fbpx

CIVI-CO Mag #3: O futuro é ancestral

A terceira edição da CIVI-CO Mag celebra a viagem pelos caminhos inovadores pavimentados nos 5 anos de vida da nossa Comunidade. Com o tema “Construindo o futuro transformando o agora”, nossa revista digital de impacto buscou inspiração nesse passado recente para trilhar um novo rumo mais diverso. Nesta publicação especial, imergimos no universo do afrofuturismo para mostrar as soluções afrocentradas produzidas pelos membros e parceiros da Comunidade CIVI-CO, com a missão de fomentar a diversidade racial no empreendedorismo de impacto. Hoje, a população negra brasileira é maioria em números: são 119 milhões de pessoas autodeclaradas pretas e pardas no nosso país (IBGE). Nosso desejo é que esta presença majoritária seja refletida também na representatividade política, econômica e social. Construindo o Futuro Soluções e inovações pensadas dentro de uma ótica racial estão sendo promovidas diariamente em nossa sociedade. Porém, infelizmente são invisibilizadas por uma sociedade ainda colonial e preconceituosa. Tentando romper com esses padrões, a Comunidade CIVI-CO se mostra favorável a essas transformações e também à uma mobilidade social onde todes possam estar em igualdade. Ajustamos a nossa máquina do tempo para este futuro compartilhado e diverso, que até parece utópico, mas é no agora que plantamos sementes para frutificar realidades justas, que hoje podem parecer impossíveis. Mas o CIVI-CO é o lugar onde o futuro é possível. Transformando o Agora  O CIVI-CO está completando 5 anos de existência em 2022. Nosso aniversário é comemorado em novembro, no Mês da Consciência Negra. Então, estamos impactados pelo espírito transformador e pela simbologia do 5, considerado pelo filósofo Pitágoras como o número da união, da harmonia e do equilíbrio. Com ajuda da numerologia, queremos promover uma sociedade diversa onde a equidade racial seja possível. Aqui no CIVI-CO, o futuro é o presente e já está em construção. A CIVI-CO Mag #3 foi produzida de forma colaborativa e é composta exclusivamente com textos de pessoas negras e por organizações que possuem compromisso com a pauta racial. Esta edição se propõe a ser um presságio de uma nova era, mas finca os pés no chão para mostrar que a transformação é real e está acontecendo diante dos nossos olhos. Leia a CIVI-CO Mag #3 e embarque nessa viagem para o futuro!

Nosso compromisso com a pauta racial

Fortalecendo o nosso apoio às políticas de equidade racial, neste mês da Consciência Negra, o CIVI-CO promove a primeira edição da Vitrine Ubuntu, feira de impacto social que fomenta o afroempreendedorismo em diferentes áreas. Já nascemos aliados da pauta antirracista e temos a missão de conquistar mais combatentes para esta luta. Em 2021, lançamos a Trilha do Racismo Estrutural, e neste ano reafirmamos o nosso compromisso com a diversidade racial nos eventos realizados no CIVI-CO, como o Cannabis Thinking: Legado. Empreendedorismo com oportunidades iguais A Vitrine Ubuntu é um evento de empreendedorismo de impacto socioambiental que visa a diversidade e o protagonismo negro. O encontro tem objetivo de promover redes de contato, maximizar o afroempreendedorismo e antecipar tendências de inovação. A programação do evento conta com rodas de conversa, desfile de moda, atividades culturais e feira com exposição e venda de produtos de mais de 10 marcas voltadas para o mercado afro. Os painéis trazem a equidade racial para o centro do debate das pautas ESG, com participação de empreendedores(as) sociais, lideranças do mundo corporativo, ativistas e aliados(as) da causa antirracista. O evento é idealizado por Samanta Constantino, empreendedora do setor de beleza, com apoio do CIVI-CO, primeiro hub de impacto cívico socioambiental da América Latina. Trilha do Racismo Estrutural Fruto de uma ação colaborativa entre  CIVI-CO e TRACE Brasil, a trilha traz uma  linha do tempo com informações e datas históricas que mostram a construção da estrutura do racismo no Brasil. O conteúdo está disponível em uma série de vídeos no nosso canal do YouTube. O conteúdo tem a apresentação de AD Junior, Head de Marketing da Trace Brasil e idealizador da proposta. Assista à Trilha do Racismo Estrutural!  Cannabis ESG  As vozes das pessoas negras foram o legado mais importante da quarta edição do Cannabis Thinking. As mesas e painéis dialogando com a proposta de tornar acessível os impactos socioambientais gerados pela cannabis trouxeram a diversidade necessária para se repensar e questionar a guerra às drogas, que mata e encarcera muitos jovens negros. As falas potentes chamaram a atenção para o caráter racista existente no proibicionismo da cannabis e apontaram, principalmente, para um futuro onde as pessoas pretas sejam incluídas e protagonistas nesse cenário de uma possível legalização, podendo ter acesso aos produtos e também empreender neste segmento. Comunidade aliada No dia 21 de novembro, a cofundadora do CIVI-CO, Patrícia Villela Marino, foi premiada com o “Troféu Raça Negra”, prêmio da Universidade Zumbi dos Palmares que celebra personalidades atuantes no combate ao racismo e na defesa da população negra. O troféu homenageou 20 mulheres, entre elas a ativista Graça Machel, viúva de Nelson Mandela, a ex-presidente Dilma Rousseff e a escritora moçambicana Paulina Chiziane, primeira negra vencedora do Prêmio Camões de literatura. Em seu discurso, Patrícia Villela Marino ressaltou a importância do letramento racial, inclusive para que pessoas brancas deixem de ser “instrumentos da branquitude e do branqueamento” para se tornarem “promotores de letramento”. CIVI-CO Mag #3 A terceira edição da revista digital de impacto do CIVI-CO será lançada no final de novembro, em uma publicação especial dos 5 Anos da nossa Comunidade.  Pensando no Futuro dentro de uma ótica de sucesso, a revista vai enfatizar o impacto gerado por trajetórias afrocentradas que estão apresentando soluções dentro do ecossistema. Fique atento(a) nas nossas redes sociais para acompanhar o lançamento da CIVI-CO Mag #3. Como dissemos, aqui no CIVI-CO a luta antirracista é uma pauta permanente. Tanto dentro da nossa Comunidade composta por diversos empreendedores pretos, quanto pela nossa equipe e pelos nossos conselheiros, que levantam a causa da diversidade racial para além das nossas paredes e fazem deste espaço um lugar de transformação.

Futuro do trabalho: fim da escravização nas plataformas

Por Rogério Nogueira* Vivemos a era digital, período em que a tecnologia transformou e promete seguir transformando a vida da maior parte da população do planeta de maneira incontornável. E o que não faltam são considerações positivas e negativas sobre as inúmeras dimensões desse fenômeno que já remodelou a sociedade de maneira permanente. Mas a pergunta que fica é: o que nos aguarda no futuro? No Livro Homo Deus, Yuval Noah Harari profetiza sobre a nova revolução social pautada pelo que chamou de revolução algorítmica, um desdobramento propiciado pela disrupção digital, na qual a própria tecnologia assume uma dimensão divina, enquanto os humanos passam a ser considerados meros instrumentos das dinâmicas produtivas. Algo que já se deu durante a revolução industrial, tão apropriadamente ilustrada no filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin em 1936, época em que a população mundial era ¼ do tamanho da atual. Na era digital, em que a virtualização das relações é transversal, vemos o surgimento da economia de plataforma, que transformou o modo como negociamos produtos e serviços e, hoje, representa fonte de renda para 32 milhões de pessoas no Brasil. Com muito investimento de Venture Capitals e seguindo uma cartilha de crescimento a qualquer custo, fortemente amparada por práticas monopolistas, essa nova fronteira da economia foi capturada por grandes empresas, que atuam como grandes intermediários e, como tais, exercem seu poder para impor regras e taxas a seus usuários e, consequentemente, ao mercado como um todo.. Economia dos “bicos” Viabilizada pela economia de plataforma, a chamada gig economy, ou economia dos “bicos”, se caracteriza por ecossistemas digitais voltados aos profissionais autônomos. Os mais notórios, por sua popularidade e presença no dia a dia de milhões de pessoas, são os aplicativos de entrega e transporte, que estão moldando as relações do futuro do trabalho. Estes aplicativos encontraram terreno fértil para crescer de forma desregulada em um cenário de abundante disponibilidade de mão de obra em função da crise econômica e da precarização das relações de trabalho. Além da má remuneração e de uma série de desrespeitos que fragilizam a correlação de força entre plataformas de delivery e trabalhadores, estes profissionais vivenciam apenas o ônus da falta de vínculo formal com estas empresas, pois a ditadura algorítmica tem minado um dos pilares fundamentais do pleno e livre exercício do trabalhador independente: sua autonomia para definir quando e como quer prestar seu serviço. Alternativas de impacto positivo O modelo que atualmente rege o mercado de plataformas é insaciável, pois almeja monopólio e concentração de poder a qualquer custo. Por isso é imperativo o fortalecimento de alternativas pensadas sob o prisma do impacto social positivo, que apoiem pequenos negócios, combatam a crescente precarização das relações de trabalho e, principalmente, ajudem a combater a desigualdade social. Já disponível para download em São Paulo, o AppJusto é um negócio que coloca lucro e preocupação social em pé de igualdade. Somos uma plataforma de código fonte livre concebida coletivamente, cuja missão é promover relações mais justas e fomentar esse equilíbrio no setor. Com modelo de negócio alinhado aos ODS 8 e 10 da ONU, o AppJusto soma forças com todos os envolvidos, ao operar um sistema que oferece autonomia, transparência e ganhos justos. Ao praticar taxas mais justas, impulsionamos um ciclo virtuoso no qual restaurantes conseguem cobrar menos dos consumidores, que economizam enquanto remuneram mais e de forma sustentável (sem cupons ou promoções) os entregadores. Um negócio em que cada pedido ajuda, de fato, na consolidação de um modelo voltado à construção de uma sociedade mais justa. Saiba mais sobre o AppJusto *Sócio Fundador do AppJusto.

CIVI-CO: onde o futuro é possível

“O CIVI-CO traz à existência uma cultura de um lugar para ser e não só um lugar para estar.” – Patrícia Villela Marino, Cofundadora do CIVI-CO. Ao longo dos últimos 5 anos, construímos essa tão sonhada Comunidade de empreendedores(as), organizações e ativistas cívico socioambientais e trabalhamos muito para gerar transformações positivas na sociedade e no espaço público brasileiro – e até mundial. Estar no CIVI-CO é um convite para pensar o futuro juntos e juntas. É buscar um caminho a ser seguido, é sobre esperança e como pode ser possível construir um futuro sustentável, inclusivo e diverso. Neste futuro, todas as narrativas devem ser respeitadas e assumem protagonismo com as próprias soluções. Nessa metade de década vivida, avançamos na nossa missão de fomentar o empreendedorismo de impacto cívico socioambiental e promover conhecimento para engajar a sociedade civil, o poder público e a iniciativa privada nas causas alinhadas com as métricas ESG e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Ouça o podcast o Planeta CIVI-CO!  Qual Futuro queremos?  Estamos vivendo uma transição, na qual muitos modelos de sociedade já não se sustentam mais. Precisa emergir um novo estilo de vida que leve a um mundo mais justo, inclusivo e solidário. O CIVI-CO nasceu para reunir iniciativas transformadoras e fomentar essa inovação socioambiental de forma coletiva. Sim, queremos um futuro tecnológico e inovador, mas que seja acessível para todos e todas. E nós, enquanto comunidade engajada, também pensamos em expandir nossas fronteiras e buscamos chegar em novos espaços, disseminando nossos ideais e ampliando o nosso impacto. Hoje somos também uma comunidade virtual conectada com membros e parceiros para além do nosso espaço físico em São Paulo. O ecossistema CIVI-CO está presente em todas as regiões brasileiras e em outros países. Estamos em obras, o futuro é agora  Para manter essas conexões ativas e encontrar soluções descentralizadas, nós estimulamos uma rede de informação construtiva através dos nossos canais digitais, realizando uma extensa produção de conteúdo, como: podcasts, webséries, revista digital, artigos e newsletter mensal. Aqui também fomentamos as conexões, pois sabemos que a construção do futuro só pode ser feita compartilhada. Pensando nisso, criamos os nossos Hubs de Pensamento: Alimentação Consciente, Bioeconomia, Cannabis, Cultura, Educação e Moda Sustentável. Próximos 5 anos  Vamos seguir incansáveis, apostando na força da diversidade para formar uma comunidade colaborativa. Gostamos de gente e nos inspiramos no poder das pessoas engajadas, sonhadoras e que lutam por uma sociedade justa e igualitária.  Para nós, o impossível não existe! 

Assista ao Visita CIVI-CO: Paiter Suruí

“Vamos transformar o Brasil em um grande líder em sustentabilidade!” – Almir Suruí, Cacique Geral dos Paiter Suruí. A segunda temporada do “Visita CIVI-CO” desembarcou no território Indígena Sete de Setembro, em Cacoal (RO). Nessa jornada pela Amazônia, conhecemos e aprendemos com o impacto gerado por essa comunidade que possui uma extensa articulação na bioeconomia. Os Suruí de Rondônia se autodenominam Paiter, que significa “gente de verdade” na língua tupi-mondé. Atualmente ocupam uma área de 247 mil hectares. A comunidade liderada pelo Cacique Almir Suruí precisou se reinventar para garantir e assegurar sua existência ao longo dos anos e hoje é referência em inovação. [embedyt] https://www.youtube.com/embed?listType=playlist&list=PLOufRo26TWGvDJACeyHEaZ7dr2rstmK4p[/embedyt]   Venha visitar com a gente “Visita CIVI-CO” é uma série produzida a partir de visitações às organizações e iniciativas de impacto cívico socioambiental pelo Brasil invisibilizado. Após a primeira temporada gravada no G10 Favelas em Paraisópolis, a segunda traz as narrativas da comunidade do Povo Paiter Suruí e a relação deles com a natureza e a bioeconomia. Nosso objetivo é desmistificar a proposta de negócio de impacto como um modelo elitista, provando que os ecossistemas indígenas também desenvolvem soluções e inovações transformadoras. Em três episódios publicados semanalmente no YouTube, vamos ampliar essa conversa e conhecer mais essas iniciativas. Metareilá “local de reunião” O povo Paiter Suruí só teve contato oficial com os não-indígenas em 1969. Essa aproximação trouxe profundas mudanças sociais na comunidade.  Antes do contato, existiam mais de 5 mil Paiter Suruí. Depois, esse número foi reduzido para aproximadamente 290 indígenas e quase foram extintos. Em 1989, preocupados com a longevidade da comunidade, as lideranças criaram a Organização Metareilá para combater a atividade madeireira ilegal, escolhendo representantes compromissados com a defesa do meio ambiente. Metareilá significa “local de reunião”. A Organização incentiva alternativas econômicas sustentáveis, faz articulações com organizações nacionais e internacionais e busca apoiadores que se identificam com as causas socioambientais. Em 2007, os Paiter Suruí também implementaram um Projeto de Crédito de Carbono Florestal para preservar a floresta e desenvolver um Plano de Vida para os próximos 50 anos. O Projeto irá financiar atividades de proteção e fiscalização através de pagamentos por serviços ambientais, como a comercialização de créditos de carbono. Assista ao Visita CIVI-CO! Descubra mais: www.paiter-surui.com

Ressignificando traumas

Por Natureza Conecta Todos os anos milhares de crianças e jovens passam por experiências traumáticas. Elas sofrem abusos, violências domésticas, opressões étnicas e são torturadas. Aliás, você leitor, deve se perguntar: quem nunca viveu um trauma? Vamos começar pela definição. É importante dizer aqui, que vamos abordar traumas psíquicos e não físicos. A psicologia clínica define um trauma ou psicotrauma como uma agressão externa à integridade psíquica. A definição não se refere ao estado de risco à vida, mas sim ao dano emocional causado pela experiência. O que nos leva a pensar que, não é o fato que ocorreu que define os efeitos do trauma, mas a intensidade subjetiva com a qual foram vivenciadas. Isto é, cada indivíduo tem a sua interpretação do trauma. Há elementos que contribuem para o impacto causado por um trauma, como quando, por exemplo, quem ocasionou é alguma pessoa muito próxima. Existe uma rede de apoio para o pós-traumático e as habilidades internas de enfrentamentos de cada um. Dados esses elementos, sabemos que a maior preocupação é com crianças e jovens, uma vez que ainda estão em fase de desenvolvimento e são muito mais vulneráveis a situações como essas. Mesmo após anos, os traumas não superados podem desencadear sintomas graves e prejudicar o desenvolvimento da criança, podendo gerar tanto distúrbios psíquicos, quanto dificuldades no aprendizado. Especialmente na adolescência, os traumas infantis não superados podem ocasionar problemas comportamentais. Neste momento, a vítima pode se tornar um AGRESSOR. A natureza cura Com o objetivo de apoiar crianças e jovens no processo de superação de traumas nasceu o Natureza Conecta. Nosso trabalho é trazer o poder de cura da natureza e dos animais por meio de um programa terapêutico pedagógico que compreende na terapia assistida por animais e na pedagogia do trauma. Nossa missão é combater a desigualdade social oferecendo a população em situação de vulnerabilidade social tratamento para saúde mental, possibilitando a melhoria de seu bem-estar, diminuindo transtornos mentais e apoiando a ressignificação das vivências para uma mudança positiva perante à vida. Saiba mais sobre a gente lá no nosso site e nos acompanhando nas redes sociais @_naturezaconecta.

A articulação brasileira na COP 27

Começou no último domingo (06) a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, a COP 27, sediada em Sharm el-Sheik, no Egito. E o Brasil estará no centro das pautas debatidas. A comitiva brasileira desembarca no evento em grupos distintos e levantando bandeiras importantes nessa luta climática. Desta vez, o Brasil entra com expectativa de chegar à mesa de negociações com foco no diálogo, em busca de ser reinserido nas soluções climáticas mundiais, atuação da qual ficou afastado politicamente nos últimos anos. Mas para acompanhar esta articulação precisamos ficar atentos a três grupos brasileiros específicos que estarão na COP 27: Brazil Climate Action Hub – o pavilhão inclui ambientalistas e cientistas e busca dar visibilidade para ações que esses grupos propõem contra a mudança climática, na contramão do discurso oficial. Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) – associação nacional de entidades que representam os povos indígenas do Brasil e que busca mobilizar os povos e organizações indígenas do país contra as ameaças e agressões aos direitos indígenas. Comitiva do Presidente Luís Inácio Lula da Silva – acompanharão o presidente eleito, a deputada federal eleita e ex-ministra do Meio Ambiente de governos petistas anteriores, Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e a senadora Simone Tebet (MDB-MT), além de outros aliados que irão compor o futuro governo. Afinal, o que é a COP 27?  Criada em 1995, a Conferência das Partes (COP) chega à 27ª edição em 2022. Ela é uma reunião entre países-membros da ONU voltada à mudança climática, em que os participantes debatem soluções comuns para os desafios do clima, podendo criar novos acordos e acertos ambientais e buscando combater o aquecimento global. Chefes de Estado, ministros e diplomatas que se envolvem nas principais negociações sobre o tema são convidados para o evento. Mais de 90 estadistas devem ir ao encontro no Egito. Também costumam participar representantes do setor privado e da sociedade civil, ativistas e estudiosos que comparecem a reuniões e debates paralelos. A COP é realizada pela UNFCCC, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, grupo de 196 países, criado em 1992, com o objetivo de estabelecer compromissos globais para o combate ao aquecimento global, diante da intensificação do problema e de seus efeitos nas últimas décadas. Confira a programação completa da COP 27 Participação brasileira Mesmo sendo um encontro de estadistas, e o Brasil estando no centro das atenções principalmente por conta da Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro não comparecerá à COP pelo segundo ano consecutivo. O Governo Federal deverá marcar presença apenas com o ministro Joaquim Leite. Em contrapartida, o Consórcio da Amazônia Legal, grupo oficial composto pelos governos estaduais do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão, estará presente na edição deste ano. Veja os destaques da COP do ano passado O público esperado para a COP 27 é de 20 mil pessoas. Além das representações governamentais, ao todo serão 12 dias de debates com ampla participação brasileira em todos eles. Acompanhe alguns perfis que farão a cobertura da COP27: 🌏 @youthclimateleaders 🌏 @imazonoficial 🌏 @plataformacipo 🌏 @cop27_egypt 🌏 @souamandacosta

Economia Circular: entenda sua importância

Por Ana Beatriz Ferreira* Pensar os processos de relacionamentos entre seres humanos, consumo, meio ambiente, sociedade e economia de forma cíclica, que tenha a preservação dos recursos e o bem-estar como objetivos finais, é o que caracteriza a economia circular. Diferentemente de uma economia linear, como o modelo com que a sociedade está mais habituada hoje, em que os processos de extração, transformação, consumo e descarte geram um volume gigantesco de resíduos no planeta, a circularidade busca o reaproveitamento dos recursos, que se tornam matéria-prima para novos produtos e materiais. Quer saber mais sobre o conceito e entender a importância dele diante dos desafios climáticos e ambientais que enfrentamos em comunidade? Continue a leitura a seguir! Vantagens da economia circular em relação à economia linear Ao falar em economia linear tradicional, o incentivo ao consumo desenfreado, sem pensar em soluções para reaproveitamento dos materiais e reciclagem, faz com que o meio ambiente sofra impacto direto, tornando-se reservatório de lixo e de embalagens que não tiveram planejamento para integrarem uma cadeia cíclica. A economia circular, por outro lado, de acordo com informações da Ellen Macarthur Foundation, “constrói capital econômico, natural e social”, baseada na eliminação de resíduos desde o início da produção, na manutenção de produtos em uso e na regeneração de sistemas naturais. Ela funciona, assim, como um convite à reflexão e à mudança de perspectivas para gerar novas oportunidades econômicas e assegurar um espaço socioambiental equilibrado, em que as atuais e futuras gerações possam se desenvolver em sinergia com o meio ambiente.   Ação ligada ao “Novembro Consciente”, em que cada compra na nossa loja representou uma nova muda plantada na Mata Atlântica. Fotos: Positiv.a/Acervo Como colocar a economia circular em prática Pensar em circularidade envolve também temáticas como bioeconomia e Cradle to Cradle, uma ideia que, traduzida para o português, pode ser chamada de “do berço ao berço”. Concebida pelo arquiteto americano William McDonough e pelo engenheiro químico alemão Michael Braungart, ela preconiza a lógica em ciclo de criar e reutilizar produtos, um desafio para empresas que começam a se desenvolver e buscam um modelo de negócios viável, apoiado por impacto positivo. Para quem não está à frente de um negócio, ainda assim, é possível apoiar iniciativas circulares e consumir delas a fim de mudar comportamentos de mercado e multiplicar práticas de consumo consciente. Para isso, listamos algumas dicas: Evitar ou minimizar o consumo de produtos que usem plástico virgem, na composição ou em suas embalagens. Dar preferência a pequenos produtores e a negócios locais, que tenham logística é uma forma de operar ainda mais circular. Conhecer as origens do que consome, buscando por certificações da empresa, a fim de se informar sobre suas práticas e garantir que seja um negócio transparente. Na positiv.a, algumas certificações de relevância, nesse caso, são o selo de Agricultura Familiar, certificação juntamente ao Sistema B e o compromisso com a Ellen Macarthur Foundation. Informar-se a respeito das políticas afirmativas de diversidade, assegurando que não somente a empresa tenha um compromisso ambiental, mas também responsabilidade social. Dar os primeiros passos rumo a essa mudança pode ser desafiador, mas é certo que é imprescindível para garantir que a transformação esteja em curso. Para convidar mais pessoas a conhecerem e a refletirem sobre economia circular com você, não deixe de compartilhar esta publicação em suas redes sociais! *Coordenadora de mídias sociais da Positiv.a.

Halloween dos negócios de impacto

Assombrações não existem somente em filmes de terror. Apesar de temas como ESG e ODS estarem cada vez mais presentes nas pautas organizacionais, muitos dos desafios mal assombrados precisam ser debatidos e exorcizados nesses espaços durante o ano todo, não só no Dia das Bruxas. O mais recente Mapa de Negócios de Impacto, lançado em 2021 pela Pipe.Social, analisou um total de 1.272 negócios de impacto operacionais no Brasil. A pesquisa revelou que 60% têm até cinco anos de existência e se encontram nas etapas iniciais de desenvolvimento. Essas assombrações atrapalham o crescimento e a longevidade de negócios de impacto, descredibilizando instituições, pulverizando boas ações e reduzindo muitas vezes só à ganhos financeiros, além de esvaziar todo o propósito por trás dessa construção. O CIVI-CO vai te guiar por essa jornada fantasmagórica e ajudar a identificar e combater alguns desses monstros. Vem com a gente! Greenwashing Verde assim como o monstro do pântano, o greenwashing é um termo em inglês que pode ser traduzido como “lavagem verde”. Ele é praticado por empresas, indústrias públicas ou privadas, organizações não governamentais e até governos. É uma estratégia de marketing de promover discursos, ações e propagandas sustentáveis que não são executados na prática. Funciona como uma maquiagem para esconder, disfarçar ou aumentar os dados e resultados do impacto gerado. Exemplo:  o clássico aviso “não contém CFC”, que pode ser observado em várias marcas de aerossol. O CFC é realmente um gás perigoso para a camada de ozônio, mas foi comercialmente proibido e, portanto, não é mais utilizado por nenhum fabricante. Social Washing Ele é irmão do greenwashing, mas não é menos assustador. A prática do social washing abrange todo tipo de maquiagem social e é utilizada para disfarçar as atividades éticas, ou melhor, inatividades, para além da proteção dos recursos naturais. Incluindo direitos humanos e trabalhistas, igualdade de gênero, escravidão, direitos civis e questões raciais. Exemplo: empresas que vendem produtos de empoderamento feminino, como roupas e cosméticos, mas não possuem mulheres em cargos de liderança e exploram a mão de obra feminina pagando baixos salários e longas cargas horárias. Baixo engajamento Para manterem a longevidade, as empresas precisarão ter um compromisso destacado com o impacto ambiental e social. Os empreendedores já causam impacto por si só, fomentando ideias e com incentivo financeiro. Mas quando o impacto social é a essência do negócio, a missão fica mais complexa, pois é preciso motivar o time e engajar todas as pessoas envolvidas em um propósito maior. Principalmente os consumidores – e até simpatizantes. Um ecossistema de impacto onde os  valores não são defendidos por toda a comunidade está fadado a cair em um limbo. Exemplo: empresas que realizam campanhas de financiamento coletivo, mas que não  conseguem a arrecadação necessária. Desinformação Assim como uma manifestação zumbi, existe uma circulação orgânica de desinformação acontecendo no mundo. Muitas vezes bancadas por interesses políticos ou econômicos e que acabam atingindo diretamente causas socioambientais. Existem diversos exemplos de como as fake news são usadas para ganhar dinheiro levando tráfego a determinados conteúdos, produtos e até posicionamentos políticos. Existe toda uma indústria que se move com a monetização de informações falsas e que acaba também priorizando e desestabilizando empresas e organizações. Exemplo: a venda de Cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada, durante a pandemia de COVID-19, com a falsa promessa de ajudar no tratamento da doença BAIXE O EBOOK “Fake News: A força da (des)informação na rede” Não tenha medo Para se livrar desses monstros não adianta usar alho, bala de prata ou água benta. Mas não se apavore! Proteja-se com muita informação verídica, estudos, pesquisas e fique ligado nas métricas ESG. Se possível, busque também pela responsabilização das empresas e organizações que praticam alguns desses atos. Por isso, fique atento, não pratique esses atos e denuncie!

Um Brasil de lutas e esperanças

Por Amanda Vargas* Representação indígena no poder político. Este é o espaço que Sonia Guajajara e Célia Xakriabá irão reforçar no Congresso Nacional brasileiro. Estas duas mulheres indígenas foram eleitas Deputadas Federais nas eleições políticas que aconteceram em 2 de outubro. Perante a possibilidade da reeleição de Jair Bolsonaro, ambas apelam a uma força tarefa para sensibilizar os brasileiros sobre o futuro fascista que se prevê. Para as duas líderes indígenas, a eleição do candidato Lula no segundo turno é a esperança de que a democracia seja mantida, e que as questões ambientais e dos povos indígenas sejam honradas. Leia abaixo a entrevista com as duas deputadas eleitas: Sonia Guajajara é originária da Araribóia, Terra Indígena no Maranhão. No entanto, ela se candidatou a Deputada Federal pelo estado de São Paulo por sua enorme responsabilidade na preservação dos biomas brasileiros, especialmente da Amazônia, devido ao seu poder econômico. A sua candidatura foi estrategicamente alinhada com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, que viu nela a oportunidade de ter uma representante dos povos nativos num lugar de destaque na política nacional. Esta é a primeira vez que São Paulo elegeu uma mulher indígena, e Sonia sabe da responsabilidade que tem nas suas mãos. Como se sente agora que foi eleita Deputada Federal? Estou extremamente feliz e orgulhosa por ver que São Paulo respondeu ao apelo por aldear a política. Os meus eleitores elegeram-me para honrar a missão de trazer ao Congresso a força e a ancestralidade dos povos indígenas. Farei com que todos os votos tenham valido a pena, e não pouparei esforços para garantir a demarcação das terras indígenas, a proteção da Mata Atlântica, da Amazônia e de todos os biomas brasileiros, defendendo a agroecologia para combater a fome e garantir alimentos sem veneno no prato de cada brasileiro. Finalmente, sinto-me muito feliz e orgulhosa por saber que hoje faço parte do grupo de mulheres que ocupam um lugar no Congresso Nacional lutando pela mãe de todas as lutas: a luta pela Mãe Terra! A minha candidatura teve sempre o objetivo de cumprir este papel que a história nos atribuiu – o de não realizar um projeto pessoal, mas sim trabalhar como um agente histórico empenhado num projeto coletivo. Faz parte dele aumentar o número de representantes indígenas no Congresso Nacional. E nosso objetivo é trazer nossas vozes, reivindicações e contribuições para a construção de um futuro mais democrático, plural e verdadeiramente comprometido com as necessidades reais do povo brasileiro. Por que a representatividade política dos povos indígenas é mais relevante do que nunca? Respeito os diferentes modos de vida, mas compreendo que o modelo econômico atual, feito por não indígenas, é completamente predatório. Por isso é importante respeitar os direitos indígenas, que são intrinsecamente ligados ao meio-ambiente. Só assim podemos garantir o futuro, porque os povos nativos são 5% da população que cuidam de 80% dos biomas do planeta. Estes são dados da ONU, subestimados mesmo por especialistas. Temos uma emergência climática! Trata-se de lutarmos hoje, de nos envolvermos hoje, porque a representação indígena nos partidos políticos é necessária para termos uma voz na mesa de decisão. Quais projetos de regenerabilidade ambiental você pretende aprovar no Congresso? Temos muitas ideias, mas primeiro precisamos enfrentar o Congresso Nacional, que é altamente conservador e desenvolvimentista. Sabemos que a grande maioria dos senadores e deputados eleitos continuarão a aprovar a legalização da destruição através do acesso e exploração dos territórios indígenas. O que é necessário agora não são ideias, mas sim a articulação contrária a esta postura. É fortemente necessária a criação de um espaço que promova uma nova consciência política e ambiental – seja no Congresso, seja na sociedade. O resultado das eleições nos mostra que a sociedade brasileira ainda não está preparada para essa mudança, que é também necessária fora do Parlamento. Percebo a necessidade de que a sociedade se torne mais consciente e mais responsável pela vida e pelo futuro. Estamos apenas plantando uma semente, e não adianta sonhar que vamos mudar esta situação a curto prazo. Estamos plantando uma semente, para que no futuro possamos colher uma nova consciência humana sobre o que é realmente urgente e destrutivo para o planeta e para os seres humanos. Nós, povos indígenas, fomos eleitos para enfrentar e contrapor o atual Congresso, que é completamente retrógrado, e precisamos do apoio da sociedade brasileira. Sabemos que você apoia o candidato Lula e, se ele for eleito, estas questões certamente serão discutidas. Mas que cenário você prevê para o Brasil se o candidato Jair Bolsonaro vencer as eleições presidenciais? Estarei no Congresso, portanto, continuarei plantando a semente da Bancada do Cocar e enfrentaremos no Palácio do Planalto. Não tenha dúvidas sobre isso. Mas não temos como prever se poderemos ou não validar projetos com impacto socioambiental positivo, caso Jair Bolsonaro vença. Descobriremos no caminho. Sabemos que no Congresso há uma base aliada a ele com grande força, à qual certamente nos oporemos traçando caminhos para uma maior consciência e responsabilidade socioambiental. Mas não há como prever o que pode ou não acontecer. Continuaremos a defender aquilo que acreditamos. Qual é o seu maior envolvimento no apoio a Lula neste segundo turno das eleições presidenciais? Nosso comitê já está organizado para servir de apoio à eleição de Lula como Presidente e Fernando Haddad como Governador do Estado de São Paulo. As Casas Cocar estão organizando atos públicos com parlamentares eleitos do PSOL, a fim de sensibilizar a população para se engajar nesta campanha política em prol de uma verdadeira democracia. Vemos isto como uma co-responsabilidade para um novo projeto governamental. Qual é sua mensagem para as pessoas que estão escolhendo votar em Bolsonaro? É essencial que o povo brasileiro vá às urnas neste segundo turno para eleger Lula. É urgente pôr um fim a este período tão sombrio da história da nossa democracia. A luta dos povos indígenas vai além do processo eleitoral, nossa luta é permanente. É por isso que apoiamos fortemente votar em Lula, para garantir nosso direito de permanecer mobilizados sem que

Abrir chat
Oi, como podemos te ajudar?