma responsabilidade crescente de se envolver e demonstrar liderança. E enquanto a principal motivação e propósito da filantropia deve ser contribuir para um desenvolvimento mais sustentável, o engajamento filantrópico também ajuda a entender melhor os desafios globais, facilita a autorreflexão e uma visão positiva da vida. Esta é uma parte do prefácio escrito pelo H.S.H. Príncipe Max von und zu Liechtenstein, presidente do LGT Group e fundador da LGT Venture Philanthropy, no “Guia de Filantropia Estratégica”, produzido pelo LGT Private Banking em co-autoria com Philanthropy Insight (Pi). De acordo com Príncipe Max, “alinhar as atividades filantrópicas com o contexto mais amplo do portfólio de negócios dos filantropos pode adicionar mais complexidade, mas também pode aumentar o impacto geral na sociedade”. Nina Hoas, chefe de Philanthropy Advisory no LGT Private Banking, explica que “a doação colaborativa, o apoio à mudança sistêmica, o investimento de impacto e as soluções baseadas no mercado são a linguagem dos filantropos de hoje que também adotam uma abordagem mais holística, alinhando suas doações de perto com suas atividades comerciais”. O Guia, traduzido para o português, é feito para quem quer impactar positivamente o mundo. O objetivo é ajudar a identificar as causas de interesse, agregar valor e gerar o maior impacto possível com os recursos que cada ou cada família tem para esse fim. Lançamento no Brasil Foto: Jane Monteiro No dia 11 de abril, o Instituto Humanitas360, na figura de sua presidente Patrícia Villela Marino e do conselheiro Ricardo Villela Marino, foi anfitrião do lançamento do Guia de Filantropia Estratégica. Realizado no espaço CIVI-CO, em São Paulo, o evento contou com a presença do Príncipe Max. Para Patrícia, fundadora do CIVI-CO, filantropa e ativista, é importante que todos se sintam incentivados e incomodados à fazer a filantropia: “A filantropia é para todos, é preciso mudar o paradigma, desburocratizar e incentivar a cultura de doação participativa e sistêmica, se possível com a incidência em políticas públicas, é preciso que sejamos solidários e nos coloquemos no papel que quem precisa de apoio”. Ao longo dos quatro capítulos, o Guia de Filantropia Estratégica incentiva a cultura de doação pelo mundo e reúne depoimentos de mais de 30 filantropos influentes, de diferentes países e áreas de atuação, incluindo o empresário brasileiro Elie Horn, o ator norte-americano Matt Damon e a empreendedora social zimbabueana Tsitsi Masiyiwa. Leia o Guia completo

Startups de cannabis devem dobrar em dois anos

por Sechat As oportunidades no segmento milionário de cannabis legal aumentam em progressão geométrica no mundo e incluem medicamentos à base da planta. Atualmente existem mais de 25 mil aplicações industriais de cânhamo e serviços que fazem parte do ecossistema da cadeia produtiva. Em 2024, o setor deve movimentar US$ 824 milhões na América Latina nas mais variadas necessidades patológicas. Essa é a perspectiva do relatório “Cannabis: Pesquisa, Inovação e Tendências de Mercado”, com dados da Prohibition Partners (2021). No Brasil, existem variados empreendimentos em relação à oferta de serviços para o mercado do uso da planta, muitos deles nasceram como startups e estarão presentes no Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal e na Medical Cannabis Fair, dentre elas, a aceleradora The Green Hub, que possui um portfólio com atualmente 19 das marcas, representando parte significativa das startups no país relacionadas ao setor canábico, e pretende dobrar de tamanho em pouco tempo. Quinze dessas marcas são oriundas do processo seletivo e quatro nasceram dentro da própria TGH. “Algumas estão em estágio inicial outras já faturam, nossa meta é subir para 44 nos próximos dois anos”, revela Alex Lucena, sócio e consultor em educação e inovação corporativa da companhia. Feira de Cannabis da América Latina Pelo menos sete delas vão se apresentar na segunda edição da Medical Cannabis Fair e do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal. Organizados pela Sechat – plataforma de conhecimento e negócios voltada ao uso medicinal e mercadológico da planta – a feira e o congresso acontecerão no Expo Center Norte, São Paulo (SP), em 4 e 5 de maio de 2023, reunindo centenas de profissionais do setor e marcas de negócios voltados para a saúde e para a indústria. A aceleradora, inclusive, acaba de abrir uma nova rodada de captação de recursos com vistas a fomentar o setor de cannabis no Brasil e pretende levantar entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões ainda em 2023. “O evento da Sechat será fundamental para dar mais visibilidades a esses novos negócios”, afirma Lucena. Inscrições para a Feira Inscrições para o Congresso Lucena conta que ao longo de quatro anos mais de 260 startups se inscreveram (108 só em 2022). A maior parte do sudeste do Brasil, mas outras áreas com regiões nordeste e centro-oeste são contempladas. Há também no Uruguai, Canadá e EUA, criadas por brasileiros que foram forçados a operar fora do país devido aos entraves burocráticos existentes para operar em território nacional. Desse total, mais de 25% já recebeu rodada de investimentos. Um exemplo é a Scirama, com o envolvimento do neurocientista Stevens Rehen no empreendimento. Trata-se de uma startup de base biotecnológica para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação com foco no estudo de substâncias psicodélicas e canabinoides para a saúde mental. Fundada em fevereiro de 2021, a empresa visa tornar realidade os estudos científicos que tragam qualidade de vida e abordagens terapêuticas mais eficientes. A companhia já contou com aportes de mais de R$ 4 milhões e pretende atingir em breve o montante de R$ 25 milhões. Clarice Pires, sócia e CEO da Scirama explica que a o congresso promovido pela Sechat “será fundamental para abrir a rede de investimentos, estabelecer parcerias e seguir novas frentes”. A Sensativa é também uma das startups que marcará presença no evento. A empresa de produtos de bem-estar íntimo estabeleceu-se em Nevada, estado da costa-oeste dos EUA, e lançará seu produto de entrada, um estimulante íntimo feito à base de cannabis e extratos da flora brasileira, ainda neste semestre. A empresa já recebeu investimento-anjo e está em busca de nova rodada de investimento. Pedro Freire, cofundador da empresa, afirma que, embora o mercado norte-americano tenha uma concorrência mais acirrada, ainda é vantajoso, por ser menos burocrático e mais aberto que o brasileiro. Freire, porém, não descarta aportar em território brasileiro. “É um sonho que pretendemos realizar o quanto antes, a depender do sucesso da marca lá fora”, finaliza. Como se sabe, o setor tem desafios regulatórios, mas está se movendo ano a ano, cada vez mais maduro, com empresas cada vez mais prontas, como Scirama e Sensativa, para brilhar tanto dentro quanto fora do país. SERVIÇO Evento: Medical Cannabis Fair 2023 e Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal 2023 Data: 4 e 5 de maio de 2023 – das 9h às 19h Local: Expo Center Norte (R. José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme – São Paulo – SP – Brasil) Contato Imprensa: Carolina Rubinato (11) 99670-3507 | carolina.rubinato@mmagencia.com.br

CIVI-CO Day: viva um dia de Impacto!

O CIVI-CO Day  é uma oportunidade para você ter uma experiência única em um espaço de inovação para empreendedores(as) e ativistas socioambientais, que geram transformações positivas na sociedade e no espaço público. O CIVI-CO é uma comunidade de impacto socioambiental formada por indivíduos que acreditam na importância de encontrar soluções para o meio ambiente e promover o bem-estar social. Algumas pessoas até conhecem o CIVI-CO, mas não sabem como geramos impacto no dia a dia. Este será um momento para imergir na nossa Comunidade, tirar dúvidas e fazer conexões com diversos atores do ecossistema de impacto. O que vai ter Durante o CIVI-CO Day você participará de diversas atividades que vão te ajudar a compreender melhor como funciona nosso ecossistema, nossos projetos e nossas iniciativas. Além disso, terá a oportunidade de conhecer e se conectar com pessoas inspiradoras. A programação inclui palestras com especialistas em questões socioambientais, debates, oficinas, mentorias e muito mais. Tudo isso em um ambiente descontraído e acolhedor, que favorece a troca de ideias e o compartilhamento de experiências. 10h00 – Boas-vindas 10h15 – Apresentação do CIVI-CO 10h30 – Pitches da Comunidade 10h45 – Passeio pelo espaço 11h30 – Fim da visita Se você se preocupa com questões socioambientais e deseja integrar uma comunidade que trabalha para promover mudanças positivas no mundo, não perca esta oportunidade! Participe do próximo CIVI-CO Day e faça parte da transformação! Eventos com propósito Nossos eventos são um forte braço para conectar pessoas e soluções, buscando gerar transformações inovadoras aos desafios da sociedade. Sempre abordamos temas relevantes para o ecossistema do empreendedorismo socioambiental. Ao longo desses 5 anos de história, o CIVI-CO foi palco para diversos encontros que fomentaram as discussões desses temas: Cannabis Thinking Vitrine Ubuntu 8M: Empreendedorismo Feminino Meetup CIVI-CO: Captação e Investimento  Neste dia de imersão, você terá a oportunidade de se conectar com pessoas que compartilham dos mesmos valores e propósito, além de aprender com especialistas em questões socioambientais. Por isso, convidamos você para uma experiência transformadora no dia 28/04! As vagas são limitadas. Então não deixe para se inscrever na última hora! Garanta sua participação no CIVI-CO Day com desconto especial no primeiro lote e venha curtir um dia na nossa Comunidade. INSCREVA-SE AGORA!

O metaverso da filantropia

por Marcelle Decothé* Você já deve ter ouvido falar ou lido algo sobre o fenômeno tecnológico do momento: o Metaverso. Isso nada mais é do que a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. Uma realidade moldada e controlada por um programador, que opera através de ferramentas outras possibilidades de mundos e sentidos distintos de bem-viver. A Rede Comuá (antiga Rede de Filantropia por Justiça Social) organizou um seminário internacional na cidade de São Paulo, que trouxe luz a debates relacionais entre democracia, filantropia comunitária, justiça social e direitos humanos. O encontro foi protagonizado por pessoas negras, mulheres cis e trans, por organizações sociais e fundos comunitários que operam da ponta transformações significativas. Naquela semana, nosso próprio metaverso da Filantropia Social foi criado, onde a realidade moldada através de nossa teoria de mudança que tem no centro a diversidade, o território e a forma de fazer desburocratizada. Em nosso Metaverso filantrópico, imaginamos um mundo onde os recursos mobilizados e a cultura de grantmaking no Brasil e na América Latina considerem estratégias de impacto social lideradas por pessoas negras, mulheres, LGBTQIA+ e periféricas, em que o impulsionamento de movimentos, organizações sociais e coletivos seja orientado para a redução de desigualdades de forma coletiva, territorializada e menos burocrática. Através da reunião dos protagonistas da filantropia comunitária, a celebração dos 10 anos da Rede Comuá trouxe visibilidade para reflexões sobre práticas decoloniais e prioridades estratégicas que o investimento social privado e a filantropia precisam mergulhar no próximo ciclo. Acreditamos que para alcançar a equidade racial e de gênero nesta realidade metavérsica é necessário compartilhar recursos e poder com quem cotidianamente produz impacto nos territórios mais desiguais do país. Juntos, investidores de impacto social e coletivos, movimentos e organizações de favelas e periferias, aldeias  e quilombos podem recriar um mundo onde a base seja a justiça social e oportunidades iguais. Dando linha para diversidade Legenda: Gelson Henrique, Marcelle Decothe e Raull Santiago, fundadores da Iniciativa PIPA. Créditos: Leo Pinheiro/Valor A Iniciativa PIPA é uma organização criada por quatro ativistas periféricos do Brasil e que tem como principal missão contribuir para democratizar o acesso ao investimento social privado no Brasil. Em agosto deste ano, lançamos uma carta aberta à filantropia brasileira, com o propósito de ajudar a construir um mundo onde os recursos filantrópicos e privados sejam acessíveis às organizações, aos coletivos e aos movimentos de base favelada e periférica de maneira ampla e equitativa em termos de raça, gênero e classe. Nela, convidamos os colegas de fundações privadas e familiares, as empresas que impulsionam o impacto social e a comunidade de doadores individuais a repensarem suas políticas internas de construção. O objetivo é que eles priorizem a contratação de perfis negros, periféricos, LGBTQIA+ e de mulheres para gerirem seus portfólios e estarem em cargos de gestão e direção, para tomarem a decisão sobre quem e quanto se pode investir na mudança efetiva. Além de impulsionar um modelo de doação e repasse de recursos que priorizem o fomento a iniciativas negras, periféricas e com recortes de gênero. Não precisamos desenhar uma realidade paralela para entender que fomos nós, pessoas negras, indígenas e periféricas, que garantimos que as favelas e periferias pudessem comer e se proteger durante a pandemia. Imaginem a transformação política, econômica e social que conseguiremos construir se recebermos recursos sustentáveis, flexíveis e de longo prazo, para além do momento pandêmico. Transformar o metaverso da filantropia por justiça social e comunitária em realidade material e concreta depende de todo o ecossistema, principalmente de investidores sociais privados e suas múltiplas organizações e empresas. Que eles finalmente vejam as favelas e periferias, a população negra, indígena, quilombola, povos do campo e da cidade, mulheres, LGBTQIA+, não apenas como beneficiárias, mas como protagonistas da mudança. Somos os programadores do bem-viver, e para termos sucesso na redução das desigualdades, precisamos que nossa realidade de transformação concreta seja a regra, não a exceção. Conheça a Iniciativa PIPA *Pesquisadora de gênero, raça e violência e Cofundadora da Iniciativa PIPA. Texto publicado originalmente na revista Alliance Magazine e traduzido no blog da Rede Comuá.

Manifesto CIVI-CO pela Equidade de Gênero

O texto a seguir é baseado em discurso proferido por Patrícia Villela Marino durante evento, sediado no CIVI-CO, em celebração ao Dia Internacional da Mulher. “Neste Dia Internacional da Mulher, lembro que refletir sobre as nossas potências é uma imensidão, enquanto falar de nossos desafios por vezes configura uma crueldade. Mas esta imensidão e esta crueldade nos convocam a tomar posição. Mães foram, são e podem ser empreendedoras, empresárias e executivas sem jamais deixarem de ser cidadãs que, com grau variado de sucesso, acessam às políticas públicas. Por esse motivo, hoje peço que mulheres sigam empoderando mulheres. Apoiem aquelas excluídas do mercado de trabalho, atarefadas que estão no cuidado com os filhos e filhas e com a casa. Apoiem também as mulheres alijadas de direitos, que foram violadas nas suas garantias fundamentais ou que sofreram qualquer forma de abuso. O Estado as reconhece apenas na criminalidade, nunca na condição de cidadãs. É ao lado destas mulheres que trabalho, para mostrar que a privação de liberdade não deve impedir o espírito empreendedor que reside nelas. A liberdade que mulheres presas e egressas constroem dia após dia projeta mudanças de paradigma, assentando as bases de uma nova realidade. O preconceito existe e continuará existindo, o que nos obriga à luta para transformar a sociedade naquilo que ela tem de racista, classista e machista. A boa notícia é que temos as armas para isso: a toda hora e a todo minuto, usamos de nossa capacidade de superação para conquistar o nosso espaço. Não podemos, e nem queremos, regredir. Por se tratar de uma luta coletiva, é preciso que mulheres como nós, dotadas de privilégios, reconheçam a diversidade entre as que cerram fileiras conosco. Reconhecer as diferenças e trabalhar com complementaridade é o único caminho para sobrevivermos – juntas – na adversidade. Desigual, o sistema político, corporativo e jurídico coloca diante de nós obstáculos que só podem ser superados através da transformação social, que passa pela defesa da igualdade racial e dos direitos humanos. É nestes termos que exalto nossa feminilidade, construída num processo em que a empatia e a altivez cívica não cedem espaço para a complacência.” Patrícia Villela Marino é advogada, cofundadora do CIVI-CO e presidente do Instituto Humanitas360.

CIVI-CO Mag #4: A era do feminino

Uma era construída dos cacos, retalhos, trincheiras, silêncio e sangue. Forjada em uma luta que vem derrubando as barreiras como o “isso não é para você” e “mulher não nasceu pra isso”. Novos ventos sopram, as mãos se unem. Vozes antes abafadas agora ecoam dentro de lares, ruas, empresas, corpos e corações.  Chegou a hora de todos(as) saberem: o mundo é feminino! E este novo espaço que desconstrói o velho mundo é um lugar mais diverso, onde temos espaço para a empatia, liberdade, colaboração e construção. É dentro desse desejo que a CIVI-CO Mag #4 foi produzida, mostrando esta nova realidade construída por mulheres que não aceitam mais retrocessos e não se esquecem das outras que ainda seguem vulnerabilizadas e silenciadas pelo estado, pela justiça e sociedade.  Esta quarta edição mostra as iniciativas que estão criando soluções e se propondo a unir forças para construir um mundo melhor, não só para mulheres, mas para todes. Enquanto existir uma pessoa oprimida no planeta ninguém será completamente livre.  Equidade de gênero  Mesmo sabendo que existem motivos para celebrarmos, infelizmente não podemos esquecer de que o atual cenário ainda não é totalmente seguro e estabilizado. Nossa revista digital de impacto vai tocar nesse ponto ao escancarar a realidade dos ambientes corporativos, inclusive a do empreendedorismo.  Não é só mostrar a cura das cicatrizes, também é preciso lembrar das feridas para que elas nunca mais se repitam. E essa mensagem já vem estampada na capa da publicação pelas fotos impactantes da fotógrafa e artista visual, Márcia Charnizon. Sim, é necessário falarmos sobre as conquistas, mas também é preciso lembrar daquelas mulheres presas nesse ciclo de opressões – e esse movimento é uma onda que não pode recuar: deve ser progressista e abrangente, inclusive com a colaboração dos homens.    A CIVI-CO Mag #4 foi produzida de forma colaborativa e é composta exclusivamente com textos assinados por mulheres e organizações que possuem compromisso com a equidade de gênero. Esta edição é um manifesto de uma nova era, pensada e construída com a força e a voz de todas. Leia a CIVI-CO Mag #4 e celebre a força do Feminino!

Conseguimos e não paramos por aqui

Por Adriana Barbosa* É sempre muito gratificante contar a minha história e a da Feira Preta e ao longo de todo esse tempo, são mais de 20 anos, vejo que não consigo – e nem quero! –  dissociá-las. A Feira cresceu, chegou em lugares inimagináveis, contou a história de milhares de afroempreendedores, inclusive a minha, ano após ano. Se tornou algo muito além do que eu imaginei, se tornou uma cadeia especializada, potente e acima de tudo, humanizada, o maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina. Devo dizer, que assim como ela, a Adriana, que começou na pura sevirologia, lá atrás, com tantas inseguranças, mas com muita sagacidade e uma vontade enorme de mudar a rota, cresceu também. Me desafiei, celebrei, chorei e fiz parte de muitas realizações, por causa do meu propósito e pelo meu propósito. A Feira nasceu por um incômodo, pela falta de oportunidades e pela falta de um olhar para a população preta como produtora de conhecimento, de criatividade, de soluções que fazem a diferença. E tem sido uma jornada incrível, ainda que com as adversidades, pautar o quanto somos gigantes e estamos na linha de frente quando o assunto é inovar, ainda que seja difícil para muitos enxergar a nós, pessoas pretas, neste papel. Estamos constantemente nos reinventando, na escassez e na bonança.  Inclusive, ressalto, que essa inovação não é de hoje, é algo que permeia nossa existência como povo. Nesta jornada que é empreender, contei com inúmeros pares, parceiros, amigos e familiares. Resgato a minha parceira Deise, que esteve comigo, quando a Feira era ainda um sonho; a minha bisavó, avó e mãe que são as minhas referências de liderança, de mulher empreendedora, que sempre tinham um plano nas mangas, disruptivas desde sempre. Enquanto ancestral em vida, me sinto honrada em carregar esses ensinamentos e passá-los adiante para milhares de pessoas, começando pelos os meus, porque eu sei, que, mesmo que indiretamente, o impacto da Feira reverbera em outros lugares. Sinal de que a semente da reflexão sobre os nossos corpos, foi plantada e está germinando O simbolismo que a Feira Preta exerce é isso, para além da inventividade e criatividade da negritude, nas mais diversas áreas, é a importância do coletivo, da rede de apoio e no papel que ele exerce em nossas construções diárias, nas vitórias coletivas. Eu sou a representação dos meus ancestrais, já a Feira Preta é uma pequena África, de braços abertos para acolher aqueles que têm o DNA da criação e do empreender, que se esbarra na sobrevivência por muitas vezes, mas que se estrutura no alto potencial de ser um líder, no empreendedorismo e na vida. Não era a intenção, mas vejo, que essas palavras podem ser uma carta aberta para aquela jovem menina mulher dos anos 2000 que eu fui. Assim, finalizo dizendo: “Conseguimos e não paramos por aqui”. *Idealizadora da Feira Preta e CEO da PretaHub.

Como conseguir Captação e Investimento para seu negócio?

Apenas 44% dos negócios de impacto do Brasil já utilizaram algum tipo de doações ou investimentos. Esse dado é uma informação extraída do Mapa de Negócios de Impacto, estudo da da Pipe.Social que analisou um total de 1.272 negócios de impacto operacionais no país. A falta de recursos financeiros é uma das principais dificuldades para a manutenção desses negócios. O estudo aponta que a maior parte deles ainda é recente (60% tem até cinco anos de existência) e está nos estágios iniciais de desenvolvimento. Desafios Existe uma visível dificuldade por parte do ecossistema de impacto no Brasil em questões básicas como se estruturar enquanto negócio e, consequentemente, conseguir captar recursos, como alertou Rodrigo Alvarez, sócio diretor da Mobiliza Consultoria: “É pensar o que faz a sua iniciativa e a partir daí pensar em quem são possíveis investidores  e estruturar essa identidade organizacional é um dos maiores desafios de qualquer investidor, saber impactar é uma das perguntas mais importantes que temos que fazer.” Sabendo disso, na última sexta-feira (24), CIVI-CO promoveu o “Meetup CIVI-CO”, um encontro com organizações que atuam em diversas áreas de captação: recursos filantrópicos ou incentivos fiscais para ONGs, viabilização de créditos, de investimento ou crowdfunding para negócios de impacto. O ecossistema de impacto no Brasil é composto por iniciativas, organizações e negócios que atuam com impacto socioambiental através de diferentes modelos de gestão, mas invariavelmente a captação de recursos ou investimentos é um tema de grande relevância para todes. Formação e aprendizado O “Meetup CIVI-CO” foi um dia de imersão em nossa Comunidade. Mais de 60 pessoas inscritas participaram de forma presencial e digital, aprendendo e trocando informações sobre captação de recursos e investimentos. Na parte da manhã aconteceu o painel com membros e parceiros da Comunidade CIVI-CO que são referências no assunto, com participação de CESAR, DIVI-Hub, Estímulo 2020, Investe Favela, Kyvo, Mobiliza Consultoria, Ponteia e Sitawi. À tarde ocorreram as mentorias específicas, momentos de aprofundamento com os parceiros mentores que tiraram dúvidas e deram dicas para os participantes. Como aconteceu com o Cícero Alves, fundador do Instituto Fênix (PE), membro digital da Comunidade CIVI-CO, que viajou para participar presencialmente do evento: “Foi uma experiência enriquecedora, onde aprendi muito com diversos profissionais da área de captação. Acredito que esse conhecimento vai somar nos meus projetos futuros”. Conectando causas O evento foi idealizado para promover conexões e compartilhamentos. Na programação houveram intervalos dedicados ao networking entre parceiros(as) e membros da Comunidade CIVI-CO e convidados(as) do ecossistema de impacto socioambiental – rolou até uma cervejinha no final! Além de todo o conteúdo, a programação contou com o “Almoço de Impacto” preparado pela chef Thayná Negreiros, fundadora da Alimento, e com a feira de artesanatos organizada pela Compre de uma Mãe Preta. Ambas organizações são negócios de afroempreendedorismo. Confira um pouco do que rolou neste dia!

Construindo uma educação antirracista

Por Janine Rodrigues* O sankofa, ideograma adinkra dos povos acã (África Ocidental), é representado por um pássaro com a cabeça voltada para trás, corpo virado para frente e um ovo em seu bico. Os povos originários nos ensinam a compreender que é imprescindível retornar ao passado para ressignificar o presente e construir um futuro mais justo e equânime É assim quando olhamos para as crianças e pensamos quase imediatamente que elas são o futuro do planeta. Lembro-me de uma conversa com o querido Daniel Munduruku, onde ele dizia: ”Cada pessoa, em cada fase da vida, é o melhor que ela pode ser. Pensamos nas fases da vida como as estações do ano. Primavera, verão, outono e inverno não são mais importantes que os outros. Cada fase, cada ciclo é o melhor que pode ser”. Ciclos se abrem e se encerram. E analisando o sankofa, e tudo que aprendemos com os povos Mundurukus, acredito que o futuro é agora. Lembro-me também de uma frase do querido Fernando Baniwa, que me disse recentemente numa tarde de estudos: “o futuro é o passado mais recente”.  Só é possível pensar no futuro se nossos incômodos e nossas pendências de hoje forem reconhecidas e enfrentadas como sendo um compromisso de todos e todas. Enquanto os grupos minorizados (pessoas negras, povos indígenas, mulheres, comunidade LGBTQIAP+, dentre outros), exterminados e privados de saúde em todos os sentidos forem os únicos a se manterem na linha de frente desta batalha, e os principais interessados em políticas públicas que garantam seus direitos, não há futuro. E não haverá futuro porque não há vida agora. Há sobrevida. Então, quais reflexões podemos fazer para transformar essa perspectiva? Retornar ao passado: Qual foi nossa verdadeira história? Quais batalhas perdemos? Quais vencemos? Quem foram os verdadeiros heróis? E quem foram os verdadeiros vilões? Ressignificar o presente: Sabendo então qual foi o passado, quais ações e escolhas faremos hoje? Qual nosso lugar de luta, de fala, de decisão hoje? Construir o futuro: O que eu vejo? Onde eu me vejo? E onde eu me vejo, eu consigo te enxergar também? No meu futuro promissor cabe você? No seu futuro promissor, caibo eu? Jogo da Lei 10.639 Parceria entre a Piraporiando e o Porvir, o Jogo da Lei 10.639 é voltado para apoiar professores e professoras a refletir sobre suas práticas e criar projetos de educação antirracista em suas escolas. “Implementar a Lei 10.639 ajuda a diminuir o impacto do racismo institucional. Isso não é só responsabilidade dos educadores negros e das crianças negras. É um desafio para toda a escola. É preciso o coletivo”, defende Jenniffer Cornélio, pedagoga e integrante do educativo da Piraporiando. Legenda: Jenniffer, Tatiana e Janine no lançamento do Jogo da Lei no auditório do CIVI-CO. Crédito: Vinicius de Oliveira/Porvir “Um projeto antirracista não acontece só em um lugar, ele deve permear todos os espaços. O Jogo é um material voltado aos educadores, não necessariamente para aplicar com os estudantes. Ele pode ser usado para pensar qualquer espaço da escola”, afirma Tatiana Klix, diretora do Porvir. O tabuleiro do Jogo da Lei 10.639 está disponível para download gratuito. Baixe o jogo *Educadora, escritora e fundadora da Piraporiando.

Chegadas e partidas de Mulheres Refugiadas

Um olhar sensível sobre histórias marcantes. Mulheres que tiveram que romper fronteiras e enfrentar trajetórias internas e externas de superações, compartilham suas experiências e constroem um novo caminho para redescobrir sua feminilidade em situação de refúgio. “Refugiadas” é um curta-metragem produzido em colaboração entre o CIVI-CO e a ONG Estou Refugiado, que relata as vivências de 5 mulheres refugiadas no Brasil. O vídeo se propõe a ser um elo de esperança entre pessoas refugiadas, não só em outros países, mas também dentro de si. Leia: É preciso ouvir as mulheres Essas mulheres encontraram acolhimento em um novo país e estão confrontando as barreiras do tempo – entre o passado e presente. Durante a jornada, elas têm a chance de se reconectarem com o feminino, que por muitas vezes lhes foi negado e subjugado. Assista agora!   Eternizando memórias Histórias como a de Lara Lopes (@lopes_maysha), mulher LGBTQIA+, moçambicana e refugiada no Brasil desde 2014. O relato dela se junta à de outras 3 mulheres no primeiro livro da coleção “Estou Refugiado” e tem tudo para emocionar e chamar, ainda mais, a atenção para esta causa. O vídeo Refugiadas também é um prenúncio desse material do livro, que traz depoimentos emocionantes de como quatro mulheres, de diferentes nacionalidades, chegaram até o Brasil e sobre os desafios vividos por elas. Essas narrativas sobre liberdade, segurança e paz, além da superação da falta de direitos humanos básicos, foi conduzido por duas grandes jornalistas brasileiras: Consuelo Dieguez, Flávia Mantovani e pela fundadora da Estou Refugiado, Luciana Capobianco, co-autoras e organizadoras da publicação. Conheça a Estou Refugiado Em 2015, a Estou Refugiado nasceu da convicção de que a questão do refúgio estava envolta em uma densa nuvem de desinformação e preconceito. Era preciso tomar uma atitude para mudar esse cenário dando voz, visibilidade e dignidade a esses seres humanos que precisam do apoio e da compreensão de todes. Pouco tempo depois, em 2017, a Estou Refugiado criou uma “máquina de currículos” que chamou a atenção. Além de distribuir milhares de currículos, o totem interativo tem o objetivo de passar de forma bem impactante a mensagem contra o preconceito através de vídeos de refugiados. Em março de 2019, a “Estou Refugiado” se formalizou como uma Organização Não Governamental (ONG). Com direção de Luciana Capobianco e a colaboração de voluntários, profissionais de Recursos Humanos, psicólogos e comunicadores, a ONG tem como foco a inserção de refugiados no mercado de trabalho. Desde então, a Estou Refugiado integra a Comunidade CIVI-CO. Conheça as empresas que fazem parte do nosso ecossistema de impacto! 

Abrir chat
Oi, como podemos te ajudar?