Os dias quentes de inverno
É inverno no Brasil – e começa aquela época das disputas para saber qual é “a cidade mais fria” do país. Paulistas, curitibanos, gaúchos, todos disputam o posto, se orgulham e exibem as baixas temperaturas. Mas até quando isso será possível? O Planeta está esquentando e sentimos ter que dizer isto aos fãs do inverno: a estação está ameaçada a cada ano. A temperatura média do planeta Terra atingiu dois novos recordes esta semana. Na última segunda-feira (3), a temperatura ultrapassou 17°C pela primeira vez desde o início das medições. Os dados foram relatados pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA. Já na terça-feira (4), o recorde foi batido novamente, com os termômetros marcando 17,18°C. Essas condições climáticas, aliadas ao aquecimento global, vêm prejudicando as temperaturas do inverno brasileiro, que neste ano terá temperaturas mais elevadas que o normal. O inverno no hemisfério sul começou no dia 21 de junho e terminará no dia 23 de setembro em 2023. A estação se caracteriza pela mudança na direção dos raios solares, que deixam de incidir diretamente no nosso hemisfério, causando queda nas temperaturas. Além disso, o fenômeno natural El Niño deve contribuir para que o inverno seja um pouco mais quente que o normal no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O fenômeno ocorre quando as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico ficam pelo menos 0,5°C acima da média por um longo período. Mas além de atrapalhar na escolha de seus looks, essas mudanças têm consequências sérias para todo o ecossistema e também na sua vida, alterando em toda regularidade climática, ambiental e até social do país e do mundo. Veja as principais consequências: Risco de seca na faixa norte das regiões Norte e Nordeste A água da superfície do Pacífico, que está muito mais quente do que o normal, evapora com mais facilidade. Ou seja, o ar quente sobe para a atmosfera mais alta, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas. Logo, no meio do Oceano Pacífico, chove muito e com frequência. Durante as chuvas, esse mesmo ar quente, agora mais seco, continua circulando e desce no norte da América do Sul, inibindo a formação de nuvens e, consequentemente, a ocorrência de chuvas. Grandes volumes de chuva na região Sul O El Niño aumenta a probabilidade de chuvas acima da média porque a circulação dos ventos em grande escala também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul. Essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias que chegam pelo Hemisfério Sul avancem pelo país. Logo, as frentes ficam concentradas por mais tempo na Região Sul do Brasil. Reservatórios de água diminuem mais rapidamente A evaporação dos reservatórios aumenta. Estes meses do meio do ano são os com tempo mais aberto e ar mais seco na maior parte do Brasil. Quando junta-se a condição de temperatura mais alta com o período de ar mais seco, os níveis das barragens diminuem. Mantém a população de insetos maior Os insetos são animais de “sangue frio”, o corpo deles muda com a temperatura do ambiente. Eles dependem da temperatura externa para se manterem ativos, ou seja, se alimentarem, se moverem e se reproduzirem. E a proliferação de algumas espécies é um grande problema. O caso mais crítico no Brasil é do aedes aegypti, mosquito transmissor de muitas doenças “de verão”, como a dengue. Quando o frio de verdade não vem, estes insetos têm um índice de reprodução maior. Ar mais poluído Os dias “quentinhos” de céu azul indicam que o ar se move pouco. Com isso, a poluição de partículas fica retida perto das fontes, que podem ser as ruas cheias de carros, as queimadas intencionais ou naturais. Também existe a poluição por ozônio, que combina a química dos combustíveis queimados e o tempo ensolarado. O fogo se espalha mais rapidamente O Inpe já alertou que o aumento das temperaturas aliado ao período de seca eleva o risco de queimadas, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do país, onde se concentra o Cerrado brasileiro. Ainda há tempo Todos esses acontecimentos são apenas uma pequena amostra do que pode ocorrer em um futuro próximo caso as questões climáticas continuem sendo ignoradas. Essa é uma responsabilidade de todos(as) nós! Vamos acelerar a nossa colaboração para um planeta mais sustentável antes que seja tarde demais.
Por que é importante conhecer a origem do que você consome?
Por Ana Beatriz Ferreira* Antes de consumir um produto, somos impactados por uma enorme diversidade que o mercado oferece, com atributos que fazem com que cada escolha tente ser superior à outra. Embora alguns deles saltem aos olhos, em um primeiro momento, é sempre importante conhecer a origem do que você consome. A justificativa para isso, atualmente, se deve ao fato de a economia linear ainda ser muito dominante em todo o mundo. Ou seja, os produtos são fabricados, transportados, adquiridos e depois descartados, sem que se dê novo uso a eles. O movimento da economia circular, por outro lado, tenta ir na contramão ao criar uma cadeia de valor, com matérias e itens que possam ter novas funções no futuro. Aqui, nada se perde, tudo se transforma. Conhecer as origens daquilo que consumimos, assim, surge como alternativa para optar por empresas que buscam fortalecer a circularidade, associando-se a certificações que garantem boas práticas no dia a dia, capazes de contribuir a favor da justiça social e ambiental. Quer saber outros motivos pelos quais é essencial colocar isso em prática no seu dia a dia? Não deixe de ler a lista a seguir! 1 – Porque é uma forma de garantir que você compra de quem também cuida do planeta Hoje, segundo estudo realizado pelo Living Planet Report, da ONG ambiental WWF, seriam requeridas duas Terras para dar conta de todo o consumo de recursos naturais realizado pela humanidade até 2030. É coisa demais, não? Devido a esse fato, faz toda a diferença optar pelo consumo consciente, de empresas que buscam trazer mais impacto positivo, cuidando de todas as etapas da produção, comercialização, distribuição e, claro, da reciclagem de seus produtos, com práticas como logística reversa no dia a dia. 2 – Porque é uma escolha que beneficia justiça social e fortalece comunidades Ao escolher comprar de negócios que têm programas sociais e que beneficiam pessoas de diferentes raças, credos, gêneros e orientações sexuais, também vamos no sentido de um mundo mais justo. Em que haja oportunidades para todas as pessoas e, principalmente, no qual a pluralidade seja um valor, capaz de favorecer a economia criativa e soluções diferenciadas para os problemas de todo o planeta com que nos deparamos hoje. Quando se fala sobre matéria-prima, ainda mais no Brasil, o país com maior biodiversidade em todo o mundo, certificações como a de agricultura familiar garantem, também, que famílias de áreas rurais gerem renda e tenham mais perspectivas de crescimento sustentável, com melhor acesso à educação, saúde, cultura e a muito mais. 3 – Porque, ao saber de onde vem, criamos conexões genuínas Ter conexão com aquilo em que acreditamos, individualmente e em comunidade, é a melhor forma de garantir que sejam feitas escolhas de consumo consciente. Sem impulsos que possam prejudicar a natureza e o futuro das próximas gerações. Pensando nisso, projetos como o “De Onde Vem” buscam dar nome, voz e histórias aos produtos ecológicos que já fazem parte do dia a dia da comunidade da Positiv.a, um exemplo que humaniza e aproxima todos os pontos do ciclo de vida que se repete, em equilíbrio e circularidade, tal qual a economia que preza em seu modelo de negócios. O consumo, em nossa sociedade, faz parte, sim, da rotina. Mas pode ser transformado, repensado, questionado. E cada ação dessa faz grande diferença: não somente para o meio ambiente, como também para quem está ao nosso redor, caminhando rumo a um mundo mais justo e de impacto positivo. Vem com a gente nessa? Compartilhe essa mensagem com quem também se interessa por consumo consciente e segue no caminho! *Coordenadora de mídias sociais da Positiv.a.