Foodtechs, PANCs, superalimentos: o sabor da sustentabilidade[:en]Foodtechs, PANCs, superalimentos: o sabor da sustentabilidade

Foodtechs, PANCs, superalimentos: o sabor da sustentabilidade[:en]Foodtechs, PANCs, superalimentos: o sabor da sustentabilidade

Sabia que o Brasil é um dos países que mais desperdiça alimentos no mundo? Com o propósito de reverter essa situação, diversas foodtechs estão propondo novos modelos de consumo consciente, pensados em sustentabilidade e impacto socioambiental

Dentre as soluções apresentadas, a utilização de superalimentos e os chamados “alimentos do futuro” são as tendências do mercado. 

Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Brasil, dos 140 milhões de toneladas de alimentos produzidos por ano, 26 milhões vão para o lixo. Proporcionalmente a essa situação, 19 milhões de brasileiros estão passando fome.  

No mundo inteiro, 1,3 bilhão de alimentos são desperdiçados. Esses números representam 30% da produção de todos os países somados anualmente. 

Os desafios da Sustentabilidade Alimentar

A Organização das Nações Unidas (ONU) decretou algumas metas dentro dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável , que aponta os principais desafios alimentares do planeta. Dentre eles:

  • Até 2030, acabar com todas as formas de má-nutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acordadas internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas.
  • A indústria agroalimentar mundial consome 30% da energia que produzimos e emite 22% das emissões totais de gases de efeito estufa (GEE).
  • Anualmente, desperdiçamos um terço dos alimentos que produzimos, às vezes inclusive antes de chegarem à mesa. Além disso, 26% da humanidade tem obesidade ou excesso de peso.
  • A nossa dieta repercute no meio ambiente através do consumo de energia relacionada com os alimentos e a geração de resíduos.
  • O empobrecimento do solo, o desperdício de água, a pesca em grande escala e a degradação dos ecossistemas marinhos estão diminuindo a nossa capacidade para produzir alimentos.

Enquanto isso, deixamos de aproveitar alimentos que poderiam amenizar a fome e fornecer nutrientes para milhares de pessoas. De acordo com “Frutas comestíveis na Amazônia”, livro do botânico Paulo Bezerra Cavalcante lançado em 2010,  70 milhões de toneladas de buriti, o fruto mais rico em carotenoides do mundo, amadurecem no Brasil, mas só uma ínfima parcela é aproveitada por humanos. 

Inúmeras espécies alimentícias nativas do Brasil têm perdido espaço em lares, restaurantes e mercados, ao mesmo tempo em que a fome e o preço da comida crescem no país. Muitas dessas espécies são frutos e hortaliças que nascem espontaneamente em campos agrícolas e canteiros, mas são vistas como ervas “daninhas” e acabam cedendo espaço para o agronegócio.

Em comum, algumas dessas espécies são consideradas superalimentos por terem grande quantidade de nutrientes – como minerais, vitaminas e antioxidantes. Resistentes e de fácil cultivo e manejo, essas “espontâneas comestíveis” toleram grandes variações climáticas e dispensam cuidados especiais.

Um exemplo é o caruru, que tem folhas com propriedades semelhantes às do espinafre e sementes com 17% de proteínas. Outra planta é a beldroega, rica em ômega-3 e nas vitamina B e C, além de ter propriedades antioxidantes. 

O que são as PANCs?

Plantas alimentícias não convencionais (PANCs) são milhares de espécies vegetais que já conhecemos, mas que não fazem parte da nossa alimentação diária. Elas possuem uma ou mais partes comestíveis, sejam elas nativas ou exóticas.

Cerca de 300 espécies já foram catalogadas como planta alimentícia. Pelo menos 50 dessas plantas já possuem informações técnicas de cultivo e fazem parte do trabalho de hortas locais de multiplicação e promoção de cultivo. Como por exemplo: amaranto, capuchinha, chuchu-de-vento, fisális, mangarito, vinagreira, taioba, caruru, jambu, ora-pro-nóbis e peixinho. 

A fim de resgatar esses alimentos e diversificar a alimentação, órgãos públicos e privados, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), estão realizando levantamentos de espécies que possam ser incorporadas na dieta alimentar. 

O que são Foodtechs? 

FONTE: IBERDROLA

As foodtechs são startups que desenvolvem soluções para o setor alimentício. Este ramo ainda é incipiente no Brasil em comparação com outros segmentos como saúde, varejo, RH, marketing e agropecuária. Mesmo assim, já começou a impactar com novas formas de olhar para a cadeia de produção e distribuição dos alimentos.

Este mercado recebeu, a nível mundial, cerca de 1,3 bilhão de dólares em investimentos de capital de risco até maio de 2018, de acordo com informações do PitchBook, e deve chegar a 980 bilhões de reais até 2022, segundo a instituição britânica The Food Tech Matters.

Na revolução alimentar provocada pelas foodtechs se destacam especialmente: a agricultura biotecnológica, as plataformas de compra e venda de produtos agrários, a bioenergia e os biomateriais, a robótica agrícola, os alimentos ecológicos e os novos sistemas de cultivo, entre outras categorias. 

Nossa Comunidade

Em nosso ecossistema de negócios de impacto temos um Hub de Alimentação Sustentável. A vertical é liderada por Pedro Campos, fundador da The Question Mark, startup que produz alimentos plant based.

O Hub fomenta encontros periódicos para discutir soluções no ramo alimentício que reduzam o impacto ambiental e social criados pela grande ingestão de produtos industrializados e principalmente pelo agronegócio. 

Recentemente, a aceleradora de impacto Quintessa, junto com o Instituto BRF, selecionou oito startups de impacto socioambiental para fazerem parte da primeira edição do Ecco Comunidades. O programa tem como objetivo apoiar soluções que atuam na redução de perdas e desperdícios de alimentos.

Além disso, ele promove o desenvolvimento territorial a partir da aceleração e implementação de suas soluções em cinco municípios onde a empresa atua: Dourados (MS), Lucas do Rio Verde (MT), Nova Mutum (MT), Rio Verde (GO) e Uberlândia (MG). 

Em novembro de 2021, a Piraporiando e a Free Soul Food lançaram aqui no CIVI-CO o projeto “Ayé”. Com foco em escolas, o Ayé oferece comida saudável e inclusiva com conteúdos e atividades de arte/educação que valorizam a diversidade, promovem a educação antirracista, a valorização da diversidade, a promoção da justiça social e da equidade e o cumprimento dos ODS.

A ação mostrou que a mudança de hábitos deve acontecer pela educação. A implantação de uma alimentação sustentável valorizando as riquezas da diversidade cultural e ambiental pode ser também uma solução para as crises e impactos causados por anos de exploração ambiental e desigualdade social. [:en]

Sabia que o Brasil é um dos países que mais desperdiça alimentos no mundo? Com o propósito de reverter essa situação, diversas foodtechs estão propondo novos modelos de consumo consciente, pensados em sustentabilidade e impacto socioambiental

Dentre as soluções apresentadas, a utilização de superalimentos e os chamados “alimentos do futuro” são as tendências do mercado. 

Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Brasil, dos 140 milhões de toneladas de alimentos produzidos por ano, 26 milhões vão para o lixo. Proporcionalmente a essa situação, 19 milhões de brasileiros estão passando fome.  

No mundo inteiro, 1,3 bilhão de alimentos são desperdiçados. Esses números representam 30% da produção de todos os países somados anualmente. 

Os desafios da Sustentabilidade Alimentar

A Organização das Nações Unidas (ONU) decretou algumas metas dentro dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável , que aponta os principais desafios alimentares do planeta. Dentre eles:

  • Até 2030, acabar com todas as formas de má-nutrição, incluindo atingir, até 2025, as metas acordadas internacionalmente sobre nanismo e caquexia em crianças menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas.
  • A indústria agroalimentar mundial consome 30% da energia que produzimos e emite 22% das emissões totais de gases de efeito estufa (GEE).
  • Anualmente, desperdiçamos um terço dos alimentos que produzimos, às vezes inclusive antes de chegarem à mesa. Além disso, 26% da humanidade tem obesidade ou excesso de peso.
  • A nossa dieta repercute no meio ambiente através do consumo de energia relacionada com os alimentos e a geração de resíduos.
  • O empobrecimento do solo, o desperdício de água, a pesca em grande escala e a degradação dos ecossistemas marinhos estão diminuindo a nossa capacidade para produzir alimentos.

Enquanto isso, deixamos de aproveitar alimentos que poderiam amenizar a fome e fornecer nutrientes para milhares de pessoas. De acordo com “Frutas comestíveis na Amazônia”, livro do botânico Paulo Bezerra Cavalcante lançado em 2010,  70 milhões de toneladas de buriti, o fruto mais rico em carotenoides do mundo, amadurecem no Brasil, mas só uma ínfima parcela é aproveitada por humanos. 

Inúmeras espécies alimentícias nativas do Brasil têm perdido espaço em lares, restaurantes e mercados, ao mesmo tempo em que a fome e o preço da comida crescem no país. Muitas dessas espécies são frutos e hortaliças que nascem espontaneamente em campos agrícolas e canteiros, mas são vistas como ervas “daninhas” e acabam cedendo espaço para o agronegócio.

Em comum, algumas dessas espécies são consideradas superalimentos por terem grande quantidade de nutrientes – como minerais, vitaminas e antioxidantes. Resistentes e de fácil cultivo e manejo, essas “espontâneas comestíveis” toleram grandes variações climáticas e dispensam cuidados especiais.

Um exemplo é o caruru, que tem folhas com propriedades semelhantes às do espinafre e sementes com 17% de proteínas. Outra planta é a beldroega, rica em ômega-3 e nas vitamina B e C, além de ter propriedades antioxidantes. 

O que são as PANCs?

Plantas alimentícias não convencionais (PANCs) são milhares de espécies vegetais que já conhecemos, mas que não fazem parte da nossa alimentação diária. Elas possuem uma ou mais partes comestíveis, sejam elas nativas ou exóticas.

Cerca de 300 espécies já foram catalogadas como planta alimentícia. Pelo menos 50 dessas plantas já possuem informações técnicas de cultivo e fazem parte do trabalho de hortas locais de multiplicação e promoção de cultivo. Como por exemplo: amaranto, capuchinha, chuchu-de-vento, fisális, mangarito, vinagreira, taioba, caruru, jambu, ora-pro-nóbis e peixinho. 

A fim de resgatar esses alimentos e diversificar a alimentação, órgãos públicos e privados, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), estão realizando levantamentos de espécies que possam ser incorporadas na dieta alimentar. 

O que são Foodtechs? 

FONTE: IBERDROLA

As foodtechs são startups que desenvolvem soluções para o setor alimentício. Este ramo ainda é incipiente no Brasil em comparação com outros segmentos como saúde, varejo, RH, marketing e agropecuária. Mesmo assim, já começou a impactar com novas formas de olhar para a cadeia de produção e distribuição dos alimentos.

Este mercado recebeu, a nível mundial, cerca de 1,3 bilhão de dólares em investimentos de capital de risco até maio de 2018, de acordo com informações do PitchBook, e deve chegar a 980 bilhões de reais até 2022, segundo a instituição britânica The Food Tech Matters.

Na revolução alimentar provocada pelas foodtechs se destacam especialmente: a agricultura biotecnológica, as plataformas de compra e venda de produtos agrários, a bioenergia e os biomateriais, a robótica agrícola, os alimentos ecológicos e os novos sistemas de cultivo, entre outras categorias. 

Nossa Comunidade

Em nosso ecossistema de negócios de impacto temos um Hub de Alimentação Sustentável. A vertical é liderada por Pedro Campos, fundador da The Question Mark, startup que produz alimentos plant based.

O Hub fomenta encontros periódicos para discutir soluções no ramo alimentício que reduzam o impacto ambiental e social criados pela grande ingestão de produtos industrializados e principalmente pelo agronegócio. 

Recentemente, a aceleradora de impacto Quintessa, junto com o Instituto BRF, selecionou oito startups de impacto socioambiental para fazerem parte da primeira edição do Ecco Comunidades. O programa tem como objetivo apoiar soluções que atuam na redução de perdas e desperdícios de alimentos.

Além disso, ele promove o desenvolvimento territorial a partir da aceleração e implementação de suas soluções em cinco municípios onde a empresa atua: Dourados (MS), Lucas do Rio Verde (MT), Nova Mutum (MT), Rio Verde (GO) e Uberlândia (MG). 

Em novembro de 2021, a Piraporiando e a Free Soul Food lançaram aqui no CIVI-CO o projeto “Ayé”. Com foco em escolas, o Ayé oferece comida saudável e inclusiva com conteúdos e atividades de arte/educação que valorizam a diversidade, promovem a educação antirracista, a valorização da diversidade, a promoção da justiça social e da equidade e o cumprimento dos ODS.

A ação mostrou que a mudança de hábitos deve acontecer pela educação. A implantação de uma alimentação sustentável valorizando as riquezas da diversidade cultural e ambiental podem ser também uma solução para as crises e impactos causados por anos de exploração ambiental e desigualdade social.