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Futuro dos negócios de impacto no novo governo

Organizações não governamentais (ONGs) e empresas sociais são aliados nas causas sociais e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, essas iniciativas atuam diretamente nas dores da sociedade procurando soluções para problemas sistêmicos e estruturais. Mesmo não dependendo exclusivamente de um governo, o trabalho realizado pode ser afetado por medidas políticas. Por isso, toda troca ou mudança de liderança gera uma tensão no setor. O que pode mudar em um novo governo? Será que terá um impacto positivo para os negócios sociais? Quais as expectativas do setor? Nós, do CIVI-CO, conversamos com alguns membros da nossa Comunidade para saber o que esperar dos próximos anos, o que esse novo governo pode fazer para mudar este cenário e gerar as transformações sociais. Após um período turbulento para as causas socioambientais, onde recursos foram cortados, o país perdeu investimentos e ajuda do exterior, profissionais sofreram repressão e diversas fake news foram propagadas. O novo governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), se mostra mais aberto ao diálogo com o setor. Isso tem dado mais esperança para os empreendedores e ativistas. “Esse novo governo reconhece e é fruto dos movimentos sociais, então, é mais simples e legítimos quando a gente tá dialogando com pessoas que passaram por toda experiência de impacto positivo que os movimentos sociais têm para trazer para as pessoas. Reconhecer a importância e valorizar o que os movimentos sociais fazem é fundamental para promover o empreendedorismo social”, comentou Janine Rodrigues, empreendedora social e fundadora da Piraporiando. Impacto social  Desde a campanha eleitoral, o atual governo adotou um discurso progressista, alinhado com as causas socioambientais. Essa postura construiu uma forte identificação dos agentes desse setor, resultando na nomeação de ativistas e profissionais técnicos para a base governamental nos ministérios. “É evidente que as agendas ESG e as ODS da ONU vão ganhar um novo destaque, assim como as estratégias de impacto social que já haviam sido iniciadas em governos passados, mas que ganhou pouca força nos últimos anos, no atual governo existe a expectativa que as crises humanitárias sejam alinhadas com estratégias de soluções de enfrentamentos de crises no Brasil e no mundo” , salientou Higor Cauê, diretor executivo do Instituto Humanitas 360. Curto Prazo Para alguns, apesar de pouco tempo, a alternância de poder já está fazendo mudanças consideráveis, como destaca Caroline Fonseca, educadora e Superintendente-executiva da Labor Educacional: “As empresas agora querem compreender, colaborar e ajudar os projetos sociais em diversos setores. No recorte da educação temos um trajeto muito bonito a ser traçado, muito curioso que desde o ano passado, no período eleitoral nós temos recebido muitas demandas das secretarias, não sei se tem a ver a questão política, mas estamos recebendo o contato de secretarias que nunca atuamos”. Aprendendo sobre negócios sociais Você sabe que é possível empreender e se manter responsável e comprometido com as mudanças positivas na sua comunidade, país ou até mesmo no mundo? Essa modalidade são os negócios de impacto social. Esse tipo de empreendimento tem como objetivo solucionar algum problema social, mas sem deixar de ser economicamente viável. Os negócios de impacto social buscam impacto socioambiental positivo gerado através do próprio core business do empreendimento. Ou seja, a atividade principal deve beneficiar diretamente pessoas com faixa de renda mais baixas, as chamadas classes C, D e E. De acordo com levantamento realizado pela consultoria Tendências em 2021, o Brasil possui 37,7 milhões de domicílios compondo essa base social. Na prática, os negócios sociais configuram-se como uma organização de várias naturezas jurídicas que opera como empresa, orientando-se pela lei da oferta e demanda e dedicando-se a conhecer seu público, oportunidades e riscos, e utilizando mecanismos de mercado para atingir seus propósitos sociais. Mas você sabe a diferença entre negócios e organizações sociais? Descubra a resposta lá no nosso post do Instagram.

AppJusto: impacto positivo no mercado de delivery

Por Rogério Nogueira* “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Essa conhecida frase de Gandhi relembra que é preciso que a sociedade civil cada vez mais se organize em iniciativas que desafiem o status quo e tenham o poder construtor de um verdadeiramente admirável mundo novo. Apesar de, às vezes, parecer o contrário, nós vivemos em um mundo com milhões de pessoas com consciência social e senso coletivo. Esses cidadãos têm um poder construtor e agem em prol de uma sociedade mais justa – seja através de grandes doações filantrópicas, da prática do voluntariado ou de hábitos de consumo consciente. Suas ações contribuem e inspiram, com alto potencial multiplicador. Em abril de 2020, o episódio “Delivery” do Greg News foi a centelha que motivou 6 amigos a fazerem a diferença. No programa, Gregório Duvivier convocava programadores e entregadores a se unirem para pensar em uma alternativa ao modelo dominante de plataforma de entregas.  A economia de plataforma (também conhecida como “economia dos bicos”) é o modelo de negócios que se vale de plataformas digitais que assumem o papel de intermediadores entre quem oferta um bem ou serviço e quem os consome. Esse modelo é uma realidade e gera renda para mais de 5 milhões de pessoas só em aplicativos de motoristas e entrega. Algumas plataformas têm transparência e autonomia, outras não. Para “motoristas de aplicativo” e “envolvidos delivery”, um cenário de monopólio impõe taxas abusivas e a precarização pela instrumentalização da mão de obra mal remunerada – além de serem coagidos por políticas de Score. E, se desde já não houver alternativas, este é o futuro do trabalho que veremos. Inspirados em princípios de modelos descentralizados e coletivos, junto com restaurantes, entregadores e voluntários, estes amigos conseguiram construir o modelo de gig-economy que desejam ver no mundo: o AppJusto, um negócio social cuja missão é oferecer equilíbrio ao setor através de um modelo baseado em relações mais justas e transparentes entre todos os envolvidos. Seguimos a lógica de que “só é bom se é bom para todos” e com o mantra de #JuntosDá. Depois de 20 meses dedicados a esta causa, com impacto de melhores ganhos comprovados, o AppJusto também se consolida como um hub que inspira coletividade e viabiliza que outras pessoas que querem construir um mundo melhor participem disso. Seguem alguns exemplos: A cada pedido no AppJusto, consumidores participam da construção de uma economia mais igualitária e sustentável; Investidores(as) e voluntários(as) que participam e contribuem com seu tempo, suas conexões e intelecto; Mais de 750 pessoas estão participando do investimento coletivo que está aberto. Você também pode investir no AppJusto clicando aqui. Além de estarem unidas por um objetivo em comum, essas pessoas vão ver a rentabilidade à medida que a plataforma cresce; Já há programadores contribuindo no código fonte do AppJusto que é aberto;  Entregadores conseguem se organizar enquanto categoria e definir as condições dos próprios serviços; Restaurantes repassam valores menores para os consumidores e têm se engajado em fortalecer essa alternativa; Influenciadores digitais e jornalistas têm ajudado a propagar essa alternativa por um delivery mais justo; Cada indicação para amigos ou restaurantes, curtida e compartilhamento na rede soma. Para aqueles consumidores que “dão gorjetas”, valorizando a pessoa que está ali empenhada por seu sustento, saibam que os nossos entregadores têm ganhado, em média, R$ 11,56 por corrida de delivery (sem contar a gorjeta). O AppJusto não fica com nada do valor do serviço. Também já se sabe que alguns restaurantes economizaram até 10 mil reais em taxas. Então, se for fazer um pedido de delivery, lembre-se de usar uma plataforma que é boa para todos.  *Cofundador do AppJusto.

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