Indústria da Cannabis é criticada por falta de visão social

Indústria da Cannabis é criticada por falta de visão social

Por Valéria França

Um acontecimento movimentou os bastidores da Cannabis nessa semana. O epicentro da questão foram as declarações de Bruna Rocha, presidente-executiva da BRCann (Associação Brasileira das Indústrias de Canabinoides). Por conta disso, empreendedores, advogados e até médicos expressaram críticas ferrenhas à entidade.

Confira parte da matéria publicada pela jornalista Valéria França, na Coluna Cannabis Inc. da Folha de S.Paulo, que entre outras opiniões, ouviu a cofundadora do CIVI-CO e presidente do Humanitas 360, Patrícia Villela Marino.

Confira:

A semana começou quente nos bastidores da Cannabis. Entre os afiliados da BRCann (Associação Brasileira das Indústrias de Canabinoides) o clima era de constrangimento contido. Fora deste círculo, empreendedores, advogados e até médicos expressaram críticas ferrenhas à entidade.

O desconforto generalizado foi desencadeado pelas declarações de Bruna Rocha, presidente-executiva da BRCann, publicadas no Painel da Folha, no último sábado (10). O assunto era a descriminalização do porte de drogas.

“Existem diversas manifestações contrárias à legalização do lado de cá, justamente por conta da implicação que isso pode ter na credibilidade do mercado”, disse ela na referida entrevista, pautada pela expectativa da sociedade do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o tema. Vale lembrar que se trata de uma ação sobre um caso específico de condenação por porte de maconha.

Depois de uma reunião com os associados, a BRCann elaborou uma nota de esclarecimento, transmitida nesta terça-feira (13) ao blog Cannabis Inc. A entidade escreve que “o termo ‘liberação’ de drogas, empregado no título da matéria, não foi objeto de discussão aprofundada ao longo da conversa entre a entidade e o jornal”. E continua: “A indicação feita e ora reiterada é no sentido de que aguardaremos a decisão do STF para eventual posicionamento, ainda que o tema não seja de nossa competência direta.” Em nenhum momento, no entanto, a entidade nega as declarações da representante da BRCann.

Empreendedora do setor e ativista, Patrícia Villela Marino lembra que “oportunismos de mercado não podem se sobrepor a uma causa que defende vidas, bem-estar e reparação histórica com ganhos econômicos sustentáveis e dignos”. Patrícia é fundadora do Humanitas360, entidade que desenvolve projetos, facilita coalizações de organizações sociais, profissionais e gestores públicos focados na diminuição da violência.

“Não falamos e nunca se fez alusão em momento algum sobre liberação de drogas até porque já estão liberadas. Cada dia temos notícias de uma nova droga chegando ao país pela mão do crime organizado”, disse ela.

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Foto: Diego da Silveira

*Valéria França é jornalista no Blog Cannabis Inc. e colunista na Folha de S.Paulo.