O Carnaval das algas

O Carnaval das algas

Por Isabel Portugal

No mês passado, a Devolverde, empresa que fornece serviços e produtos relacionados à horta contemporânea para reconectar as pessoas ao espaço em que vivem e à natureza, conheceu o espaço físico da Comunidade CIVI-CO na cidade de São Paulo.

A visita foi um convite do Pedro Campos, CEO da The Question Mark e coordenador do Hub de Alimentação Consciente. Nossa conversa foi super produtiva e gerou alguns questionamentos sobre como criar ambientes mais sustentáveis e ressignificar o valor do alimento e da natureza.

Defensores das algas

Um dos objetivos da Devolverde é aproximar todes das metas estipuladas pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Por este e outros motivos, acreditamos que a nossa empresa está alinhada com os propósitos transformadores da Comunidade CIVI-CO. 

Como especialista em Biotecnologia de Algas, fico feliz em compartilhar meu conhecimento sobre esses organismos que podem contribuir para uma alimentação mais consciente, quando utilizados de forma inovadora, no que se refere a proteínas sustentáveis e regenerativas.

Você sabia que a spirulina pode ter até 57g de proteína? Que as cianobactérias são os organismos mais ancestrais do planeta Terra? E que no Brasil temos uma rede para popularizar o uso das algas? 

Pois é! Esta rede de co-criação se chama PopAlgae e o seu objetivo é divulgar e tornar o conhecimento sobre as algas mais acessível, para democratizar o acesso à informação e estimular o uso destes organismos que são a base da cadeia alimentar nos ambientes aquáticos.

Carnaalgas

Durante o mês de fevereiro aconteceu o “Carnaalgas”, campanha que visa promover conteúdos sobre as algas e impulsionar as discussões em torno da pauta. Já existe o Dia Mundial das Algas (12 de outubro), mas o Carnaalgas foi uma forma criativa de trazer esse movimento para o Brasil.

A relação das algas com o Carnaval vai desde uma bebida funcional até a possibilidade de reduzir o impacto negativo na vida dos seres aquáticos. Como, por exemplo, a cachaça feita com microalgas

Conhecida como “Verdinha”, a bebida alcóolica funcional produzida a partir de uma microalga comercial (cloroficea) protege o cérebro contra os efeitos do álcool, por causa da ação de compostos antioxidantes presentes na alga. Somado a isso, a cachaça possui um sabor e aroma únicos e com um paladar final mais suave.

A “cachaça de microalgas” foi desenvolvida pela professora Danielli Matias de Macedo Dantas da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em parceria com o departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

Glitter biodegradáveis

Outra relação das algas com o Carnaval é o glitter, aquelas micropartículas de plástico que deixam os foliões brilhando nas festas. O glitter tradicional impacta diretamente no acúmulo de microplástico nos oceanos e, consequentemente, na vida dos seres aquáticos. 

Mas tenho uma boa notícia para vocês: já existem bioglitter disponíveis no mercado! O bioglitter tem o mesmo efeito brilhante do glitter tradicional, porém são biodegradáveis – e possuem algas na sua composição! Ou seja, o bioglitter não destrói a biodiversidade aquática.

O mundo das algas é mais interessante e diverso do que podemos imaginar. Então, acompanhem as nossas redes sociais para conhecerem melhor o potencial sustentável das algas. Sigam @devolverde_of e @pop_algae lá no Instagram.

*Co-fundadora da Devolverde e idealizadora da PopAlgae