Em uma conquista histórica, o Brasil será o país-sede do G20 em 2024. Pela primeira vez, a nação brasileira assume a presidência do grupo que reúne as 19 maiores economias do planeta, além dos blocos da União Europeia e da União Africana.
O G20, cujo mandato é rotativo entre os seus membros, vêem a presidência brasileira como uma oportunidade ímpar para destacar questões cruciais no cenário global. O nosso país definiu como eixos principais a luta contra a fome, a pobreza e a desigualdade; as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global.
Estas pautas não foram escolhidas ao acaso: o país já é reconhecido internacionalmente por sua autoridade nessas áreas e busca utilizar essa visibilidade para promover mudanças significativas.
“São pautas escolhidas a dedo, pois o Brasil já tem uma liderança reconhecida nessas áreas, o que garante respaldo para tratar desses temas durante sua presidência. É uma oportunidade de o país se colocar como um player internacional liderando essas discussões, que também são urgentes no mundo”, afirma o professor Vladimir Feijó, doutor em Direito Internacional pela PUC de Minas Gerais
A voz da sociedade civil
Uma das inovações marcantes da presidência brasileira é o lançamento do G20 Social, anunciado pelo presidente Lula na 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, em Nova Délhi (Índia).
Com o lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, o projeto promete garantir espaço para diferentes vozes e reivindicações das populações e dos agentes não-governamentais dos países membros.
O G20 Social inclui 13 grupos de engajamento, que abrangem uma ampla gama de setores e interesses das nações. Esses grupos têm a missão de encaminhar as demandas e aspirações das sociedades dos países do G20 aos seus líderes.
Vantagens e mais vantagens
A liderança brasileira, além de poder inspirar outras nações a adotar práticas semelhantes, promove uma abordagem mais inclusiva e equitativa nas políticas globais, cria impactos significativos em termos sociais e ambientais.
No âmbito social, o país poderá direcionar a atenção internacional para questões críticas como a fome, a pobreza e a desigualdade. Essa visibilidade pode gerar apoio adicional e recursos para programas voltados à redução destes problemas, além de fortalecer as políticas públicas nacionais.
Já do ponto de vista ambiental, permite uma ênfase na agenda de desenvolvimento sustentável. O Brasil, com sua vasta biodiversidade e rica experiência em questões ambientais, está bem posicionado para liderar discussões sobre mudanças climáticas, conservação dos recursos naturais e práticas sustentáveis.
A visibilidade internacional pode catalisar investimentos em projetos ambientais, impulsionar a cooperação internacional para a proteção de ecossistemas e estimular a implementação de iniciativas verdes.
O momento é nosso!
A presidência do G20 pelo Brasil é uma oportunidade única para o país se afirmar como um player global, liderando debates cruciais para a construção de um mundo mais justo e sustentável.
Como já estamos percebendo, o ano de 2024 promete ser um período de grandes eventos, discussões e avanços, e a comunidade internacional estará atenta às propostas e iniciativas que emergirem neste período.