Assombrações não existem somente em filmes de terror. Apesar de temas como ESG e ODS estarem cada vez mais presentes nas pautas organizacionais, muitos dos desafios mal assombrados precisam ser debatidos e exorcizados nesses espaços durante o ano todo, não só no Dia das Bruxas.
O mais recente Mapa de Negócios de Impacto, lançado em 2021 pela Pipe.Social, analisou um total de 1.272 negócios de impacto operacionais no Brasil. A pesquisa revelou que 60% têm até cinco anos de existência e se encontram nas etapas iniciais de desenvolvimento.
Essas assombrações atrapalham o crescimento e a longevidade de negócios de impacto, descredibilizando instituições, pulverizando boas ações e reduzindo muitas vezes só à ganhos financeiros, além de esvaziar todo o propósito por trás dessa construção.
O CIVI-CO vai te guiar por essa jornada fantasmagórica e ajudar a identificar e combater alguns desses monstros. Vem com a gente!
Greenwashing
Verde assim como o monstro do pântano, o greenwashing é um termo em inglês que pode ser traduzido como “lavagem verde”. Ele é praticado por empresas, indústrias públicas ou privadas, organizações não governamentais e até governos.
É uma estratégia de marketing de promover discursos, ações e propagandas sustentáveis que não são executados na prática. Funciona como uma maquiagem para esconder, disfarçar ou aumentar os dados e resultados do impacto gerado.
Exemplo: o clássico aviso “não contém CFC”, que pode ser observado em várias marcas de aerossol. O CFC é realmente um gás perigoso para a camada de ozônio, mas foi comercialmente proibido e, portanto, não é mais utilizado por nenhum fabricante.
Social Washing
Ele é irmão do greenwashing, mas não é menos assustador. A prática do social washing abrange todo tipo de maquiagem social e é utilizada para disfarçar as atividades éticas, ou melhor, inatividades, para além da proteção dos recursos naturais. Incluindo direitos humanos e trabalhistas, igualdade de gênero, escravidão, direitos civis e questões raciais.
Exemplo: empresas que vendem produtos de empoderamento feminino, como roupas e cosméticos, mas não possuem mulheres em cargos de liderança e exploram a mão de obra feminina pagando baixos salários e longas cargas horárias.
Baixo engajamento
Para manterem a longevidade, as empresas precisarão ter um compromisso destacado com o impacto ambiental e social. Os empreendedores já causam impacto por si só, fomentando ideias e com incentivo financeiro.
Mas quando o impacto social é a essência do negócio, a missão fica mais complexa, pois é preciso motivar o time e engajar todas as pessoas envolvidas em um propósito maior. Principalmente os consumidores – e até simpatizantes. Um ecossistema de impacto onde os valores não são defendidos por toda a comunidade está fadado a cair em um limbo.
Exemplo: empresas que realizam campanhas de financiamento coletivo, mas que não conseguem a arrecadação necessária.
Desinformação
Assim como uma manifestação zumbi, existe uma circulação orgânica de desinformação acontecendo no mundo. Muitas vezes bancadas por interesses políticos ou econômicos e que acabam atingindo diretamente causas socioambientais.
Existem diversos exemplos de como as fake news são usadas para ganhar dinheiro levando tráfego a determinados conteúdos, produtos e até posicionamentos políticos. Existe toda uma indústria que se move com a monetização de informações falsas e que acaba também priorizando e desestabilizando empresas e organizações.
Exemplo: a venda de Cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada, durante a pandemia de COVID-19, com a falsa promessa de ajudar no tratamento da doença
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Não tenha medo
Para se livrar desses monstros não adianta usar alho, bala de prata ou água benta. Mas não se apavore! Proteja-se com muita informação verídica, estudos, pesquisas e fique ligado nas métricas ESG. Se possível, busque também pela responsabilização das empresas e organizações que praticam alguns desses atos.
Por isso, fique atento, não pratique esses atos e denuncie!