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Diálogo é a base das democracias

“O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto o grupo se conserva unido”. A frase da filósofa e escritora Hanna Arendt define os princípios das relações políticas e também faz um mal presságio sobre o futuro delas. Talvez essa seja uma realidade muito próxima de nós brasileiros. Pode parecer pessimismo, mas analisando esta frase podemos ver o quanto o nosso estado Brasil, enquanto nação, está desmoronando. Muito disso se deve a pensamentos extremistas e antidemocráticos. Todavia, a falta de diálogo também tem grande parcela de culpa desses acontecimentos. Esse fenômeno conhecido como bolhas ideológicas ganhou destaque no período eleitoral, porém já existe há tempos. Consolidou-se através das redes sociais, onde os espaços são cada vez mais segmentados e controlados, impossibilitando o debate de ideias divergentes, que também são importantes para a construção conjunta de transformação. Você já se sentiu em uma bolha?  Mesmo que não perceba, certamente você deve estar em uma neste exato momento. Por mais que você converse com diversas pessoas todos os dias, que possuem opiniões diferentes das suas, ainda assim existe uma tendência que faz você se aproximar de pessoas alinhadas com seus ideais. Essa situação está sendo acentuada pelos chamados algoritmos, utilizados como ferramentas para direcionar e aumentar o engajamento nas redes sociais. Analisando este cenário, a agência de comunicação “ODojo investigou a fundo as “bolhas do Brasil” e publicou um estudo para entender como elas se formam no país. Estamos deixando o diálogo morrer  O resultado da pesquisa foi surpreendente, apontou que 69% dos brasileiros só se relacionam e convivem com pessoas de posicionamentos iguais ou muito semelhantes. Ou seja, compartilham e criam espaços onde há desmotivação podpara ter contato e debater ideias diferentes. O estudo considerou o contexto político brasileiroe, que culminou na eleição 2022, e o avanço das redes sociaisr. A conclusão do estudo remonta ao pensamento de Hanna Arendt, ao dizer que fenômenos aparentemente fáceis e simples, como se comunicar cordialmente e manter relações, acabaram se tornando coisas complexas. O medo Muitas dessas relações de afastamento e de criação de bolhas se devem pela falta de habilidades sociais e, principalmente, pelo medo. As relações extremistas criam ambientes onde a expressão ou posicionamento contrário causam constrangimento, assédios e até mesmo o risco à integridade física. Por conta disso, as bolhas acabaram sendo espaços de segurança, zonas de conforto onde as pessoas se blindam e podem abertamente construir realidades alternativas sem serem questionadas ou contrariadas. Uma aliada para desinformação  A criação dessas bolhas, tanto em ambientes virtuais ou físicos, trazem diversos malefícios. Entre eles, uma grande ameaça à democracia e que vem definindo eleições pelo mundo, as fake news. A ferramenta de desinformação fica mais difícil de ser combatida quando propagada em espaços sem contradição. O compartilhamento das notícias falsas acontece justamente dentro das bolhas, principalmente em ferramentas digitais de propagação rápida, como o WhatsApp. As mensagens sem fonte confiável e sem comprovação são espalhadas como verdades, à exemplo do movimento antivacina formado na pandemia de COVID-19. Como furar bolhas  Mesmo em uma realidade desencorajadora, ainda existem soluções possíveis para romper essas barreiras imaginárias. A disputa eleitoral é esse espaço, pois ainda que exista uma polarização, o candidato eleito governará para um país inteiro. Por isso, exercer seu dever cidadão é fundamental. Para te motivar nesta luta contra a desinformação, separamos algumas dicas de como furar bolhas: Faça conexões reais Tenha curiosidade Estude sobre assuntos desconhecidos Consuma conteúdos de pessoas e veículos com opiniões diferentes Respeite opiniões diferentes E lembre-se sempre: preconceito, ofensa e discurso de ódio não é diálogo!

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