Caridade, filantropia e voluntariado: entenda a diferença

Caridade, filantropia e voluntariado: entenda a diferença

“Enquanto a caridade se vira para os sintomas, a filantropia se ocuparia das causas”. A frase de Benjamin Soskis tenta, em poucas palavras, diferenciar duas importantes ferramentas para a redução das desigualdades no planeta, gerando impacto e criando redes de apoio em prol da igualdade e justiça social.

A caridade e a filantropia aliadas ao voluntariado são motores de transformação, onde cada um desses termos cumpre uma função específica. Mas, afinal, você sabe o que eles significam?

Muitas vezes é confuso delimitar e classificar cada uma dessas palavras. Porém, é fundamental entender as suas diferenças.

Caridade 

Inicialmente, a caridade é incentivada por um impulso sentimental, que busca eliminar o sofrimento causado pelos problemas sociais.

Filantropia 

Já a filantropia mira na eficiência do processo de transformação social, focando na eliminação ou redução dos problemas em si através de estratégias de  mudança efetiva e investimentos sociais. A filantropia ainda é um conceito em desenvolvimento no Brasil.

Voluntariado 

No serviço voluntário, a pessoa dedica seu tempo, de maneira espontânea, executando uma atividade não remunerada. O voluntariado pode ser focado tanto na redução dos sofrimentos (caridade) quanto nas mudanças estruturais (filantropia).

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), “voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos”.

Voluntariado no Brasil 

A Pesquisa Voluntariado no Brasil é um mapa elaborado pelo Datafolha e o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), que faz parte de uma série histórica traçando o panorama das últimas duas décadas de voluntariado no país.

De acordo com esse estudo, lançado em 2021, 56% dos brasileiros realizam ou já realizaram alguma atividade voluntária. Isso representa mais que o dobro de 2011, quando o índice era de 25%. O mapa levantou diversos dados sobre o trabalho voluntário no país.

Veja o perfil do voluntário brasileiro:

  • A maioria continua para as mulheres, ainda que com uma diferença ligeira, elas permanecem na frente, e fica a provocação para discutirmos o voluntariado dentre os outros gêneros minoritários que cada dia ganham mais representatividade.
  • A maioria se autodeclarada: 36% branca – 36% parda
  • A idade média do voluntário brasileiro está entre 39 e 43 anos.
  • Em termos de escolaridade, nos últimos anos o percentual de voluntários com ensino médio completo e com ensino superior cresceu, enquanto o número de voluntários com ensino fundamental e médio incompleto caiu pela metade.
  • A renda média da maioria dos voluntários é de até 2 salários mínimos, sendo 76% pessoas economicamente ativas.
Filantropia nas favelas 

A Iniciativa PIPA tem como principal missão contribuir para democratizar o acesso ao investimento social privado, transformando a filantropia no Brasil a partir da potência e pluralidade das nossas favelas e periferias.

A estratégia da iniciativa é construir um mundo em que os recursos filantrópicos e privados sejam acessíveis às organizações, aos coletivos e aos movimentos de base favelada e periférica de maneira ampla e equitativa em termos de raça, gênero e classe.

Conheça  a Iniciativa PIPA

Protagonismo feminino

O Fundo Agbara foi criado em 2020 para apoiar mulheres negras, grupo demográfico mais afetado pela crise econômica gerada pela pandemia, e se tornou o primeiro fundo desse tipo no Brasil.

A organização sem fins lucrativos, de impacto social, tem como missão lutar por dignidade humana e equidade racial e de gênero, e acaba de entrar para a Comunidade CIVI-CO.

Promovendo emancipação, geração de renda, inclusão produtiva e desenvolvimento comunitário, o fundo não realiza ações de caridade, uma vez que sua concepção teve como premissa a elaboração de ações contínuas de combate ao racismo institucional e estrutural.

Toda a articulação acontece por meio da criação de editais que contemplem, com aportes financeiros, capacitações técnicas e políticas-cidadãs para as mulheres negras de todo o Brasil, bem como a mensuração e avaliação dos impactos sociais gerados pelos programas.

A cada ano, o Fundo Agbara realiza quatro programas que atendem mais de 300 mulheres. Em alguns casos, o acompanhamento é feito de forma mais próxima com duração de até seis meses.

Conheça e participe dos programas do Fundo Agbara

Uma filantropia Maior

Fundado em 2018, o Movimento Bem Maior é uma organização social sem fins lucrativos, membro da Comunidade CIVI-CO, que tem como objetivo fortalecer o ecossistema filantrópico do Brasil.

Investindo, apoiando e capacitando iniciativas que atuam nas raízes da desigualdade social brasileira, o movimento cria parcerias e tece redes para promover a cultura de doação e multiplicar o impacto positivo em causas da nossa sociedade.

O Futuro Bem Maior é o programa de fortalecimento de iniciativas de impacto comunitário do Movimento Bem Maior. Neste quarto edital, serão selecionadas 45 organizações sociais e coletivos de todo o Brasil, com o objetivo de impulsionar os processos de gestão e ampliar o impacto nos territórios onde atuam.

Saiba mais sobre o Futuro Bem Maior