08 abr 5 aprendizados do novo relatório climático da ONU
Extra, extra! Saiu o novo relatório climático da ONU, documento produzido por 270 cientistas de 67 países e que é um registro histórico de como o mundo está falhando em conter a crise climática.
Na apresentação realizada no dia 04 de abril, mais uma vez fomos alertados que nosso tempo está acabando e as mudanças climáticas são quase irreversíveis.
E agora quem poderá nos ajudar?
A atual edição do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) focou nos impactos socioeconômicos das mudanças climáticas, na vulnerabilidade dos países mais pobres e na necessária adaptação de todos a essa nova realidade.
Segundo o relatório, apontando para um futuro distópico no melhor estilo Blade Runner, ainda é possível salvar o planeta. Basta ficar atento aos sintomas e tentar diminuir os impactos negativos gerados principalmente pelas nações mais ricas. Porém, todos devemos medir esforços para frear esses avanços.
Por isso, separamos 5 pontos para olharmos com atenção nesse novo relatório:
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O início do fim
De acordo com o IPCC, as emissões globais de carbono em 2019 foram cerca de 12% maiores que em 2010 e 64% mais altas que em 1990. Definitivamente, não estamos no caminho para limitar o aquecimento global em 1,5ºC.
Um cenário de aumento da temperatura global – entre 1,5ºC e 3ºC até 2050 – deixará cerca de 4 bilhões de pessoas na linha de “altamente expostas às mudanças climáticas”.
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Espécies ameaçadas
O relatório mostra que eventos climáticos não comuns já estão acontecendo por conta das mudanças climáticas, como enchentes e ondas de calor. Essas alterações já estão atingindo os seres humanos e outras espécies de forma muito mais dura.
Estima-se que até 2050 as mudanças podem gerar a extinção de até um milhão de espécies de plantas e animais.
Nas regiões onde a diversidade de ecossistemas é maior, a vulnerabilidade também é maior. É o caso da América do Sul e Central, sul da Ásia, a maior parte do continente africano e países insulares, situação agravada pela pobreza e meios de subsistência muito dependentes de recursos naturais, tais como a agricultura, a criação de animais e a pesca.
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Doenças
No cenário descrito pelo estudo do IPCC, no futuro, doenças se espalharão mais rapidamente, como já vimos com o Coronavírus. Existe um risco específico de que condições climáticas em transformação irão facilitar a disseminação de outras epidemias, a exemplo da dengue, cólera, ebola e febre amarela.
Além do impacto na saúde física, o relatório ressalta que as mudanças climáticas podem estar agravando problemas de saúde mental, incluindo o estresse e o trauma relacionado com eventos climáticos extremos e a perda de condições de vida e cultura.
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Racismo Climático
O IPCC diz que tanto os seres humanos quanto a natureza em geral estão sendo pressionados além de sua capacidade de adaptação. Segundo dados do estudo, mais de 40% da população mundial é “altamente vulnerável” ao estado do clima.
Então, adivinhem quem são as pessoas mais vulneráveis? Justamente as pessoas que menos contribuem para a elevação climática.
Até 2019,os países mais pobres do mundo e as nações-ilhas foram responsáveis por apenas 4% das emissões de gases causadores do efeito estufa. Aqui na América Latina somos responsáveis por 3% das emissões, mesmo índice do continente africano.
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Pequena chance
Ainda existe esperança! Se o aumento em temperaturas for mantido abaixo de 1,5 grau Celsius acima dos níveis da era pré-industrial, as perdas projetadas atualmente podem ser reduzidas.
Além do pouco tempo para implementar novas tecnologias de energia renovável e de captura de CO2 da atmosfera (ainda pouco utilizada e em desenvolvimento), o relatório conclui também ser urgente descontinuar projetos de energias nocivas para o planeta. O carvão deve ser reduzido em 95% até 2050. Da mesma forma, o petróleo deve cair em 60% e o gás natural em 45% no mesmo período.
Para reduzir as emissões globais em 43% até 2030 seria necessário um esforço coletivo mundial para investir em energias renováveis e compartilhamento tecnológico dos países desenvolvidos aos países do sul global.
Você acredita que ainda temos tempo? Será que as nações mais ricas irão se solidarizar com a causa? Será que o lucro irá se transformar em uma nova economia, mais sustentável e inclusiva? Se alguém aí conseguiu viajar até 2030 e voltou, conta pra gente!
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