Nos últimos anos, a sustentabilidade vem sendo um tema central nas agendas corporativas e nas preocupações dos consumidores. No entanto, uma nova pesquisa da consultoria Bain & Company, intitulada “Guia do CEO Visionário para Sustentabilidade 2024”, revela uma mudança significativa no foco das lideranças empresariais.
Questões como inteligência artificial (IA), crescimento econômico, inflação e incertezas geopolíticas estão agora no topo da lista de prioridades, enquanto a sustentabilidade e as práticas ESG têm sido colocadas em segundo plano. Essa mudança traz à tona uma série de desafios
Enquanto algumas empresas trilham um caminho de negação ou superficialidade, os consumidores podem se tornar cada vez mais exigentes. É o que indica o estudo encomendado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS): 95% dos brasileiros dão preferência para produtos e serviços de empresas que investem em práticas sustentáveis.
Ainda nesta pesquisa, conseguimos ver também que 64% das pessoas já deixaram de comprar de uma marca ao entender que a empresa ou seus funcionários não tiveram um comportamento ético e sustentável.
Já a pesquisa ”Raio-X do ESG nas empresas brasileiras: desafios e oportunidades”, mostra que 80% dos executivos declaram que as medidas de impacto estão presentes na sua empresa, mas apenas 22% realizam gestão e acompanhamento dos seus temas ESG relevantes.
“Há um certo descompasso entre intenção e ação e outro entre ações dispersas e estratégia estruturada. Tenho visto muitas empresas que possuem iniciativas, mas não uma estratégia que integre essas práticas. O que falta no mercado é esse direcionamento”, declara Danilo Maeda, Head da Beon
O planeta depende de todos e todas nós
A desconexão entre o que as empresas pregam e o que realmente praticam pode ter consequências graves. Quando as ações não respondem às promessas de sustentabilidade, a resposta da empresa é diretamente afetada.
Para que uma mudança real ocorra é necessário que tanto as empresas quanto os consumidores adotem uma abordagem mais integrada e comprometida com a sustentabilidade. As empresas precisam ir além da retórica e implementar estratégias de ESG robustas, que não sejam apenas discursos, mas práticas concretas e monitoradas.
É agora ou nunca
A verdadeira mudança começa com a combinação de esforços coletivos: um compromisso autêntico das empresas e uma demanda contínua dos consumidores pela responsabilidade ambiental. Assim, podemos construir um futuro onde a sustentabilidade não é apenas uma meta, mas um indicador de sucesso.
“Devemos ter consciência de que nosso tempo para agir está se esgotando e assumirmos definitivamente o que a ciência nos diz: ou respeitamos a natureza, e fazemos dela uma aliada, ou inviabilizaremos nosso futuro”, alertou Marina Silva, Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil.