Nos últimos anos, o Brasil testemunha um aumento significativo no número de empresas que vêm incorporando no seu dia a dia práticas sustentáveis e consumidores mais preocupados com as questões ambientais e sociais.
Tal crescimento reflete um movimento global em direção a uma economia mais consciente e responsável, onde as empresas não apenas visam o lucro, mas também buscam minimizar seu impacto ambiental negativo, promover a igualdade social e garantir uma governança transparente e ética.
Essas empresas não desenvolvem apenas produtos e serviços inovadores, mas também têm promovido explicitamente seu compromisso com a redução de emissões, gestão responsável de recursos naturais e inclusão social.
Panorama promissor
O Observatório Sebrae Startups divulgou um relatório que apresenta o cenário das startups de impacto no Brasil. Ao todo, o país conta com 408 startups de impacto, número que vem crescendo nos últimos anos, onde 79% delas estão focadas em resolver questões ambientais.
Entre os principais segmentos da área ambiental, destacam-se a reciclagem e gestão de resíduos (18,7%), a redução de emissões de gases de efeito estufa (18,3%) e o uso sustentável dos recursos naturais (17,5%).
Em outro estudo realizado pela Fundação Dom Cabral, constatou-se que a maior parte das startups da América Latina com foco em impacto social são brasileiras: 60% delas estão no Brasil e 100% das startups atuam em algum Objetivo de Desenvolvimento Sustentável.
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Consumidores ditam as regras
Analisando esses dados, é nítido que as empresas estão preocupadas em ampliar suas práticas sustentáveis e sociais. Porém, esse movimento só está acontecendo devido à mudança nos hábitos de consumo da sociedade.
Nos últimos anos, podemos observar uma crescente conscientização ambiental e social entre os consumidores, que estão cada vez mais exigentes quanto à ética e responsabilidade das marcas. Esta mudança de comportamento está impulsionando as empresas a adotarem políticas ESG.
Segundo pesquisa da Future Consumer Index, da EY, 73% dos brasileiros estão profundamente preocupados com a fragilidade do planeta. Isto é maior do que a média global de 64%. Já 35% esperam que a mudança climática piore nos próximos seis meses, versus 43% globalmente.
Falta incentivo financeiro
Apesar dos avanços, ainda há desafios significativos a serem enfrentados. A falta de financiamento adequado para iniciativas (normalmente pequenas) sustentáveis e a conscientização real sobre práticas ESG são alguns dos obstáculos que as empresas brasileiras precisam superar para continuar avançando no caminho da sustentabilidade.
“Hoje o capital está focado em regulamentação. Essa atenção vai causar um pouco de distração do que deveria ser o foco. Estamos focados em compliance e não em promover a mudança agora. Vejo esse sino tocar muito forte no mundo corporativo nos próximos anos”, alerta Ricardo Assumpção, especialista da EY para América Latina, para o portal Terra.
Protagonismo brasileiro
O Brasil está em uma fase crucial de transição para se tornar uma potência mais ambiental e socialmente responsável. Com um governo que declara a sustentabilidade e a preocupação com a diversidade como prioridades, saímos em vantagem para sermos uma referência global.
Nosso país se posiciona para liderar nações emergentes em direção a um futuro sustentável para todos e todas, impulsionado pelo crescente número de empresas adotando práticas ESG e uma legislação cada vez mais alinhada com os padrões internacionais de sustentabilidade.