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A importância de unir mulheres empreendedoras

“Nós transformamos o sistema, as mentes, a sociedade.” A fala de Patrícia Villela Marino, co-fundadora do CIVI-CO, sintetizou o poder transformador do feminino neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, em um evento sobre liderança e empreendedorismo feminino, produzido pela AngelUs Network e Mubius WomenTech Ventures e apoiado pelo CIVI-CO. Neste encontro foram compartilhadas experiências e vivências no campo do empreendedorismo, da vida pessoal e sobre a feminilidade em uma sociedade em transformação, que mesmo conquistando espaços ainda trava difíceis batalhas e retrocessos em uma cultura conservadora e patriarcal.  Empoderamento O evento, que lotou o auditório do CIVI-CO, foi uma oportunidade especial de maximizar o empreendedorismo feminino e aprender com as narrativas de sucesso das mulheres que lideram a transformação no mundo corporativo. Além disso, as conexões feitas a partir desse encontro fortalecem ainda mais a rede de mulheres empreendedoras. A programação contou com rodas de conversa, painéis e uma rodada de pitch de empreendedoras, que apresentaram suas propostas e soluções para tornar o ecossistema do empreendedorismo no Brasil um ambiente mais igualitário. Alguns dos empreendimentos da Comunidade CIVI-CO, que são liderados e fundados por mulheres, apresentaram suas iniciativas e despertaram o interesse dos espectadores, sendo um palco repleto de oportunidades, a exemplo de: Burocras, Sensativa e Herself. “A gente precisa agora ser agentes da nossa própria virada, nos ambientes de negócios, nas nossas próprias vidas e na nossa sociedade.” Erlana Castro, professora da Fundação Dom Cabral, salientou que essa é a hora de mudanças e que as mulheres devem se preparar para serem protagonistas do futuro, onde estarão cada vez mais inseridas em espaços que historicamente foram negados a elas. De mãos dadas No painel “Desenvolvimento de Liderança Feminina por Elas e Eles” aconteceu um bate-papo entre Patrícia Villela Marino e Carlos Constantini, CEO Wealth Management & Services do Itaú Unibanco. Na conversa mediada por Claudia Colaferro, CEO e fundadora da AngelUs, ambos argumentaram como homens e mulheres podem ser aliados nessa evolução, valorizando o feminino e construindo caminhos para inclusão e equidade no meio corporativo. Leia: Homens podem combater o machismo no trabalho? Durante a conversa também foram apontados os desafios trilhados, principalmente para mulheres que ainda não possuem acessos às conquistas e lutam pelo básico – que é a sobrevivência. Constantine, com ampla experiência na inclusão em ambientes corporativos, ressaltou a importância da escuta e do aprendizado do homem nesse processo. “Com o passar do tempo passamos a aprender que não é necessário só mulheres se candidatando para vagas, mas também elas precisavam estar nas bancas avaliadoras, principalmente para criar laços com a entrevistada e gerar empatia e um contraponto entre os homens”, defendeu.

Homens podem combater o machismo no trabalho?

O machismo é um problema frequente em diversas esferas da nossa sociedade, inclusive no ambiente de trabalho. Apesar de muitos avanços terem sido alcançados nas últimas décadas, ainda há muito a ser feito para garantir a igualdade de gênero no local de trabalho. Para mudanças significativas realmente acontecerem, os homens precisam ser atuantes nas relações de gênero, pois é um problema que impacta a vida de todos, inclusive as deles. É papel deles refletir sobre as ideias e comportamentos que geram a violência e, a partir daí, se transformar e engajar pelo exemplo. O que fazer?  Nesse sentido, é importante que homens assumam um papel mais ativo na luta contra o machismo no ambiente de trabalho. Aqui estão 7 sugestões práticas de como eles podem ajudar: 1. Ouça e aprenda É importante que homens ouçam as experiências de mulheres no ambiente de trabalho e aprendam com elas. Isso pode incluir conversas informais, feedbacks ou até mesmo treinamentos sobre diversidade e inclusão. Ao ouvir e aprender, os homens podem entender melhor as barreiras que as mulheres enfrentam e como podem ajudá-las a superar tais obstáculos. O GLOSSÁRIO ANTIMACHISTA do Movimento Mulher 360 é uma ótima oportunidade de aprendizado! 2. Reconheça seus privilégios Homens, especialmente aqueles que ocupam posições de liderança, têm mais privilégios no ambiente de trabalho do que mulheres. É importante que reconheçam isso e usem sua posição para ampliar as vozes das mulheres e dar mais espaço para que sejam ouvidas e valorizadas. 3. Promova a equidade salarial Infelizmente, ainda há muitas disparidades salariais entre homens e mulheres no ambiente de trabalho. Homens podem ajudar a combater essa desigualdade exigindo que as empresas paguem salários justos e equitativos para todos os seus funcionários, independentemente do gênero. 4. Combata comportamentos machistas Todos os homens podem combater comportamentos machistas no ambiente de trabalho (e fora dele também!), como piadas ou comentários sexistas. Quando ouvem ou presenciam esse tipo de comportamento, devem chamar a atenção e deixar claro que não é aceitável. 5. Dê suporte Homens podem oferecer suporte emocional e profissional para as mulheres no ambiente de trabalho, especialmente aquelas que enfrentam discriminação ou assédio. Isso inclui oferecer ajuda em projetos, oferecer feedbacks construtivos ou mesmo ser um mentor/aliado em situações difíceis. 6. Amplie a diversidade Homens podem ajudar a ampliar a diversidade no ambiente de trabalho apoiando a contratação e promoção de mulheres e outros grupos sub-representados. Isso pode incluir fazer indicações para vagas, ajudar a recrutar em redes de contatos ou até mesmo ser um defensor da diversidade em reuniões e decisões importantes. 7. Desafie o status quo Homens podem desafiar o status quo no ambiente de trabalho questionando a falta de diversidade e de oportunidades para mulheres. Eles podem apontar a ausência de mulheres em cargos de liderança e lutar por mudanças positivas. Este é o caminho Toda transformação positiva na sociedade só acontece quando há engajamento de todos e todas. A equidade de gênero também é responsabilidade dos homens, que devem assumir urgentemente um papel mais ativo nessa luta. Assim, construiremos juntos um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo, com oportunidades iguais para homens e mulheres.

Mulheres incríveis na Educação

Por Adriana Castro Dia 08 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data marcada pela luta por direitos iguais. Para celebrar as vitórias dessas batalhas, homenagearemos mulheres que nos inspiram de alguma forma em nosso dia a dia como educadoras, compartilhando bons exemplos e belas histórias.  Há séculos, as mulheres travam lutas, vencem desafios e contribuem para pensar e transformar a Educação. A presença feminina é marcante em todos os níveis de formação educacional, mas vale ressaltar que isso foi sendo conquistado paulatinamente, pois nem sempre foi assim.  As mulheres tiveram acesso à escola tardiamente e, na época, a formação era voltada para os cuidados com o lar e a família. Consegue imaginar que nós, mulheres, éramos consideradas “sexo imbecil”?  De acordo com as leis portuguesas, o sexo feminino fazia parte do imbecilitus sexus, uma categoria à qual pertenciam mulheres, crianças e doentes mentais. Faremos uma retomada rápida no contexto histórico do papel feminino na educação para evidenciar a força da mulher nesta trajetória. Nos tempos do Imperador Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, a educação feminina, de forma geral, continuou a mesma. Se soubéssemos cuidar do lar e pudéssemos aparecer em público sem causar vergonha ao marido ou aos pais já estava de bom tamanho. Nosso martírio estava lançado. Queríamos mais: queríamos aprender a ler, escrever e interagir com o mundo intelectual. Porém, só durante o período do Império brasileiro, as mulheres começaram a ter acesso à instrução das primeiras letras, ficando desobrigadas de cursarem o ensino secundário. Curso esse que servia para preparar os homens para o ensino superior. A Constituição de 1824, a primeira do Brasil, propunha o ensino primário gratuito extensivo a “todos” os cidadãos. Percebam que colocamos entre aspas a palavra todos. Será que sabiam o conceito etimológico, já que não consideravam as populações negra e indígena? Após a Independência surge a primeira legislação específica sobre o ensino primário, a Lei Geral de 15 de outubro de 1827, que marcou a criação de escolas de primeiras letras em todo o país, e que foi referência para a escolha da data comemorativa do Dia do Professor.   A lei tratou dos mais diversos assuntos, como a remuneração dos mestres e mestras, o currículo mínimo, a admissão de professores e as escolas para meninas. Todavia, as mulheres seguiram sendo discriminadas: não tinham acesso a todas as matérias ensinadas aos meninos, sobretudo as consideradas mais racionais, como a geometria, e deveriam aprender as “artes do lar”.  Tudo começou com elas A história continua sendo contada. Conheça algumas destas mulheres extraordinárias da Educação, que foram disruptivas para a sua época e essenciais para as nossas conquistas atuais. Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810 – 1885)  Escritora potiguar, fundou o Colégio Augusto em 1838, no Rio de Janeiro, um dos primeiros na instrução para as meninas. Adélia Sigaud (1840 – tempo de vida desconhecido)  Cega desde criança, foi a primeira mulher brasileira a ler pelo método Braille. É triste constatar que ainda hoje seja um grande desafio em nossas escolas por falta de recursos didáticos. Ela defendeu os direitos de mulheres, indígenas e escravos, o que acabou motivando a ação de Dom Pedro II a fundar o Instituto dos Meninos Cegos (Instituto Benjamin Constant), onde tornou-se a primeira professora.  Maria Augusta Generoso Estrela (1860 – 1946)  Primeira médica brasileira, formou-se nos EUA em 1881. Por ser mulher, não poderia estudar na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas submeteu-se aos exames nela para validar seu diploma, conforme determinava a Reforma de 1832. Falava quatro idiomas (inglês, francês, espanhol e alemão) e estava preparada para a arguição. Sua atitude e êxito contribuíram para as mulheres ingressarem na graduação em 1879. Armanda Álvaro Alberto (1892 – 1967)  Lutou pela educação pública, gratuita e laica para todos e todas. Sendo uma mulher de atitudes, fundou a Escola Proletária de Meriti em 1921. A primeira do Brasil a ter uma biblioteca e a oferecer merenda.  Rosalina Coelho Lisboa Larragaiti (1900 – 1975)  Poeta, jornalista, ela foi a primeira brasileira enviada ao exterior em missão intelectual em 1932 e a única mulher a integrar o comitê responsável pela aprovação da radiodifusão educativa no Brasil em 1933. Nilceia Freire (1952 – 2019)  Primeira mulher a ocupar o cargo de reitoria de uma Universidade pública no Estado do Rio – Uerj, entre os anos 2000 e 2003. Durante sua gestão, implantou o projeto pioneiro de cotas para alunos de escolas públicas e afrodescendentes. Dorina Nowill (1919 – 2009)  Foi uma professora e ativista brasileira cega. Fundou a primeira imprensa Braille criou uma Organização sem fins lucrativos que promove o acesso de cegos à educação. Emília Ferreiro (1937) Psicóloga e pedagoga argentina, radicada no México, doutora pela Universidade de Genebra, e teve a orientação de Jean Piaget. O trabalho desenvolvido por Emília Ferreiro difundiu-se no Brasil por meio do Projeto Ipê, organizado por Instituições do estado de São Paulo, e pela publicação do livro “Psicogênese da Língua Escrita” (1985), obra que influenciou muitos educadores brasileiros e também os Parâmetros Curriculares Nacionais. Maria Montessori (1870 – 1952)  Primeira mulher a se formar em Medicina na Itália, foi também pioneira no campo pedagógico ao enfatizar à autoeducação do aluno frente ao papel do professor como fonte de conhecimento. Criou o método Montessori, que defende o desenvolvimento da criança por seus próprios esforços, no seu ritmo e seguindo seus interesses.   Marie Curie (1867 – 1934)  Formou-se em Matemática e Física na Universidade de Sorbonne, na França. Foi uma das mulheres a mudar a história e os rumos do estudo da radioatividade. Ganhou o prêmio Nobel duas vezes, mostrando ao mundo o valor intelectual e a contribuição que as mulheres podem fornecer à Ciência, o qual era, nessa época, de caráter quase exclusivo dos homens.  Escrevendo novas páginas Após conquistarem o acesso aos cursos superiores, as mulheres continuaram progredindo no campo da Educação, tornando-se mestras e doutoras em diferentes áreas do saber. Durante a segunda metade do século XX, a presença delas cresceu

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